168. Fechando a edição
de novembro, Erasto
disserta sobre a origem
da linguagem. Eis
algumas informações
contidas nessa
comunicação: I - A
Humanidade já atravessou
três grandes períodos: a
fase bárbara, a fase
hebraica e pagã e a fase
cristã: a esta última
sucederá a fase
espírita. II - Entre os
grupos étnicos brutos,
onde as sensações
grosseiras dominavam,
começaram a aparecer
alguns seres superiores,
com a tarefa de
conduzi-las a uma fase
melhor. III - A
linguagem propriamente
dita, como a vida
social, não começou a
ter um caráter certo
senão a partir da fase
hebraica e pagã. IV - A
língua primitiva foi
uniforme, mas, à medida
que crescia o número de
pastores, estes
constituíam novas
famílias e daí novas
tribos, diferenciando-se
gradativamente a língua
então usada. Desse modo
foi que surgiram os
diferentes idiomas. V -
A Humanidade marcha
agora para uma língua
única, como consequência
forçada de uma
comunidade de ideias em
moral, em política e,
sobretudo, em religião.
(N.R.: O
Esperanto, a
língua criada pelo
médico polonês L.
Zamenhof, foi idealizado
em 1887, vinte e cinco
anos depois da mensagem
de Erasto.) (PP. 351
a 354)
169. Fato curioso: a
Revue , em sua
edição de novembro de
1862, informa a um
leitor de La Calle,
Argélia, que “O Livro
dos Espíritos” e “O
Livro dos Médiuns” não
tinham sido ainda
traduzidos para o
italiano. (P. 354)
170. Um artigo de Kardec
sobre causas da obsessão
e meios de combatê-la é
a principal matéria do
número de dezembro de
1862, da qual extraímos
os seguintes
ensinamentos: I - Se um
Espírito quiser agir
sobre uma pessoa, dela
se aproxima, envolve-a
com o seu perispírito,
como num manto; os
fluidos se penetram, os
pensamentos e as
vontades se confundem e,
então, pode o Espírito
servir-se daquele corpo
como se fora o seu.
Assim se dá na
mediunidade. II - Se o
Espírito for bom, sua
ação será suave e
benéfica; se for mau,
fará maldades. Se for
perverso e mau, ele a
constrange, até
paralisar a vontade e a
razão. III - Tal é a
causa da obsessão, da
fascinação e da
subjugação, que se
mostram em diversos
graus de intensidade. O
paroxismo da subjugação
é geralmente chamado
possessão. IV - No
tratamento das obsessões
é preciso esforçar-se
por adquirir a maior
soma possível de
superioridade pela
vontade, pela energia e
pelas qualidades morais.
V - Antes, porém, de
pretender dominar o mau
Espírito, é preciso
dominar-se a si mesmo.
De todos os meios para
adquirir a força de o
conseguir, o mais eficaz
é a vontade, secundada
pela prece. É necessário
pedir ao anjo da guarda
e aos bons Espíritos que
nos assistam na luta.
Mas não é suficiente
pedir que expulsem o mau
Espírito. Lembrando a
máxima: Ajuda-te, e o
céu te ajudará, devemos
pedir-lhes, sobretudo, a
força que nos falta para
vencer as nossas más
inclinações, porque são
elas que atraem os maus
Espíritos, como a
carniça atrai as aves de
rapina. (PP. 355 a 363)
171. O Codificador
recomenda também que
oremos pelo Espírito
obsessor. Com
perseverança acaba-se,
na maioria dos casos,
por conduzi-lo a
melhores sentimentos,
transformando-o de
obsessor em reconhecido.
(P. 363)
172. Em resumo -- diz
Kardec -- a prece
fervorosa e os esforços
sérios por se melhorar
são os únicos meios de
afastar os maus
Espíritos, que
reconhecem como senhores
aqueles que praticam o
bem, mas riem ante as
fórmulas. (P. 364)
173. Kardec relata
alguns fatos
relacionados com sua
passagem por Rochefort,
onde teve ele a
satisfação de passar
duas noites reunido com
os espíritas sinceros e
dedicados do lugar. E
menciona também
reportagem desfavorável
ao Espiritismo assinada
com o pseudônimo de
Tony, no semanário
Spectateur,
de 12/10/1862, na qual o
jornalista faz inúmeras
objeções às práticas e à
doutrina espírita. A
resposta de Kardec se lê
em seguida. (PP. 365 a
372)
174. Extraído do jornal
Écho de Sétif, de
18/9/1862, a Revue
publica trechos de
um artigo científico, de
autoria de Jalabert,
intitulado “Mens
agitat molem”, no
qual o autor demonstra
de modo racional a
possibilidade das
comunicações entre os
Espíritos livres e os
encarnados. (PP. 373 a
376)
175. Kardec inseriu na
edição de dezembro uma
carta enviada por um
amigo de Charles
Fourier, em que ele cita
passagens que comprovam
que Fourier era também
reencarnacionista, ou
melhor, a reencarnação
era uma das pedras
angulares de sua teoria.
Comentando o fato, o
Codificador lembra que o
Sr. Louis Jourdan,
redator do Siècle,
admitiu explicitamente a
doutrina da reencarnação
em seu livro Prières
de Ludovic,
publicado pela primeira
vez em 1849,
consequentemente antes
de se cogitar do
Espiritismo. (PP. 376 e
377)
176. Entre a
correspondência de
Kardec, buscou ele uma
carta datada de
29/7/1860, que trata
exatamente do tema
focalizado no artigo
sobre Charles Fourier: a
reencarnação. Como foi
lembrado anteriormente,
Fourier dizia que
diariamente veem-se
pessoas vindo pedir
caridade à porta dos
castelos, dos quais
foram donos em vida
anterior. (PP. 379 a
381)
177. Em sua caserna, em
Paris, onde conta vários
camaradas adeptos da
doutrina espírita, o Sr.
Perché recebeu uma
comunicação de sua irmã
Marguerite, que tece
considerações em torno
do dia de comemoração
dos mortos. Na mensagem,
a comunicante confirma a
tese espírita de que as
preces são sempre úteis
aos Espíritos sofredores
e mostra a felicidade
que muitos deles sentem
pela lembrança e carinho
de seus familiares. (PP.
381 a 385)
178. A
Revue noticia a
fundação pelo Sr.
Canelle, velho conhecido
de Kardec, de um
dispensário em Paris em
que o tratamento é
dirigido por ele e
vários médicos
magnetizadores. Além dos
tratamentos pagos, o
estabelecimento consagra
sessões especiais às
magnetizações gratuitas.
(P. 386)