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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 93 - 8 de Fevereiro de 2009

EDUARDO AUGUSTO LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São Paulo (Brasil)
 

Pensamento e Vontade
 

“Tendes ouvido o que foi dito: Não cometereis adultério. Mas eu vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher com mau desejo já cometeu no seu coração adultério com ela” (Jesus. Evangelho de Mateus, 5:27). 

Quando foram pronunciadas, há mais de 2.000 anos, as palavras do Mestre Jesus, devem ter causado estranheza aos participantes do inolvidável sermão da montanha.  

Na época, Jesus trazia a lei do amor incondicional. O conceito de adultério, até então, era somente relacionado ao fato em si.  

Mas Jesus esclarece que também aquele que pensa em adulterar estará assumindo graves responsabilidades com a sua consciência em relação ao fato.  
O Mestre quis demonstrar que somos responsáveis não só pelo que fazemos, mas, também, pelo que falamos e pensamos.  

E sendo o pensamento a “raiz” do que iremos falar, ou fazer, isso o coloca em altíssimo grau de importância, pois somos o que pensamos. 

É fácil entendermos a afirmação de Jesus. Um pensamento de adultério se irradiará na direção da pessoa que se deseja, influenciando-a com essa energia negativa, perturbando-a com a idéia de traição e sedução, podendo perdurar dias e noites. Perante as Leis Divinas, essa pessoa que projetou o pensamento é responsável por todo mal que for feito por ele. 

Grande é a responsabilidade que temos com os nossos pensamentos.  

Ao analisarmos a profundidade do ensinamento de Jesus, percebemos como é de alta relevância compreender o funcionamento dessas energias mentais para conseguirmos, realmente, a nossa tão desejada transformação moral. 

Nós somos filhos da divindade, e possuíamos a força do pensamento. Nosso poder mental criador, centelha da mente de “Deus”, permite-nos edificar a paz, pois, “O reino de Deus está dentro de vós” ou criar as trevas íntimas no cerne da alma; a escolha é sempre nossa, paraíso e inferno é grau de consciência. 

Todos nós somos usinas mentais, criando e empregando o pensamento e a vontade. O ser atua sobre os fluidos espirituais, construindo os seus mundos particulares, valendo-se do laboratório vivo do astral. 

Por meio das vibrações do perispírito, pode provocar fenômenos luminosos, acústicos ou olfativos agradáveis ou desagradáveis.

As construções do mundo invisível revelam uma grande semelhança com as de Terra, uma vez que é elaborada a partir do gosto estético ou das recordações dos seus arquitetos.  

Em regiões elevadas moralmente, onde reina o Belo e o Bem, desfilam criações inimagináveis, cidades, jardins, bosques, cuja beleza ultrapassa a dos toscos parâmetros terrenos. 

Por outro lado, infestam o invisível inferior ambiente de horror indescritível, produtos das mentes enlouquecidas pelo ódio, pelo sofrimento, pelo remorso, gerando cenas macabras que atormentam, sobretudo assassinos e suicidas.  

Pela lei de atração e afinidade, reúnem-se ali grupos ou falanges de Espíritos, alimentando, assim, seus próprios infernos, fortalecendo as algemas que os escravizam a esses antros infernais.  

Os nossos pensamentos, sentimentos, tendências e caráter acabam atraindo as companhias espirituais com as quais temos afinidade: “Dize-me com quem tu andas e eu te direi quem tu és”.  

Daí a necessidade de educar nossas mentes, elevando-lhes o padrão vibratório, vigiando o pensamento contra o assalto das trevas, instaurando, assim, a nossa própria paz. 

As ondas mentais são energias emitidas pela mente, e que podem ser analisadas de acordo com o teor da sua frequência vibratória.  

São elas que possibilitam estabelecer a sintonia com outras mentes encarnadas ou desencarnadas. Quanto maior a direção no Bem, maior será a frequência da nossa onda mental.  

Assim sendo, eleva a frequência vibratória tudo aquilo que reflete a essência de uma virtude: a bondade, o perdão, a tolerância, a compreensão, a caridade, a solidariedade, a benevolência, uma leitura edificante, uma oração...  
 

Com o mesmo mecanismo acontece com as nossas irradiações negativas. Assim, se nos colocarmos a produzir pensamentos que ninguém conhecerá sobre a mulher ou o homem do próximo, estaremos projetando formas-pensamento negativas à pessoa alvo, que até poderão causar-lhe algum malefício.  

Independentemente disto, nós já teremos certa quota de responsabilidade e negatividade perante as Leis Divinas, por causa da semeadura infeliz.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita