Carta a meu Pai
Paulo Sérgio Milliet
Duarte da Costa e Silva
Ninguém te ouviu a prece
de esperança,
Quando entregaste ao
berço, de mansinho,
Meu pobre coração de
passarinho
Engastado no corpo de
criança.
Calado herói do bem que
não descansa,
Tanta vez a lutar, mudo
e sozinho,
Ninguém te enxerga o
pranto de carinho
Com que me guardas vivo
na lembrança.
É por isso, meu Pai, que
dia a dia
Varo a senda da névoa
espessa e fria,
Que o sepulcro de
lágrimas nos junca,
Para ofertar-te, ao
peito brando e forte,
A certeza da vida além
da morte,
Na luz do Amor que não
se apaga nunca.
Do livro
“Antologia dos
Imortais”, obra
psicografada pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.