F. ALTAMIR DA
CUNHA
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio
Grande do Norte
(Brasil)
Livre-arbítrio e
responsabilidade
Dias difíceis os que
estamos a viver. Na
corrida vertiginosa do
ter, esquece-se da
necessidade inadiável do
ser. Luta-se constante e
incansavelmente pelas
conquistas imediatas que
possam proporcionar o
prazer e o conforto, sem
a mínima noção de
responsabilidade, que
deveria fazer parte de
todo plano, na vida.
Em nome do amor,
manifestam-se intensas
sensações do sexo; e a
permissividade
generalizou-se sob o
rótulo de modernidade.
Inegavelmente, o homem é
dotado de inteligência e
livre-arbítrio, porém,
vinculada a estes, se
encontra a
responsabilidade pelos
seus atos.
Diz o bom senso, que
toda ação deve ser
antecedida por uma
análise a respeito de
suas conseqüências, em
nós e nos outros.
Vivemos em coletividade
e o mundo é patrimônio
de todos. Nosso direito
termina onde começa o
direito dos outros.
Agir, pensando apenas
nos benefícios a
receber, sem considerar
os efeitos dessa ação
nos outros, é de certa
forma uma atitude
egoísta.
Na maioria das vezes
essa atitude gera
compromissos dolorosos,
exigindo tempo e
paciência para
repará-los.
De acordo com Joanna de
Ângelis, no livro Luz
da Esperança,
psicografado por Divaldo
Pereira Franco, entre as
ações comprometedoras
que praticamos, as mais
comuns pela sutileza do
fascínio de que são
portadoras são aquelas
que nos envolvem no jogo
dos sentimentos, movidos
pelas fortes sensações
do sexo.
Alguém já falou que nós
somos responsáveis por
aquele que cativamos. É
uma grande verdade!
Sempre que criamos
expectativas em alguém,
e depois o abandonamos
amargando em frustração,
seremos
responsabilizados por
tudo que lhe venha
acontecer, em função
dessa frustração.
Imaginemos que alguém,
através de promessas,
ilude a outro alguém,
passando a dominá-lo
emocionalmente, e depois
abandona-o; de tudo que
aconteça à pessoa
abandonada, mesmo que
por alienação e revolta,
o conquistador será
responsabilizado.
Joanna de Ângelis na
obra supracitado afirma:
“O nubente que foi
largado em solidão e
mágoa, vilmente trocado
por outrem, permanece
vinculado à tua vida,
mesmo que arrebentes os
vínculos legais que
mantinhas com ele.
Quanto lhe ocorrer de
funesto, a partir de
então, serás tu a arcar
com os ônus futuros”.
Em outro parágrafo ela
conclui: “Todos os que
amam e sofrem porque são
desprezadas pelos que
são amados, retornam ao
regaço do perverso com
os limites que decorrem
das dores que se
impuseram, a fim de
serem luarizados e
erguidos ao altar da
perfeita identificação
com o bem.”
O exposto faz-nos
compreender que ninguém
poderá se furtar aos
impositivos da lei. A
melhor regra de vida em
coletividade, para que
não venhamos a causar
dores e sofrimentos aos
outros, é tomarmos por
base o ensinamento de
Jesus: “Não fazer aos
outros, o que não
queremos que nos façam”.
Pela lei de causa e
efeito, cada pessoa será
responsabilizada por
suas ações. Mesmo que
fuja aos impositivos da
justiça terrena, não
escapará à Justiça
divina, que no tempo
certo unirá credor e
devedor para a devida
reparação.