MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
No Mundo Maior
André Luiz
(Parte
27 e final)
Concluímos nesta edição
o estudo da obra
No Mundo Maior,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier,
publicada em 1947 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que consistia o
Lar de Cipriana?
R.: A casa socorrista,
situada nas zonas
inferiores, parecia
grande centro de
trabalho como os da
crosta. A maioria dos
trabalhadores que ali se
agitavam não eram
portadores de luminosa
expressão, mas típicas
personalidades humanas
em processo regenerador.
Com exceção de Cipriana
e de seus assessores
diretos, a comunidade
era formada de pessoas
evidentemente
inferiores: homens e
mulheres análogos, no
aspecto, aos que povoam
os círculos carnais.
Cipriana havia
idealizado e
concretizado aquele
reduto de restauração
espiritual, valendo-se
dos próprios irmãos
sofredores e perturbados
que vagueavam nas
regiões circunvizinhas.
Ela não residia ali, mas
era naquele local que
passava grande parte do
tempo que consagrava ao
seu ministério
santificante nas
esferas de baixo nível
de evolução. A casa era
importante escola de
reajustamento anímico,
de auto-reconhecimento e
de preparação, para
indivíduos de boa
vontade. (No Mundo
Maior, cap. 20, pp. 245
e 246.)
B. Qual era o programa
fundamental do Lar de
Cipriana?
R.: A esperança era o
traço comum nos irmãos
que ali se tratavam e
trabalhavam. Mesmo os
aleijados e doentes, que
se contavam em grande
número, mostravam
disposições de otimismo
transformador. Antigos
expoentes do orgulho,
que entre os homens se
ensoberbeciam na
vaidade, depois de
demonstrarem propósitos
reedificantes, eram
recolhidos à casa, onde
reorganizavam
sentimentos e cabedais,
a caminho do porvir.
Dali saíam inúmeras
reencarnações
retificadoras. "O
programa fundamental de
Cipriana é o
esquecimento do mal com
a valorização permanente
do bem, à luz da
esperança em Deus",
explicou Calderaro.
(Obra citada, cap. 20,
pp. 247 e 248.)
C. Nas despedidas,
Cipriana deu a André um
conselho. Qual foi ele?
R.: Ao despedir-se de
André Luiz, Cipriana
apertou-o ao peito,
beijou-o maternalmente e
disse com olhos úmidos:
"Que o Pai te abençoe.
Nunca te esqueça a
bondade no desempenho de
qualquer obrigação".
André retirou-se
intensamente comovido e,
ponderando em silêncio a
grandeza de Deus, verteu
copioso pranto de
júbilo. (Obra citada,
cap. 20, pp. 250 a 253.)
Texto
para leitura
131. O Lar de
Cipriana - Encerrada
a semana de estudos,
André Luiz foi com
Calderaro, em pleno
crepúsculo, à fundação,
situada nas zonas
inferiores, a que o
Assistente chamava "Lar
de Cipriana". Fora uma
semana de grande
proveito e, como síntese
de tudo o que viu e
aprendeu, André
reconhecia agora que,
para conseguir a
sabedoria com proveito,
é indispensável adquirir
amor. De que lhe
valeriam todos os
conhecimentos, se não
lhe fosse possível
socorrer um benfeitor em
dificuldade? A casa
socorrista dirigida por
Cipriana era diferente
das demais que André
conhecera: parecia
grande centro de
trabalho propriamente
terrestre. A maioria
dos trabalhadores que
ali se agitavam não eram
portadores de luminosa
expressão, mas típicas
personalidades humanas
em processo
regenerador. Com exceção
de Cipriana e de seus
assessores diretos, a
comunidade era formada
de pessoas evidentemente
inferiores: homens e
mulheres análogos, no
aspecto, aos que povoam
os círculos carnais.
Calderaro informou que
Cipriana havia
idealizado e
concretizado aquele
reduto de restauração
espiritual, valendo-se
dos próprios irmãos
sofredores e perturbados
que vagueavam nas
regiões circunvizinhas.
Ela não residia ali, mas
era naquele local que
passava grande parte do
tempo que consagrava ao
seu ministério
santificante nas
esferas de baixo nível
de evolução. A casa era
importante escola de
reajustamento anímico,
de auto-reconhecimento e
de preparação, para
indivíduos de boa
vontade. (Cap. 20, pp.
245 e 246)
132. O programa de
Cipriana - O Lar de
Cipriana era de região
inferior para criaturas
que desejavam melhorar
suas condições de
existência. Educandário
de trânsito, passou,
assim, a valioso núcleo
de instrução e de
amparo. Individualidades
libertas da carne
recebiam ali precioso
concurso, a fim de se
readaptarem
convenientemente à vida.
