A Revue Spirite
de 1862
Allan Kardec
(Parte
10)
Damos seqüência ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1862. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 16
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. A que se devem as
semelhanças de gostos e
aptidões nos membros de
uma mesma família?
Em comunicações obtidas
na Sociedade Espírita de
Paris, Erasto e São Luís
trataram do assunto. Eis
o que disseram a
respeito desse e de
outros assuntos
relacionados com a
família: 1) As
semelhanças corpóreas
existentes numa família
devem-se a uma questão
fisiológica,
independente da ação
espiritual. 2) As
aptidões e gostos
semelhantes resultam do
fato de que os Espíritos
semelhantes se atraem;
daí as famílias de
heróis ou as raças de
guerreiros. 3) Muitas
vezes nascem em famílias
dignas indivíduos
viciosos e maus, que aí
são enviados para
servirem de pedra de
toque daquelas, ou para
se aperfeiçoarem sob a
influência de um meio
virtuoso. 4) O mesmo se
dá com Espíritos
adiantados moralmente
que se reencarnam entre
Espíritos atrasados,
para mostrar-lhes o
caminho do progresso.
(Revue Spirite de 1862,
pp. 204 e 205.)
B. Que ocorre aos
suicidas?
Não existe uma regra que
se aplique a todos os
casos. No caso de
Palmira que, embora
estando casada, se matou
por amor a outro homem,
a Revue registrou
as seguintes informações
que ela mesma
transmitiu: 1) Palmira
nada via, nem mesmo os
Espíritos que com ela
vagavam no lugar onde
estava. 2) Ao despertar
da morte, tinha frio e,
no entanto, queimava. O
gelo corria-lhe nas
veias e o fogo estava em
seu rosto. 3) Ali, na
reunião, ela via apenas
um crepe negro sobre o
qual se desenhava, em
certas horas, uma cabeça
que chorava: era a
imagem de um homem que
sofria e cuja existência
moral na Terra ela
matara. (Obra citada,
pp. 210 a 212.)
C. É bom estar preparado
para a grande viagem?
Sim. O Espírito de
Verdade, lembrando que
todos os dias estamos
expostos a empreender a
mais importante de todas
as viagens,
recomenda-nos que
estejamos preparados
para esse momento e
ensina que o mapa que
nos permitirá conhecer o
país para onde iremos é
a iniciação nos
mistérios da vida
futura. Quanto aos
amigos que lá
encontraremos, esses são
velhos conhecidos. É dos
maus sentimentos que
deveremos nos
desembaraçar, pois
infeliz é aquele a quem
a morte surpreende com
ódio no coração. Os
negócios que devemos pôr
em ordem é o perdão aos
que nos ofenderam; são
os erros cometidos para
com o próximo e que urge
reparar. (Obra
citada, pp. 215 a 217.)
Texto para leitura
102. Respondendo a um
assinante de Wiesbaden,
Kardec analisa a questão
das faculdades
hereditárias. (P. 202)
103. Para ilustrar seu
artigo, o Codificador
transcreve duas
comunicações escritas
por Erasto e São Luís,
das quais extraímos os
seguintes ensinamentos:
I - As semelhanças
corpóreas existentes
numa família devem-se a
uma questão fisiológica,
independente da ação
espiritual. II - As
aptidões e gostos
semelhantes resultam do
fato de que os Espíritos
semelhantes se atraem;
daí as famílias de
heróis ou as raças de
guerreiros. III - Muitas
vezes nascem em famílias
dignas indivíduos
viciosos e maus, que aí
são enviados para
servirem de pedra de
toque daquelas, ou para
se aperfeiçoarem sob a
influência de um meio
virtuoso. IV - O mesmo
se dá com Espíritos
adiantados moralmente
que se reencarnam entre
Espíritos atrasados,
para mostrar-lhes o
caminho do progresso.
(PP. 204 e 205)
104. Em qualquer caso,
diz São Luís, a
conjunção simpática ou a
antipatia já existiam
anteriormente ao
nascimento e são
desenvolvidas nas
relações familiares,
pela imitação e pelo
hábito. (P. 205)
105. De Bordeaux, a
Revue publica o
poema “A criança e a
visão”, em que a menina
Gabriela diz à sua mãe
que o papai, então
falecido, estava junto
ao seu leito e sorria
para ambas. (PP. 206 e
207)
106. O caso Palmira, que
se suicidou com o
amante, por lealdade ao
marido, visto que não
conseguiriam reprimir o
seu amor um pelo outro,
é narrado pela Revue
. (N.R.: Kardec o
incluiu depois em
“O Céu e o Inferno”,
cap. V.)
(P.207)
107. Santo Agostinho,
ciente de que Palmira
fora, por interesse dos
pais, compelida a
casar-se com um moço,
embora gostasse de
outro, diz que suicídios
como esses só deixarão
de existir quando as
batidas do coração não
forem mais comprimidas
pelos cálculos frios dos
interesses materiais. E
disse que, como
conseqüência do seu ato,
os amantes não se veriam
por um longo tempo,
sofrendo -- conforme
explica Georges -- o
duplo suplício do
pressentimento e do
desejo. (P. 210)
108. Evocada oito dias
depois, Palmira deu as
seguintes informações: I
- Ela nada via, nem
mesmo os Espíritos que
com ela vagavam no lugar
onde estava. II - Ao
despertar da morte,
tinha frio e, no
entanto, queimava. O
gelo corria-lhe nas
veias e o fogo estava em
seu rosto. III - Ali, na
reunião, ela via apenas
um crepe negro sobre o
qual se desenhava, em
certas horas, uma cabeça
que chorava: era a
imagem de um homem que
sofria e cuja existência
moral na Terra ela
matara para muito tempo.
Kardec comenta, na
seqüência, a comunicação
de Palmira. (PP. 210 a
212)
109. Em mensagem dada em
Bordeaux, um Espírito
diz que Deus permite aos
que se amam
sinceramente, e souberam
sofrer com resignação,
reunir-se no mundo dos
Espíritos, onde
progredirão juntos, a
fim de obterem
reencarnações em mundos
mais elevados, nos quais
poderão unir-se pelos
laços que mais convierem
aos seus corações. (PP.
213 a 215)
110. O Espírito de
Verdade, lembrando que
todos os dias estamos
expostos a empreender a
mais importante de todas
as viagens,
recomenda-nos que
estejamos preparados
para esse momento e
ensina que o mapa que
nos permitirá conhecer o
país para onde iremos é
a iniciação nos
mistérios da vida
futura. (PP. 215 e 216)
111. Quanto aos amigos
que lá encontraremos,
esses são velhos
conhecidos. É dos maus
sentimentos que
deveremos nos
desembaraçar, pois
infeliz é aquele a quem
a morte surpreende com
ódio no coração. Os
negócios que devemos pôr
em ordem é o perdão aos
que nos ofenderam; são
os erros cometidos para
com o próximo e que urge
reparar. (PP. 216 e 217)
(Continua
no próximo número.)