LEDA MARIA
FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
O Centro
Espírita
“Nisto
conhecerão que
sois meus
discípulos: se
vos amardes uns
aos outros.”
– Jesus
(João,13:35)
Na busca de
inspiração para
desenvolver o
tema que dá
título ao
artigo,
encontramos no
artigo do
companheiro
Vinícius Lousada,
publicado pela
Revista
Internacional de
Espiritismo
em fevereiro de
2005, a idéia,
bem colocada por
ele, de que “ser
espírita” não é
apenas entender
a Doutrina dos
Espíritos,
porque seus
princípios nos
são claros, ou
porque
freqüentamos
todas as
semanas,
rotineiramente,
uma casa
espírita para
executar tarefas
que lhe são
próprias.
Refletimos
bastante sobre
isso e, mesmo
assim, a
insatisfação
permanecia em
nosso espírito.
E, mais uma vez,
pedimos a
assistência dos
bons Espíritos
para que
pudéssemos
receber alguma
sugestão a fim
de darmos
continuidade a
nossa busca. E
ela veio através
de um texto de
Emmanuel,
psicografado
pelo nosso
bem-amado Chico
Xavier,
intitulado
“Doutrina
Espírita”, do
livro
Religião dos
Espíritos.
Diz o Instrutor
Espiritual que
“ser espírita” é
ter caráter
espírita, é ter
conduta
espírita, ainda
que possamos nos
sentir em
reajuste; que
espírita deve
ser o claro
adjetivo da
instituição onde
trabalhamos,
estudamos ou
somos
assistidos, seja
em benefício
próprio ou dos
outros, mesmo
que faltando as
passageiras
subvenções e a
honraria
terrestre.
Portanto, quando
dizemos que
freqüentamos uma
casa espírita,
significa que
essa instituição
deva ter,
efetivamente,
bem claros os
objetivos que os
postulados
espíritas trazem
em seu bojo. Se
a Doutrina
Espírita quer
dizer Doutrina
do Cristo e se
esta é a
doutrina do
aperfeiçoamento
moral, as casas
espíritas que
não atendem a
esse objetivo
não cumprem sua
tarefa que é a
da melhoria de
todos os que as
freqüentam,
através de um
trabalho de
conscientização
pela educação
dos sentimentos.
Não basta,
assim, manter a
aparência de
espírita – nós
ou a casa a qual
freqüentamos –
mas, sim,
vivenciar,
através de suas
atividades, a
experiência
religiosa que o
Espiritismo
propicia. O
Centro Espírita
não pode
continuar sendo
encarado apenas
como um
pronto-socorro
de corações
aflitos e mentes
em desalinho. É
fundamental que
se transforme
numa escola
de almas,
não apenas pelo
entendimento de
seus postulados,
mas pelo
despertar de uma
consciência
espírita no
que diz
respeito à
imensa
oportunidade de
usar esse
conhecimento
como recurso de
transformação
íntima. Allan
Kardec
deixou-nos
orientação
segura quanto a
isso, quando
afirmou, na
Revista
Espírita, de
fevereiro de
1862, o
seguinte:
“Procurai no
Espiritismo
aquilo que vos
pode melhorar.
Eis o
essencial.”
Parece-nos,
assim, que
necessitamos
“encarnar” a
mensagem
espírita em
nossas atitudes
diárias, na
forma de nos
mostrarmos ao
mundo, para que
o mundo saiba da
grandiosidade
dos princípios
que abraçamos. E
onde poderemos
encontrar o
caminho para
isso, senão no
Centro Espírita?
É uma meta a ser
alcançada, e
para que ela se
concretize, é
necessária a
participação de
todos os
envolvidos na
dinâmica da
instituição, ou
seja: seus
dirigentes,
trabalhadores
(todos somos
trabalhadores de
Jesus e de mais
ninguém) e
assistidos
(todos ainda
somos assistidos
nas nossas
deficiências e
dificuldades).
Privilégios de
títulos e
recursos
financeiros,
purismo
doutrinário
exagerado que
cega mentes e
isola o grupo,
preconceito e
sectarismo, têm
sido alguns dos
“malfeitores”
que atacam o
grupo espírita,
levando o
desequilíbrio a
todos os
responsáveis
pela manutenção
das tarefas.
Vaidade,
personalismo -
orgulho centrado
no EU - e
melindres,
outros “bandidos
da alma”, têm
levado ao
afastamento das
atividades e da
própria fé
trabalhadores de
boa vontade que,
infelizmente,
não toleram as
críticas
construtivas que
podem alertá-los
para a
necessidade da
renovação de
conduta, sejam
elas pessoais,
que acabam por
interferir nas
decisões
administrativas,
sejam na
organização das
tarefas
pertinentes à
instituição.
Com o
afastamento de
trabalhadores e
dirigentes, em
diferentes
níveis de
responsabilidade,
o grupo acaba
por se
dissolver, os
trabalhos passam
a não atender a
finalidade para
as quais foram
criados, e o
caminho fica
aberto àqueles
companheiros que
desejam e lutam
para que se
feche mais um
ponto de Luz.
A invigilância
de muitos
companheiros na
não aceitação da
necessidade de
reformularem
seus conceitos
pessoais ou
grupais acaba
por encerrar,
com grandes
prejuízos morais
para todos, um
trabalho que
deveria ser
fonte de
esclarecimentos
e renovação para
muitos corações,
sinceramente
desejosos de
crescimento
espiritual.
Meus irmãos, é
hora de revisão,
não dos
postulados e
princípios
espíritas, mas
da forma como os
estamos
compreendendo e
transmitindo.
Vamos vivenciar
e divulgar a
Doutrina
Espírita com
alegria, pois
existe
severidade
demais entre
alguns dos
nossos corações
bem-amados.
Vamos trabalhar
com
responsabilidade
ante a tarefa
que nos foi
colocada nas
mãos, procurando
estudar
seriamente as
bases
doutrinárias.
Sabemos tão
pouco dos seus
alicerces - e
nos preocupamos
tanto com o
teto! Não nos
esqueçamos de
que um dia virá
em que seremos
convidados a
prestar contas a
ela.
Na Esfera
Superior, somos
vistos pelo que
fazemos.
“Amai-vos e
instruí-vos”,
disse Kardec.
Que se cumpram,
pois, as suas
palavras.