ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Alma é Imortal
Gabriel
Delanne
(9ª
Parte)
Damos
continuidade ao estudo
do clássico A Alma é
Imortal, de Gabriel
Delanne, conforme
tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Um caso de aparição
espontânea envolvendo o
grande poeta Goethe é
mencionado por Delanne.
Como esse fato ocorreu?
R.: Goethe estava em
Weimar com seu amigo
K... quando, de súbito,
viu Frederico, outro
grande amigo, residente
em Frankfurt, que lhe
apareceu em plena rua
trajando vestes do poeta
e calçando suas
chinelas. Quando a
aparição se desfez,
Goethe percebeu que
tivera apenas uma visão,
mas não atinou com sua
causa. Teria o amigo
morrido repentinamente?
Ao chegar em casa, uma
surpresa: Frederico ali
estava, vestido com
roupas do poeta e tudo
então se explicou. Ele
chegara à casa de Goethe
todo molhado da chuva e
por isso vestira as
roupas do amigo. Depois,
adormecera numa poltrona
e sonhara ter ido ao
encontro do poeta e que
este o interpelara
assim: “Tu, aqui em
Weimar?” Desde esse dia,
Goethe acreditou noutra
vida após a terrena.
(A Alma é Imortal, págs.
95 e 96.)
B. Que lições Delanne
extraiu de um caso de
desdobramento narrado
pelo Dr. Paul Gibier em
seu livro Análise das
Coisas?
R.: No livro Análise
das Coisas, Dr. Paul
Gibier refere um caso de
desdobramento
involuntário, mas
consciente, de um moço
de trinta anos,
talentoso artista
gravador. Informações
interessantes podem ser
colhidas desse relato:
1) Ao mirar-se diante de
um espelho, o Espírito
desdobrado não viu a sua
imagem. 2) Mal se formou
nele o desejo de visitar
a casa do vizinho,
achou-se nela, de
súbito, sem saber como
pôde atravessar a parede
com tanta facilidade. 3)
Para mudar de lugar, não
era preciso mais do que
querer. Aparecia então
imediatamente onde
desejasse. Três lições
Delanne extraiu dessa
experiência. A primeira,
o fato de que a
exteriorização da alma
não resultou de uma
alucinação, porque é
inteiramente real a
visão do apartamento
vizinho, que o rapaz não
conhecia. A segunda, a
demonstração de que a
alma, quando desprendida
do corpo, possui uma
forma definida e tem o
poder de passar através
dos obstáculos
materiais, bastando-lhe
a vontade para
transportar-se aonde
queira. A terceira, a
informação de que a
alma, quando
desprendida, tem uma
vista mais penetrante do
que no estado normal,
pois que o moço via
o seu próprio
coração a bater dentro
do peito. (Obra
citada, págs. 101 a
104.)
C. Em que consiste a
bicorporeidade?
R.: Quando a aparição
anda, conversa e engole
água, isso não pode ser
uma imagem mental: é
verdadeira
materialização da alma
de um vivo. Se a imagem
se materializa
suficientemente para
abrir ou fechar uma
porta, para dar beijos,
para segurar um livro,
para conversar, etc.,
temos de admitir que em
tais fatos há mais do
que simples impressão
mental do paciente. No
curso da vida, a alma se
acha intimamente unida
ao corpo, do qual não se
separa completamente,
senão pela morte. Mas,
sob a ação de diversas
influências: sono
natural, sono provocado,
perturbações
patológicas, ou forte
emoção, lhe é possível
exteriorizar-se bastante
para se transportar,
quase instantaneamente,
a determinado lugar e,
em lá chegando,
tornar-se visível de
maneira a ser
reconhecida. Eis o que
Delanne chama de
bicorporeidade. (Obra
citada, págs. 110 a
112.)
Texto para leitura
86. Dentre os fatos de
aparições espontâneas, o
livro As Alucinações
Telepáticas,
tradução resumida dos
Fantasmas dos Vivos,
publicada em francês
pelo sr. Marillier,
mestre da Escola de
Altos Estudos, contém o
relato feito pela sra.
Pole Carew a 31-10-1883
envolvendo a escocesa
Helena Alexander, que,
momentos antes de
falecer, recebeu a
visita de sua mãe, que
ainda estava encarnada.
(Págs. 91 e 92)
87. Era madrugada quando
a sra. Reddell, que
cuidava de Helena, então
acamada, ouviu abrir-se
a porta do quarto e viu
entrar uma velha muito
gorda, vestindo uma
camisola de dormir e uma
saia de flanela
vermelha, tendo à mão um
castiçal de cobre, com
uma vela acesa. Quando,
avisados da morte de
Helena, os parentes
vieram para assistir aos
funerais, a sra. Reddell
reconheceu a velha que
estivera no quarto: era
a mãe de Helena que,
desdobrada, fora
visitá-la. (Págs. 92
e 93)
88. Se a aparição fosse
apenas uma alucinação
telepática, indaga
Delanne, como pôde abrir
a porta da casa e do
quarto? É que não houve
alucinação, mas uma
aparição verdadeira, a
mostrar que o duplo é a
reprodução exata do ser
vivo e que o corpo
físico do agente se
achava imerso em sono
durante a manifestação.
(Págs. 94 e 95)
89. Um fato que se
passou com o grande
poeta alemão Wolfgang
von Goethe reforça esse
entendimento. O poeta
estava em Weimar com seu
amigo K... quando, de
súbito, viu Frederico,
outro grande amigo,
residente em Frankfurt,
que lhe apareceu em
plena rua trajando
vestes do poeta e
calçando suas chinelas.
