EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
A
fé que move
montanhas
“Senhor, eu
não sou digno de
que entreis em
minha morada”
(Mateus,
8:5-11.)
Quando Jesus
entrou na cidade
de Cafarnaum, um
oficial romano
foi encontrar-se
com ele e pediu
que curasse o
seu empregado.
Ele disse: –
Senhor, o meu
empregado está
na minha casa,
tão doente, que
não pode nem se
mexer na cama.
Ele está
sofrendo
demais. – Eu
vou lá curá-lo!
- disse Jesus.
O oficial romano
respondeu: –
Senhor, eu não
sou digno de que
entreis em minha
morada, mas
dizei uma só
palavra e o meu
servo será
curado. Eu
também estou
debaixo da
autoridade de
oficiais
superiores e
tenho soldado
que obedecem às
minhas ordens.
Digo para um;
“Vá lá”, e ele
vai. Digo para
outro: “Venha
cá”, e ele vem.
E digo também
para o meu
empregado: “Faça
isto”, e ele
faz.
Quando Jesus
ouviu isso,
ficou muito
admirado e disse
aos que o
seguiam: – Eu
afirmo a vocês
que isto é
verdade; nunca
vi tamanha fé,
nem mesmo entre
o povo de
Israel! E digo a
vocês que muita
gente vai chegar
do Leste e do
Oeste e se
sentar à mesa no
Reino do Céu com
Abraão, Isaque e
Jacó, e não
aparecerá um
indivíduo com
tanta confiança
igual a este
homem.
O oficial romano
além de ter
muita fé,
acreditou na
autoridade moral
de Jesus, por
isso o seu
soldado foi
curado a longa
distância. A Fé
quando gerada no
coração, com
muita vontade e
confiança, tem
uma força direta
e transformadora
na ação
magnética. O ser
humano interage
sobre o fluido,
agente
universal,
modificando suas
qualidades e
elementos de
acordo com o que
cada ser emana
nos seus
pensamentos,
dando-lhe a
impulsão
desejada. Por
isso, aquele que
tem um grande
poder fluídico,
através da sua
força mental,
juntando-se com
uma fé fervorosa
e com a vontade
dirigida para a
bondade, pode
operar fenômenos
estranhos de
cura, a curta ou
a longa
distância, como
foi o caso do
oficial romano
que acreditou na
cura do seu
soldado.
Tal o motivo
pelo qual Jesus
disse aos
apóstolos: – Se
não haveis
curado é que não
tínheis fé”, a
fé é algo
intrínseco no
ser humano,
tributo natural
do Espírito; é
um sentimento
plantado por
“Deus” em nossas
consciências.
Sendo que esta
fé pode ser
manifestada com
diferentes
nuances, em cada
uma das diversas
religiões,
compreendendo
que o divino se
revela na
capacidade
evolutiva de
cada ser,
dependendo da
maneira como
cada um
interpreta o
Criador.
A fé é força
motriz que vai
sendo afinada no
exercício da
oração, da
caridade e do
amor
incondicional; a
fé ilumina o
coração,
ultrapassando o
âmbito da crença
religiosa, aonde
o Espírito se
refaz na energia
que emana do seu
próprio íntimo.
A palavra fé vem
do latim: que
significa “fides”,
e o termo pode
ser empregado em
duas categorias:
profana ou
religiosa. No
sentido profano,
significa dar
crédito na
existência do
fato, fazer bom
juízo sobre
alguém,
expressar
sinceridade no
modo de agir
etc. Quando o
testemunho, no
qual se baseia a
confiança
absoluta, é a
revelação
divina, fala-se
de fé no seu
sentido
religioso. A fé,
neste sentido,
não é um ato
irracional. Com
efeito, o
espírito humano
só pode aderir
incondicionalmente
a um objeto
quando possui a
certeza de que é
verdadeiro.
Muitos homens
estudiosos
aliaram a fé com
a ciência; sendo
que esta
ferramenta que
comprova e
descobre oferece
ao ser humano o
conhecimento das
leis da natureza
concreta; ao
contrário, a fé
transporta o
homem à
transcendência
do mundo
invisível.
A ciência gera a
investigação
metodológica do
mundo visível; a
fé se desenvolve
na confiança e
na esperança do
nosso Criador.
A ciência
precisa de
provas e
pesquisas; a fé
requer
compreensão e
benevolência; a
ciência exige
estudo e
prática; a fé
exige
contemplação,
entendimento e
movimento.
Há um ponto
sutil entre a
ciência e a fé;
aonde termina o
limite estreito
da ciência,
começa o espaço
infindável da
fé. O homem da
ciência estuda
para entender; o
homem da fé
pratica a
caridade para
desabrochar este
sentimento.
Ambas se
completam e se
auxiliam
mutuamente.
Podemos citar
alguns
pensadores e
cientistas que
aliaram estas
duas asas:
– Max Planck
(1858-1947),
prêmio Nobel de
Física em 1918,
pela descoberta
do “quantum” de
energia,
dizendo: “O
impulso de nosso
conhecimento
exige que se
relacione a
ordem do
universo com
Deus”.
– Antoine Henri
Becquerel
(1852-1908),
Nobel de Física
em 1903,
descobridor da
radioatividade,
afirmou: “Foram
minhas pesquisas
que me levaram a
Deus”.
– Andrews
Millikan
(1868-1953),
prêmio Nobel de
Física, em 1923,
pela descoberta
da carga
elétrica
elementar: “A
negação de Deus
carece de toda
base
científica”.
– Albert
Einstein
(1879-1955),
Nobel de Física
em 1921, pela
descoberta do
efeito
fotoelétrico:
“Quanto mais
acredito na
ciência, mais
acredito em
Deus”. “O
universo é
inexplicável sem
Deus”.
