MARCUS
DE MARIO
marcusdemario@gmail.com
Rio de
Janeiro,
RJ
(Brasil)
De que
escola
estamos
falando?
Este
artigo
também
poderia
ser
chamado
de
Onde
Está a
Dignidade
Humana?.
Inicio
com
dados
oficiais
referentes
aos anos
2007/2008,
publicados
pelo MEC
(Ministério
da
Educação),
Inep
(Instituto
Nacional
de
Estudos
e
Pesquisas
Anísio
Teixeira),
UNESCO
(Órgão
das
Nações
Unidas
para a
Educação,
Ciência
e
Cultura)
e OEA
(Organização
dos
Estados
Ibero-Americanos),
dados
esses
que
mostram
uma
perfeita
radiografia
das
escolas
públicas
brasileiras
de
educação
básica:
1.
Existem
168,2
mil
escolas
públicas
de
educação
básica.
2. Cinco
mil não
possuem
acesso a
luz
elétrica.
3. Duas
mil não
têm água
potável.
4. Em
12% das
escolas
(20,1
mil) não
há
lugares
suficientes
para os
alunos
se
sentarem.
5.
Cinqüenta
por
cento
das
crianças
de 1ª a
5ª série
na zona
rural, e
25% nas
escolas
urbanas,
têm
aulas em
prédios
considerados
ruins.
6.
11.088
estabelecimentos
de
ensino
fundamental
carecem
de
sanitários.
7.
Cinqüenta
por
cento
dos
professores
brasileiros
estão
insatisfeitos
com as
instalações,
equipamentos
e
materiais
didático-pedagógicos
da
escola.
8. A
maior
parte
das
escolas
foi
construída
há 20 ou
30 anos,
e não
têm
malha
elétrica
para
suportar
computadores.
9. Em
95% da
rede
pública
não há
rampas
ou vias
de
acesso
para
alunos e
professores
com
mobilidade
reduzida.
10. A
defasagem
idade-série
é de
28,5% na
4ª
série,
33,8% na
8ª série
e 41,3%
no
ensino
médio.
11. Mais
da
metade
(53,9%)
dos
alunos
do
ensino
fundamental
(18
milhões)
e 30,2%
do
ensino
médio
(2,7
milhões
de
jovens)
não têm
acesso a
bibliotecas.
12. Das
91,5 mil
escolas
rurais
de
ensino
fundamental,
menos de
600
possuem
laboratórios
de
informática.
13.
Apenas
5,6 mil
escolas
rurais
contam
com
bibliotecas.
14. As
escolas
públicas
lutam
com
problemas
de
reposição
de
professores
faltosos
e a
rotatividade
de
profissionais.
15.
Faltam
inspetores
de
alunos,
coordenadores
pedagógicos,
orientadores
educacionais,
supervisores
escolares,
bibliotecários,
merendeiras,
serventes
e outros
profissionais
de
apoio.
16.
Quarenta
e cinco
por
cento
dos
alunos
do
ensino
fundamental
estudam
em
escolas
sem
quadra
de
esporte.
17.
Pouco
mais de
um terço
(34,8%)
dos
alunos
do
ensino
médio
estudam
em
escolas
sem
laboratório
de
informática.
Diante
dessa
radiografia
nada
animadora,
com
diagnóstico
de
internação
urgente
do
paciente
– no
caso a
escola
pública
– em
unidade
de
tratamento
intensivo,
que
dizer
quando o
governo
federal
afirma
que até
o final
de 2010
colocará
computadores
em todas
as
escolas?
Que
dizer
quando o
Ministro
da
Educação
anuncia
que
vamos
fechar o
ano com
4,4% do
PIB
(Produto
Interno
Bruto)
aplicado
na
educação,
quando o
mínimo
seria 6%
e o
ideal
ficaria
entre 8%
e 10%?
Que
dizer
quando
descobrimos
que o
governo
gasta
aproximadamente
R$900,00
anuais
com um
aluno,
quando o
ideal é
o dobro
dessa
quantia?
Que
dizer
quando
bilhões
de
dólares
são
gastos
da noite
para o
dia para
salvar
especuladores,
agências
financiadoras
e bancos
da crise
financeira,
quando
eles
mesmos
criaram
a crise?
Como ter
uma
nação
melhor,
como
combater
os
bolsões
de
miserabilidade
nas
zonas
urbanas
e
rurais,
como
extirpar
a
corrupção
se a
última
coisa em
que se
pensa
neste
país é
educação?
E quando
pensamos
na
educação,
os
esforços
são
sempre
mínimos,
contraditórios,
recheados
de
discursos
politicamente
corretos
e com
pouca
eficácia?
Boa
qualidade
na
educação
também
depende
de boas
escolas
em
funcionamento.
Mas isso
é sonho
para
poucos.
Luz
elétrica,
banheiro,
carteiras
para
todos,
biblioteca,
laboratório
de
ciência
e de
informática
e quadra
de
esporte
passam
longe de
milhões
de
alunos
do
ensino
fundamental
e médio.
A
responsabilidade
não é só
do
governo
federal,
não se
restringe
às ações
do
Ministério
da
Educação.
Ela é
compartilhada,
e com
grande
peso,
pelos
governos
estaduais
e
municipais,
que,
respectivamente,
cuidam
do
ensino
médio e
do
ensino
fundamental.
Uma
grande
nação é
construída
pela
educação.
Uma
educação
que
trabalhe
valores
humanos,
ética,
cidadania,
espiritualidade
do ser,
humanização
das
ações,
com o
olhar
voltado
para o
futuro
enquanto
mantém
no hoje
os pés
no chão.
Apesar
do
diagnóstico
ruim,
preocupante,
afirmamos
que a
escola
pública
tem
solução,
e que
essa
solução
está
intimamente
associada
à
vontade
política
de
fazer,
de
implementar
ações
continuadas,
para que
o quadro
esteja
muito
melhor
num
prazo de
cinco a
vinte
anos.
E nossa
participação,
como
cidadãos,
nesse
processo
de
melhoria
da
escola
pública
é
imprescindível.
Pensemos
nisso!