Recursos
de
sublimação
"No
mundo
tereis
aflições..."
Jesus
(João,
16:33)
A frase
messiânica
em
epígrafe,
explícita
e
desprovida
de
subterfúgios,
prende-se
não
somente
ao
fato
de
estarmos
espiritualmente
onerados
pelos
pretéritos
equívocos,
mas
significa,
principalmente,
que a
rota
ascensional
que
nos
levará,
enfim,
aos
remansosos
pastos
espirituais
das
Regiões
Superiores,
está
inçada
de
sarças
e
espinhos
ferintes...
Nesse
passo, a
dor, o
obstáculo,
a
dificuldade,
o
trabalho
e a luta
árdua
são os
recursos
de
sublimação
que o
Pai
Celestial
faculta
a todas
as Suas
criaturas,
sem
exceções
ou
privilégios,
visando
o fanal
a que
todos
estamos
destinados:
a
perfeição!...
Assumem,
nesse
contexto,
grande
importância
a
obediência
(consentimento
da
razão) e
a
resignação
(consentimento
do
coração)
mencionadas
por
Lázaro(1),
vez que
ambas,
conduzem
o fardo
das
provações
que a
revolta
insensata
deixa
cair.
A terra,
rasgada
pelo
arado,
plenifica-se
de
flores e
frutos
em suas
leiras
retificadas.
A poda
agressiva,
afeando
a
árvore,
cobre-a,
depois,
de nova
robustez,
habilitando-a
à beleza
e à
fartura.
Abandonando
o
aconchego
da
fonte,
a água
humilde,
cujo
filão
insignificante
sofre
todas as
vicissitudes
do
percurso,
partilha,
finalmente,
da
grandeza
do
mar...
Tal
acontece
tanto no
âmbito
da
Natureza
quanto
no reino
complexo
da
Alma...
Esclarece
Emmanuel
(2):
"(...) A
corrigenda
é
sempre
rude,
desagradável,
amargurosa;
mas, naqueles
que lhe
aceitam
a luz,
resulta
sempre
em
frutos
abençoados
de
experiência,
conhecimento,
compreensão
e
justiça.
A terra,
a árvore
e a água
suportam-na
através
de
constrangimento,
mas o
Homem,
campeão
da
inteligência
no
Planeta,
é livre
para
recebê-la
e
ambientá-la
no
próprio
coração.
O
problema
da
felicidade
pessoal,
por
isso
mesmo,
nunca
será
resolvido
pela
fuga
ao
processo
reparador.
Exterioriza-se
a
correção
celeste
em todos
os
ângulos
da
Terra.
Raros,
contudo,
lhe
aceitam
a
bênção,
porque
semelhante
dádiva,
na maior
parte
das
vezes,
não
chega
envolvida
em
arminho,
e,
quando
levada
aos
lábios,
não se
assemelha
a
saboroso
confeito.
Surge,
revestida
de
acúleos
ou
misturada
de fel,
à guisa
de
remédio
curativo
e
salutar.
Não
percas,
portanto,
a luta e
o
trabalho,
consciente
de que a
dor e o
obstáculo
são
preciosas
oportunidades
de
aperfeiçoamento,
são os
recursos
de
sublimação
que nos
compete
aproveitar."
Conhecendo
todos
esses
mecanismos
que a
divina
Misericórdia
colocou
na senda
humana
para a
felicidade
e
glória
da
criatura,
com o
fito de
ensejar-lhe
a
emancipação
espiritual
é que
o "Severo
Tapeceiro
Tarsense"
proclamou
enfático
(3):
"E, na
verdade,
toda
correção,
no
presente,
não
parece
ser de
gozo,
senão de
tristeza,
mas,
depois,
produz
um fruto
pacífico
de
justiça
nos
exercitados
por
ela."
Lembremo-nos
de
que,
após
as
cruentas
e
aflitivas
dores do
parto, a
mulher
acalenta
em seus
braços,
em
transportes
de
júbilo,
o
rebento
amado...
Em seu
ímpar e
lúcido
raciocínio,
completa
o Mestre
Lionês
(4):
"(...)
No
que nos
aflige,
só
vemos,
em
geral, o
presente
e não as
ulteriores
conseqüências
favoráveis
que
possa
ter a
nossa
aflição.
Muitas
vezes, o
bem é a
conseqüência
de um
mal
passageiro,
como a
cura de
uma
enfermidade
é o
resultado
dos
meios
dolorosos
que se
empregaram
para
combatê-la.
Em
todos
os
casos
devemos
nos
submeter
à
vontade
de
Deus,
suportar
com
coragem
as
tribulações
da Vida,
se
queremos
que
elas
nos
sejam
levadas
em
conta e
que se
nos
possa
aplicar
estas
palavras
de
Jesus:
"Bem-aventurados
os que
sofrem."
Portanto,
por mais
acerbas
se nos
apresentem
as
lutas e
vicissitudes,
perseveremos
impertérritos,
certos
de que
Jesus
nos
aguarda
após o
limiar
da
"porta
estreita".
Referências:
(1)
KARDEC,
Allan.
O
Evangelho
segundo
o
Espiritismo.
125
ed., Rio
[de
Janeiro]:
FEB,
2006,
cap. IX,
item 8.
(2) XAVIER,
F.
Cândido.
Fonte
Viva.
10 ed.,
Rio [de
Janeiro]:
FEB,
1982,
capítulo
6.
(3) Hebreus,
12:11.
(4) KARDEC,
Allan.
O
Evangelho
Seg. o
Espiritismo.
125
ed., Rio
[de
Janeiro]:
FEB,
2006,
cap.
XXVIII.