– Erwin
Schorödinger
(1887-1961),
prêmio Nobel de
Física em 1933,
pelo
descobrimento de
novas fórmulas
da energia
atômica: “A obra
mais eficaz,
segundo a
Mecânica
Quântica, é a
obra de Deus”.
– Voltaire
(1694-1778),
racionalista e
inimigo sagaz da
fé católica, foi
obrigado a
dizer: “O mundo
me perturba e
não posso
imaginar que
este relógio
funcione e não
tenha tido um
relojoeiro”.
– Edward
Mitchell,
astronauta da
Apolo 14, um dos
primeiros homens
a pisar na Lua:
“O Universo é a
verdadeira
revelação da
divindade, uma
prova da ordem
universal da
existência de
uma inteligência
acima de tudo o
que podemos
compreender”.
Seria lógico
analisarmos que
a fé e a ciência
se entrelaçam;
tendo a ciência
o papel de
livrar a fé da
cegueira; e a fé
orientando a
ciência a não
cair num
materialismo
radical. A fé
precisa ser
amparada sob a
ótica da ciência
para não ser
míope e nem cair
no misticismo,
tornando-se
fanática e
doentia; como a
ciência precisa
ser auxiliada
pela fé, para
não virar uma
ferramenta a
serviço da
destruição da
humanidade.
A fé, através da
oração e da
meditação, vem
sendo comprovada
por pesquisas
científicas,
como afirma o
radiologista
Andrew Newberg,
da Universidade
da Pensilvânia,
que submeteu o
cérebro de
budistas do
Tibet em
profunda
meditação a
exames
tomográficos, e
consequente
acompanhamento
da atividade
cerebral após
injeções de
soluções
radioativas na
veia. Este
estudo também
foi repetido com
freiras em
oração.
Chegou-se à
conclusão que
tanto a
meditação como
as orações
desligaram os
circuitos
cerebrais que
controlam a
noção de limites
físicos do ser
humano. Seria a
explicação
bioquímica para
a sensação de
transcendência e
o alto grau de
concentração
mental obtidos
com a meditação.
O médico
americano, Dr.
Harold Koenig,
formado pela
Universidade da
Califórnia, com
especializações
em Geriatria,
Psiquiatria e
Bioestatística,
fez inúmeras
pesquisas no
campo da ciência
com relação à
espiritualidade,
chegando à
conclusão que as
pessoas que oram
regularmente e
possuem práticas
religiosas
apresentam
melhor sistema
imunológico, ou
seja, adoecem
menos, e, quando
doentes, superam
melhor a
enfermidade.
Aponta também,
que pessoas com
fé reduzem a
incidência de
doenças
cardiovasculares,
câncer, pressão
alta, entre
outros males,
além do tempo de
sobrevivência
maior no caso de
doenças graves,
como o câncer e
o HIV.
O psiquiatra
Frederico Camelo
Leão afirma que
“pessoas com
atitude positiva
e fé têm saúde
melhor”; ele
defendeu a tese
de doutorado
sobre o assunto
no Hospital das
Clínicas de São
Paulo. “Isso
vale tanto para
a
espiritualidade
intrínseca,
quando a pessoa
é voltada a seus
valores
internos, quanto
à extrínseca,
quando a pessoa
se associa a
grupos e
cerimônias”.
David Myers,
professor de
psicologia da
Faculdade Hope,
em Michigan
(EUA), fez uma
pesquisa
afirmando que
pessoas com fé
religiosa
conseguem
melhorar o
funcionamento de
seu sistema
imunológico.
“Ter uma fé
ativa é tão
fortemente
associado à
longevidade,
quanto ao hábito
de não fumar”.
Um grupo de
pesquisadores da
Dana-Farber
Cancer Institute
e da Escola de
Medicina da
Universidade de
Harvard realizou
uma pesquisa,
publicada no
Journal of
Clinical
Oncology,
em
fevereiro
(2007), para
avaliar a
importância e a
influência da
religiosidade e
da
espiritualidade
sobre os
pacientes com
câncer em
estágios
terminais. “A
religiosidade e
a fé são
questões
presentes, de
forma marcante,
na vida de
muitas pessoas,
seja em momentos
de alegria, seja
em situações
delicadas ou
difíceis, como
durante uma
doença com
poucas
possibilidades
de cura.”
A fé é o
combustível para
entendermos as
engrenagens do
nosso universo
íntimo, sendo
que somos
fagulhas
celestiais,
energias geradas
pelo cosmo
divino. Esta fé
nos dá o
sustento e o
equilíbrio para
uma vida mental
saudável; ela é
a geradora da
esperança, da
resignação, da
compreensão e da
humildade. A fé
nos mostra que
somos pequenos
grãos de areia
perante a
perfeição de
“Deus”.
Este sentimento
desperto em
nossa alma
cura-nos das
nossas doenças e
mazelas do
Espírito;
intercede por
aqueles que
sofrem; liga-nos
através da prece
com nosso
Criador,
alimentando-nos
de esperança e
de paz.
– A prece é
agradável a
Deus? "A prece é
sempre agradável
a Deus, quando
ditada pelo
coração, porque
a intenção é
tudo para Ele. A
prece do coração
é preferível à
que podes ler,
por mais bela
que seja, se a
leres mais com
os lábios que
com o
pensamento. A
prece é
agradável a Deus
quando é
proferida com
fé, com fervor e
sinceridade. Não
creias, pois,
que Deus seja
tocado pelo
homem vão,
orgulhoso e
egoísta, a menos
que sua prece
represente um
ato de sincero
arrependimento e
de verdadeira
humildade." (O
Livro dos
Espíritos,
pergunta 658.)