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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 90 - 18 de Janeiro de 2009

F. ALTAMIR DA CUNHA 
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio Grande do Norte (Brasil)
 


Livre-arbítrio e responsabilidade

 
Dias difíceis os que estamos a viver. Na corrida vertiginosa do ter, esquece-se da necessidade inadiável do ser. Luta-se constante e incansavelmente pelas conquistas imediatas que possam proporcionar o prazer e o conforto, sem a mínima noção de responsabilidade, que deveria fazer parte de todo plano, na vida.

Em nome do amor, manifestam-se intensas sensações do sexo; e a permissividade generalizou-se sob o rótulo de modernidade.

Inegavelmente, o homem é dotado de inteligência e livre-arbítrio, porém, vinculada a estes, se encontra a responsabilidade pelos seus atos.

Diz o bom senso, que toda ação deve ser antecedida por uma análise a respeito de suas conseqüências, em nós e nos outros. Vivemos em coletividade e o mundo é patrimônio de todos. Nosso direito termina onde começa o direito dos outros.

Agir, pensando apenas nos benefícios a receber, sem considerar os efeitos dessa ação nos outros, é de certa forma uma atitude egoísta.

Na maioria das vezes essa atitude gera compromissos dolorosos, exigindo tempo e paciência para repará-los.

De acordo com Joanna de Ângelis, no livro Luz da Esperança, psicografado por Divaldo Pereira Franco, entre as ações comprometedoras que praticamos, as mais comuns pela sutileza do fascínio de que são portadoras são aquelas que nos envolvem no jogo dos sentimentos, movidos pelas fortes sensações do sexo.

Alguém já falou que nós somos responsáveis por aquele que cativamos. É uma grande verdade! Sempre que criamos expectativas em alguém, e depois o abandonamos amargando em frustração, seremos responsabilizados por tudo que lhe venha acontecer, em função dessa frustração.

Imaginemos que alguém, através de promessas, ilude a outro alguém, passando a dominá-lo emocionalmente, e depois abandona-o; de tudo que aconteça à pessoa abandonada, mesmo que por alienação e revolta, o conquistador será responsabilizado.

Joanna de Ângelis na obra supracitado afirma:

“O nubente que foi largado em solidão e mágoa, vilmente trocado por outrem, permanece vinculado à tua vida, mesmo que arrebentes os vínculos legais que mantinhas com ele.

Quanto lhe ocorrer de funesto, a partir de então, serás tu a arcar com os ônus futuros”.

Em outro parágrafo ela conclui: “Todos os que amam e sofrem porque são desprezadas pelos que são amados, retornam ao regaço do perverso com os limites que decorrem das dores que se impuseram, a fim de serem luarizados e erguidos ao altar da perfeita identificação com o bem.”

O exposto faz-nos compreender que ninguém poderá se furtar aos impositivos da lei. A melhor regra de vida em coletividade, para que não venhamos a causar dores e sofrimentos aos outros, é tomarmos por base o ensinamento de Jesus: “Não fazer aos outros, o que não queremos que nos façam”.

Pela lei de causa e efeito, cada pessoa será responsabilizada por suas ações. Mesmo que fuja aos impositivos da justiça terrena, não escapará à Justiça divina, que no tempo certo unirá credor e devedor para a devida reparação.

 


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