André Motta, de São Paulo
(SP), dirigiu-nos as
seguintes perguntas: 1) Já
sonhei, no período da tarde,
com pessoas que estavam
efetivamente acordadas
naqueles momentos. Como
explicar tal fato? 2)
Crianças que são adotadas em
tenra idade, após a
desencarnação, mantêm
contato com a família
biológica? 3) Durante o
repouso físico, o Espírito
sempre abandona a
vestimenta carnal? 4) Em
meados da década de 90, um
ator/dublador brasileiro foi
morto durante o sono, vítima
de um projétil perdido que o
atingiu na cama. Li, tempos
atrás, que a desencarnação
sempre ocorre com a presença
do Espírito. Como explicar
tal caso?
Eis, de forma resumida, as
respostas, de acordo com o
que nos é ensinado pela
Doutrina Espírita:
1) Quando dormimos, nossa
alma liberta-se
temporariamente do corpo e
podemos assim ter contatos
com outras pessoas,
encarnadas ou não, estejam
estas dormindo ou acordadas.
O fato se explica pela
capacidade que a alma tem de
emancipar-se. O chamado
sonho é, então, a recordação
do que se deu nesses
momentos.
2) Conforme lição assinada
por Emmanuel, a criança
adotada não é estranha à
pessoa que decidiu adotá-la.
Já teria havido entre elas
um relacionamento no passado
e essa é a razão pela qual
muitos decidem adotar uma
criança que jamais viram e
mesmo quando já haviam
escolhido um outro tipo de
pessoa, levados por um
impulso que não conseguem
explicar. Com respeito aos
pais biológicos, pode ser
que haja ou não um
relacionamento anterior
entre eles e a criança e,
sendo assim, um contato
posterior à desencarnação
entre tais pessoas é
perfeitamente possível.
3) Nem sempre a alma se
desprende da vestimenta
carnal e daí se afasta. Há
aquelas que, mesmo durante o
sono, parecem que dormem ao
lado do corpo. Mas
certamente isso deve
abranger um pequeno número
dentre os encarnados.
4) Não é a desencarnação
mas, sim, o perigo que
ameaça a vida de uma pessoa
que faz com que sua alma
volte e assista ao ato que
lhe provocará a morte
corpórea. E esse retorno ao
local dos acontecimentos não
se dá apenas nesses casos,
mas em outras situações
também, como Kardec já
observou em artigo publicado
na Revista Espírita.
Finalmente, é bom que o
leitor saiba que usamos o
vocábulo alma quando nos
referimos ao ser espiritual
encarnado, e Espírito quando
nos referimos ao ser
desencanado.
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