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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 93 - 8 de Fevereiro de 2009

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS 
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, Distrito Federal (Brasil)

Os pais do mundo
contemporâneo


No dia 6 de dezembro de 1883, próximo aos cedros milenares, em uma montanha no Líbano, nascia Gibran Khalil Gibran. Ele teve oportunidade de ir aos Estados Unidos e lá exteriorizar toda a beleza que jazia em sua alma em forma de pinturas místicas e de uma literatura comovente e atual. 

Ele escreveu obras notáveis. Em uma delas encontramos o poema “Os filhos” (1), que transcrevemos abaixo: 

E uma mulher que carregava o filho nos braços disse: “Fala-nos dos filhos”. E ele disse: 

“Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Vêm através de vós, mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Podereis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,

Porque eles têm seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;

Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,

Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:

Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável”. 

Interessante, profundo e atual o pensamento desse homem que desconhecia os ensinamentos espíritas. E nos força a seguinte pergunta: Como estão os pais da atualidade? 

– Os pais estão preocupadíssimos em darem coisas do que em darem-se. Dar a coisa é uma forma de se ver livre, dar-se é uma oportunidade de oferecer e exercitar o amor. O que não ocorre na atual conjuntura. Então, é preferível dar o videogame para a criança e não orientá-la e acompanhá-la em seu desenvolvimento; é melhor dar a motocicleta para o adolescente e não guiá-lo em seus conflitos; é mais cômodo dar o automóvel para o filho, para ele matar os outros e matar-se. Porque os pais da modernidade não têm tempo, ou chegam a casa cansados, enfim, há milhares de desculpas para não educar o ser reencarnante; 

– Os pais obrigam seus filhos a pensarem como eles. Mas esquecem-se de que seus filhos têm os próprios pensamentos, pois são Espíritos milenares. Assim, encontramos conflitos na relação pais e filhos, porque os primeiros querem impor uma forma de pensamento ou a profissão a ser seguida etc. Sendo que a única coisa que de fato se pode outorgar é o amor, os pensamentos podem ser apresentados, nunca impostos!; 

– Há, também, os pais que tiveram grande satisfação em trazer os filhos ao mundo, mas não têm a mesma alegria para cuidar deles. Deste modo, embora tenham pais biológicos, temos dentro de um mesmo lar jovens que são órfãos porque seus pais não cuidam deles, não dialogam, nem querem saber como os filhos estão... Os filhos são seres estranhos que apenas se alimentam e dormem no lar, mas desconhecem os pais e estes aos filhos;  

– Há os pais excessivamente liberais, que deixam seus filhos fazerem o que bem entenderem. Ou ainda aqueles pais extremamente opressores, que agridem de várias maneiras seus filhos criando um ódio interior nesses, ao invés do respeito e do amor que deveriam ter. Existem também os pais que mimam os filhos e não deixam que eles evoluam, os protegem excessivamente impedindo que eles criem asas para emanciparem-se. 

Diante do exposto, percebemos que no palco das reencarnações nós assumimos infinitos personagens. Podemos ser filhos, irmãos, maridos, esposas, pais... Tudo isso de um modo temporário, porque somos em realidade irmãos, oriundos do Sempiterno. 

Quando os pais se esquecem de que os filhos reencarnados são seres milenares e que carecem de uma boa base para a evolução, o grande “Arqueiro” pergunta-lhes: “Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?” e os pais que tiverem falhado, quais arcos, serão encurvados pelo Arqueiro e deverão retornar para que a tarefa seja realizada com êxito. 

A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.” (2) 

Por outro lado, os pais que tudo tiverem feito (tudo mesmo) para a melhoria dos filhos e estes não conseguirem seguir uma trajetória ética e cristã, nada temerão. Pelo contrário, deverão permanecer com suas consciências tranquilas porque o Onipotente tudo sabe e reconhecerá, certamente, o trabalho hercúleo desses pais abnegados. 

Os pais do mundo atual devem compreender que o ato de educar os filhos é de extrema importância e, no cadinho doméstico, se iniciam essas etapas educativas. 

Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro.” (3)

 

Referências:

[1] GIBRAN, Khalil Gibran. Os filhos. In: O Profeta. Rio de Janeiro. ACIGI

[2] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 120 ed. Rio de Janeiro. FEB, 2002.

[3] Idem, 2002.

 


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