Havia ali, entre os
transeuntes, tanta gente
alegre e tanta gente
preocupada, como em
qualquer via pública de
grande cidade terrestre.
O instituto mais parecia
enorme universidade
situada em clima sombrio
e a esperança era o
traço comum nos irmãos
que ali se tratavam e
trabalhavam. Mesmo os
aleijados e doentes, que
se contavam em grande
número, mostravam
disposições de otimismo
transformador. Antigos
expoentes do orgulho,
que entre os homens se
ensoberbeciam na
vaidade, depois de
demonstrarem propósitos
reedificantes, eram
recolhidos à casa, onde
reorganizavam
sentimentos e cabedais,
a caminho do porvir.
Dali saíam inúmeras
reencarnações
retificadoras. "O
programa fundamental de
Cipriana é o
esquecimento do mal com
a valorização permanente
do bem, à luz da
esperança em Deus",
asseverou Calderaro. A
princípio, a
organização custou-lhe
muitos sacrifícios, em
matéria de tempo; no
transcurso dos anos,
porém, elementos por ela
mesma formados passaram
a superintender a obra
e a conservá-la. No
templo votado à prece,
cercavam-na diversas
criaturas que lhe eram
conhecidas. Um
cavalheiro,
visivelmente
confortado, disse-lhe,
reverente: "Seguindo-lhe
os conselhos, Irmã, não
mais senti pesadelos.
Renovei minha atitude
para com os familiares:
passei a cooperar, ao
invés de combater". Ela
respondeu-lhe,
satisfeita: "Agora, sim!
o bem duradouro é filho
da colaboração
fraternal. Você verá
quão sensível diferença
para sua felicidade se
verificará em torno de
seus passos". A outro
ela observou: "Seu
progresso é visível. O
esquecimento de nossos
caprichos pessoais
dilata-nos a
compreensão". (Cap. 20,
pp. 247 e 248)
133. No santuário da
prece - Um velhinho
trêmulo, com todas as
características de
recém-desencarnado,
dirigiu-se a ela, de
olhos rasos d'água. Ele
dizia experimentar ainda
os antigos achaques,
havendo momentos em que
se sentia cair, perdendo
a noção de si mesmo,
para despertar em
seguida, aflito...
Cipriana o confortou,
encorajando-o: "É
natural. Esteja, porém,
convicto de que a
situação melhorará.
Gastamos, às vezes,
anos, armazenando
impressões que
naturalmente não se
esvaem nalguns dias".
Cipriana, logo que viu
André, aproximou-se,
sorridente, e informou
que o problema de
Cláudio já estava
resolvido. Ele ficaria
no recolhimento até que
se apresentasse em
condições de mudança
para aquela casa. Ali se
prepararia
convenientemente para o
retorno aos círculos
carnais. André agradeceu
e, logo em seguida, soou
o sinal da oração.
Cipriana, assumindo a
direção da prece, fez-se
acompanhar pelos
colaboradores diretos
que a seguiam. Com os
olhos erguidos para o
alto, jorrava intensa
luz sobre a sua
fronte... Do tórax, do
cérebro e das mãos
brotavam radiosas
emissões de força
divina, das quais ela se
constituía visível
intermediária para
todos. Harmonioso coro
de uma centena de vozes
bem afinadas cantou
inolvidável hino de
louvor ao Supremo Pai,
arrancando a André
copiosas lágrimas. Logo
após, Cipriana orou a
Jesus. (Cap. 20, pp. 248
a 250)
134. Oração e
despedidas - Foi uma
prece diferente.
Cipriana nada pedia para
si, apenas forças,
inspiração, ânimo,
coragem para poderem –
ela e seus companheiros
– levar adiante a sua
tarefa junto aos irmãos
que clamam por socorro
nos círculos do
sofrimento. Com a prece,
o recinto do santuário
fizera-se
resplandecente. André
viu, então, que
maravilhosa coroa de
brilhantes evanescentes
cintilou, por instantes,
na cabeça venerável
daquela missionária do
bem. Finda a reunião,
Cipriana dirigiu-se para
as despedidas de André.
A vontade deste era,
contudo, segui-la como
filho reconhecido para
sempre. Calderaro foi o
primeiro a abraçá-lo; os
demais saudaram-no, em
seguida, e, por fim,
Cipriana apertou-o ao
peito, beijou-o
maternalmente e disse
com olhos úmidos: "Que o
Pai te abençoe. Nunca te
esqueça a bondade no
desempenho de qualquer
obrigação". E prometeu:
"Estaremos unidos pelo
espírito". André
retirou-se intensamente
comovido e, ponderando
em silêncio a grandeza
de Deus, verteu copioso
pranto de júbilo. (Cap.
20, pp. 250 a 253).