Quando a aparição se
desfez, Goethe percebeu
que tivera apenas uma
visão, mas não atinou
com a sua causa. Teria o
amigo morrido
repentinamente?
(Págs. 95 e 96)
90. Ao chegar em casa,
uma surpresa: Frederico
ali estava, vestido com
roupas do poeta e tudo
então se explicou. Ele
chegara à casa de Goethe
todo molhado da chuva e
por isso vestira as
roupas do amigo. Depois,
adormecera numa poltrona
e sonhara ter ido ao
encontro do poeta e que
este o interpelara
assim: “Tu, aqui em
Weimar?” Desde esse dia,
Goethe acreditou noutra
vida após a terrena.
(Pág. 96)
91. Refere a sra. Stone,
em depoimento contido na
obra As Alucinações
Telepáticas, ter
sido vista três vezes
por pessoas diversas em
lugares onde não se
achava fisicamente
presente. Após relatar
os três episódios,
Delanne observa que a
sra. Stone se desprendia
quando ela se achava de
cama. O desdobramento
explica os fatos, visto
que, numa outra
circunstância, sua
cunhada pôde ver-lhe
distinta e
simultaneamente o corpo
físico e o corpo
fluídico. (Págs. 99 e
100)
92. Em seu livro
Análise das Coisas,
Dr. Paul Gibier refere
um caso de desdobramento
involuntário, mas
consciente, de um moço
de trinta anos,
talentoso artista
gravador. Informações
interessantes podem ser
colhidas desse relato:
I) Ao mirar-se diante de
um espelho, o Espírito
desdobrado não viu a sua
imagem. II) Mal se
formou nele o desejo de
visitar a casa do
vizinho, achou-se nela,
de súbito, sem saber
como pôde atravessar a
parede com tanta
facilidade. III) Para
mudar de lugar, não era
preciso mais do que
querer. Aparecia então
imediatamente onde
desejasse. (Págs. 101
a 103)
93. Três lições podem
ser, segundo Delanne,
extraídas dessa
experiência. A primeira,
o fato de que a
exteriorização da alma
não resultou de uma
alucinação, porque é
inteiramente real a
visão do apartamento
vizinho, que o rapaz não
conhecia. A segunda, a
demonstração de que a
alma, quando desprendida
do corpo, possui uma
forma definida e tem o
poder de passar através
dos obstáculos
materiais, bastando-lhe
a vontade para
transportar-se aonde
queira. A terceira, a
informação de que a
alma, quando
desprendida, tem uma
vista mais penetrante do
que no estado normal,
pois que o moço via
o seu próprio
coração a bater dentro
do peito. (Págs. 103
e 104)
94. Uma última
observação pertinente ao
fenômeno: a
impossibilidade revelada
pelo rapaz de mover,
quando desdobrado, o
disco do parafuso de seu
lampião. Essa
impossibilidade,
peculiar a todos os
Espíritos no espaço,
decorre da rarefação do
perispírito. Pode
dar-se, porém, que -
graças a um afluxo de
energia tomada ao corpo
material - o envoltório
fluídico adquira o poder
de objetivação em grau
suficiente para atuar
sobre objetos materiais.
A aparição da mãe de
Helena Alexander
evidenciava essa
substancialidade
(veja-se o item 87 deste
resumo). (Pág.
104)
95. Delanne transcreve,
então, na seqüência de
seu livro, dois fatos de
aparições tangíveis de
vivos. (Págs. 105 a
107)
96. Os Anais
Psíquicos, edição de
setembro-outubro de
1896, narram o seguinte
fato relatado pelo sr.
Stead. No dia 13 de
outubro, um domingo, ele
viu entrar no templo a
sra. A..., cujo estado
de saúde inspirava
sérias inquietações. Um
dos membros da
congregação lhe ofereceu
um livro de preces, que
ela aceitou e
posteriormente ergueu
por várias vezes
durante o ofício
religioso. Visitando a
enferma no dia seguinte,
o sr. Stead
certificou-se de que a
sra. A... não saíra de
casa naquele domingo,
devido ao grave estado
de saúde que a retinha
no leito. (Págs. 107
e 108)
97. Depois de
transcrever um fato em
que a aparição também
conversou com as pessoas
e um outro em que o
duplo bateu à porta e
bebeu um copo d’água,
Delanne observa que
nesses fatos não mais se
trata de telepatia, mas,
sim, de bicorporeidade
completa. A aparição que
anda, conversa, engole
água não pode ser uma
imagem mental: é
verdadeira
materialização da alma
de um vivo. (Pág.
110)
98. Se a imagem se
materializa
suficientemente para
abrir ou fechar uma
porta, para dar beijos,
para segurar um livro,
para conversar, etc.,
temos de admitir que em
tais fatos há mais do
que simples impressão
mental do paciente.
(Pág. 111)
99. No curso da vida, a
alma se acha intimamente
unida ao corpo, do qual
não se separa
completamente, senão
pela morte. Mas, sob a
ação de diversas
influências: sono
natural, sono provocado,
perturbações
patológicas, ou forte
emoção, lhe é possível
exteriorizar-se bastante
para se transportar,
quase instantaneamente,
a determinado lugar e,
em lá chegando,
tornar-se visível de
maneira a ser
reconhecida. (Pág.
112)
(Continua no próximo
número.)