Beneficência
esquecida
Na solução aos
problemas da
caridade, não
olvides a
beneficência do
campo mais
íntimo, que
tanta vez
relegamos à
indiferença.
Prega a
fraternidade,
aproveitando a
tribuna que te
componha os
gestos e
discipline a
voz; no entanto,
recebe na
propriedade ou
no lar, por
verdadeiros
irmãos, os
companheiros de
luta,
assalariados a
teu serviço.
Esclarece os
Espíritos
conturbados e
sofredores nos
círculos
consagrados ao
socorro daqueles
que caíram em
desajuste
mental; contudo,
acolhe com
redobrado
carinho os
parentes
desorientados
que a provação
desequilibra ou
ensandece.
Auxilia a erguer
abrigos de
ternura para as
crianças
abandonadas;
todavia, abraça
em casa os
filhinhos que
Deus te deu,
conduzindo-lhes
a mente
infantil,
através do
próprio exemplo,
ao santuário do
dever e do
trabalho, do
amor e da
educação.
Espalha a
doutrina de paz
que te abençoa a
senda,
divulgando-a,
por intermédio
do conceito
brilhante que te
reponta da pena,
mas não olvides
exercê-la em ti
próprio, ainda
mesmo à custa de
aflição e de
sacrifício. para
que o teu passo,
entre as quatro
paredes do
instituto
doméstico, seja
um marco de luz
para os que te
acompanham.
Cede aos
necessitados
daquilo que
reténs no curso
das horas...
Dá, porém, de ti
mesmo aos
semelhantes, em
bondade e
serviço,
reconforto e
perdão, cada vez
que alguém se
revele faminto
de proteção e
desculpa,
entendimento e
carinho.
Beneficência!
Beneficência!
Não lhe manches
a taça com o
veneno da
exibição, nem
lhe tisnes a
fonte com o lodo
da vaidade!
Recebe-lhe as
sugestões de
amor no imo do
coração e,
buscando-a
primeiramente
nos escaninhos
da. própria
alma, sentiremos
nós todos a
intraduzível
felicidade que
se derrama da
felicidade que
venhamos a
propiciar aos
outros,
conquistando,
por fim, a
alegria sublime
que foge ao
alarde dos
homens para
dilatar-se no
silêncio de
Deus.
Do cap. 5 do
livro
Religião dos
Espíritos,
psicografado
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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