A Revue Spirite
de 1862
Allan Kardec
(9a
Parte)
Damos seqüência ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1862. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 16
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. A homogeneidade, em
termos de doutrina
espírita, é um fator
importante?
Sim. A homogeneidade é,
segundo Kardec, o
princípio vital de toda
sociedade ou reunião
espírita.
(Revue Spirite de 1862,
pp. 183 a 185.)
B. Como o Espírito de
Bernardin associou
Espiritismo e
Cristianismo?
Em mensagem transcrita
pela Revue,
Bernardin diz que o
Espiritismo não é uma
religião nova, mas a
consagração dessa
religião universal
cujas bases foram
lançadas pelo Cristo. E,
sob o ponto de vista
religioso, é tão-somente
a confirmação do
Cristianismo. (Obra
citada, pp. 186 a 188.)
C. Que fatores mais
concorrem para o
suicídio?
Na falta de uma
estatística oficial,
Kardec diz que é justo
pensar que os casos mais
numerosos sejam
determinados pelos
reveses da fortuna, as
decepções e os pesares
de vária natureza. Mas,
indiscutivelmente, a
incredulidade, a dúvida
quanto ao futuro, as
idéias materialistas são
os maiores excitantes do
suicídio, porque dão a
covardia moral
que leva a pessoa a
matar-se. (Obra
citada, pp. 198 a 202.)
Texto para leitura
91. David, por meio da
Sra. Dozon, descreve o
último quadro de Ingres,
que retrata o menino
Jesus entre os doutores
do Templo. A obra, diz
Lamennais, foi inspirada
pela espiritualidade ao
artista encarnado. (PP.
173 a 176)
92. A
Revue noticia a
denúncia feita por um
padre a respeito dos
milhões que Kardec havia
amealhado valendo-se do
Espiritismo. O
Codificador rebate a
acusação e conta que a
primeira edição de O
Livro dos Espíritos
correu por sua conta e
risco, porque nenhum
editor quis dela
encarregar-se. A obra
rendeu-lhe cerca de 500
francos. (PP. 176 a 180)
93. Kardec diz que a
Sociedade Espírita de
Viena, que acabava de
entrar em seu terceiro
ano, nomeou-o seu
presidente de honra. Os
planos de divulgação do
Espiritismo por meio de
jornal em alemão são
mencionados na Revue.
(PP. 180 e 181)
94. Comentando o
assunto, Kardec aplaude
o rumo adotado pelos
confrades de Viena e diz
ter aceitado a honra que
lhe foi feita, na qual
via não uma homenagem à
sua pessoa, mas aos
princípios regeneradores
do Espiritismo. (P. 182)
95. E. Collignon escreve
a Kardec protestando
contra as palavras
usadas em abril/1862
pelo Espírito de Gérard
de Codemberg, que se
refere aos irmãos que se
afastam do Espiritismo
chamando-os de
ovelhas sarnentas.
(P. 183)
96. Kardec reconhece que
Gérard expressou-se,
talvez, um pouco
cruamente, mas o fundo
de seu pensamento é
correto, porque a
homogeneidade é o
princípio vital de toda
sociedade ou reunião
espírita. (PP. 183 a
185)
97. A
Revue publica
então, em seguida,
mensagem do Espírito de
Bernardin, recebida por
E. Collignon (a mesma
que protestara contra as
palavras de Gérard de
Codemberg), na qual
o comunicante pede sejam
excluídos dos trabalhos
espíritas os falsos
irmãos, os curiosos,
os incrédulos, visando
exatamente à
homogeneidade necessária
aos grupos espíritas.
Bernardin, nessa
mensagem, diz ainda: I -
O Espiritismo não é uma
religião nova, mas a
consagração dessa
religião universal
cujas bases foram
lançadas pelo Cristo. II
- É preciso deixar os
caminhos tenebrosos,
cheios de precipícios,
para entrar no caminho
que leva à felicidade.
III - Nossa sorte futura
está em nossas mãos: a
duração de nossas provas
depende inteiramente de
nós. IV - Para ser
mártir não é preciso ser
pasto das feras: sejamos
mártires de nós mesmos,
destruindo todos os
instintos carnais,
estudando as nossas
inclinações, gostos e
idéias, desconfiando de
tudo o que a consciência
reprova. V - O
Espiritismo, sob o ponto
de vista religioso, é
apenas a confirmação do
cristianismo. (PP. 186 a
188)
98. Abrindo o número de
julho de 1862, Kardec
mostra como tudo na vida
muda de aspecto quando,
pelo pensamento, o homem
sai do vale estreito da
existência terrena e se
eleva na radiosa,
esplêndida e
incomensurável vida de
além-túmulo. Assim
fazendo, ver-se-á a vida
terrena como uma estação
passageira e mais
suportáveis se tornarão
as tribulações que ela
nos oferece. Tal é o
resultado da diferença
do ponto de vista sob o
qual se encara a vida:
um nos dá balbúrdia e
ansiedade; o outro, a
calma e a serenidade.
(PP. 191 a 195)
99. Kardec, analisando
notícia sobre o aumento
de suicídios na França,
diz que é simples
atribuir todos eles à
monomania, que segundo o
Sr. Gastineau parece
ter-se apoderado da
espécie humana. Se há
suicídios por monomania,
ocorrem também, diz
Kardec, suicídios
voluntários, realizados
com premeditação e pleno
conhecimento de causa.
(PP. 196 a 198)
100. Na falta de uma
estatística oficial,
Kardec diz que é justo
pensar que os casos mais
numerosos sejam
determinados pelos
reveses da fortuna, as
decepções e os pesares
de vária natureza.
Nestes casos, o suicídio
não é um ato de loucura,
mas de desespero, e a
publicidade deles
concorre para o seu
aumento. (PP. 198 e
199)
101. Concluindo seu
pensamento, Kardec diz
que são, porém, a
incredulidade, a dúvida
quanto ao futuro, as
idéias materialistas os
maiores excitantes do
suicídio, porque dão a
covardia moral
que leva a pessoa a
matar-se. (PP. 199 a
202)
(Continua
no próximo número.)