Ao redor do
dinheiro
Efetivamente,
perante a visão
da Esfera
Espiritual, o
homem afortunado
na Terra surge
sempre à feição
de alguém que
enorme risco
ameaça.
Operários da
evolução, a quem
se confiou a
mordomia do
ouro, aqueles
que detêm a
finança comum
afiguram-se-nos
companheiros
constantemente
afrontados pelas
perspectivas de
desastre
iminente, assim
como os
responsáveis
pela condução da
energia
elétrica, em
contacto com
agentes de alta
tensão, ou,
ainda, como os
especialistas de
laboratório,
quando impelidos
a manusear
certa classe de
vírus ou de
venenos, com
vistas à
preservação e ao
benefício do
povo.
Considerando,
porém, as
inconveniências
e desvantagens
que assinalam a
luta dos que
foram chamados a
transportar
semelhantes
cruzes
amoedadas, é
forçoso convir
que o coração
voltado para
Jesus pode
sustentar-se,
nesse círculo de
incessantes
inquietações, na
tarefa sublime
da paz e da luz,
da ascensão e da
liberdade.
Isso porque, se
o dinheiro nas
garras da usura
pode agravar os
flagícios da
orfandade e os
tormentos da
viuvez, nas mãos
justas do bem
converte o
pauperismo em
trabalho e o
sofrimento em
educação.
Se a riqueza
entesourada sem
o lucro de todos
pode gerar o
colapso do
progresso, o
centavo
movimentado ao
impulso da
caridade é o
avivamento do
amor na Terra,
por
transformar-se,
a cada minuto,
no remédio ao
enfermo
necessitado, no
livro renovador
das vítimas do
desânimo, no
teto endereçado
aos que vagueiam
sem rumo e na
gota de leite
que tonifica o
corpo subnutrido
da criancinha
sem lar.
Ninguém tema,
desse modo, a
grave
responsabilidade
da posse efêmera
entre as
criaturas
humanas, mas que
toda propriedade
seja por nós
recebida como
empréstimo
santo, cujos
benefícios é
preciso estender
em proveito
geral, atentos à
lei de que a
felicidade só é
verdadeira
felicidade
quando respira
na construção da
felicidade
devida aos
outros.
Assim, pois,
compreendamos,
com a segurança
da lógica e com
a harmonia da
sensatez, que,
em verdade, não
se pode servir a
Deus e a Mamon,
mas que é nossa
obrigação das
mais simples
colocar Mamon a
serviço de Deus.
Extraído do cap.
7 do livro
Religião dos
Espíritos,
de Emmanuel,
psicografado
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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