Júlia indaga: – O trabalho
pode ser considerado uma
expiação?
No sentido em que a palavra
expiação é conceituada no
Espiritismo, não; o trabalho
não é expiação, é uma
necessidade humana, inerente
aos objetivos da encarnação
dos Espíritos, tal como está
claramente definido na
questão 132 d´O Livro dos
Espíritos.
É evidente que, embora nada
tenha que ver com expiação,
pode o trabalho, em certos
casos, ter também uma
finalidade expiatória. Abel
Gomes cita em sua obra um
caso interessante em que um
amigo que levara muitas
famílias a contrair a
tuberculose reencarnou com
tarefa na área médica, na
qual, especialista em
tisiologia, teve de passar
grande parte da existência
cuidando de tuberculosos.
Nessa existência como
médico, ele praticamente não
pôde constituir família
porquanto àquela época os
sanatórios ficavam retirados
da cidade e formavam, em
verdade, uma espécie de
comunidade integrada pelos
enfermos e pelas pessoas que
deles cuidavam.
O trabalho como médico não
era em si uma expiação, mas
a dureza da profissão e as
condições de sua realização,
sim. É nesse sentido que,
segundo penso, ele pode ter
também um caráter
expiatório.
|