LUIS ROBERTO
SCHOLL
robertoscholl@terra.com.br
Santo Ângelo,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
Um testamento
Imagine-se daqui
a vinte, trinta,
quarenta anos,
de acordo com
sua idade atual.
Com o passar do
tempo, a força
física diminuiu,
mas parece que a
acuidade mental
está mais
acentuada. Você
para e pensa:
qual foi a minha
contribuição
para tornar este
mundo melhor?
Lembra-se dos
netos começando
a jornada
terrena e deseja
deixar um
testamento, uma
contribuição
para o seu
bem-estar e
felicidade. As
conclusões nunca
são definitivas
porque as
pessoas e
situações são
sempre
diferentes e
particulares,
mas alguns
valores
ser-lhes-ão
muito
significativos:
Sobre si
mesmo: é
imprescindível
sempre acreditar
em si. O mundo
considera o
indivíduo pelo
valor que ele se
dá e, se cada um
não se
respeitar, não
pode esperar que
os outros o
respeitem.
Sobre os outros:
aceitá-los como
são é o primeiro
passo para a
convivência
saudável e o
único caminho
para auxiliá-los
a se modificarem
naquilo que é
necessário. As
fraquezas fazem
parte da
condição humana
e quem não se
apercebe disso
jamais cultivará
amizades e
relacionamentos
satisfatórios.
Sobre os pais e
a família:
não há pais
perfeitos! Essa
simples verdade,
ao invés de
diminuí-los,
engrandece-os,
pois, apesar de
todas as
imperfeições
existentes,
certamente, na
tentativa de
educar os
filhos, eles
acertam muito
mais do que
erram. O maior
componente de
uma família
feliz é a união.
Sobre o
corpo: é
a máquina mais
maravilhosa e
delicada que
existe. Trate-o
bem e ele se
transformará no
melhor veículo
para
manifestação do
Espírito. Não o
contamine com
álcool, drogas,
alimentação
excessiva, nem
com sexo
impulsivo. Com
exceção das
doenças
genéticas ou
hereditárias,
explicadas
através da
reencarnação, é
um crime
provocar
moléstias
desnecessárias
ao “nosso
jumentinho” –
como o chamava
Francisco de
Assis.
Preocupar-se,
sem exageros,
com a aparência
porque, apesar
de tudo, o corpo
físico tem um
prazo de
validade: na
mocidade é mais
resistente e
parece
indestrutível;
na meia-idade
começa a sentir
os descalabros
da juventude; na
velhice sente os
reflexos do seu
uso mais ou
menos
equilibrado.
Sobre o
medo: é
um sentimento
real e
necessário;
fugir só aumenta
o pânico. Quando
alguém se mantém
firme frente às
ameaças,
normalmente elas
parecem
transponíveis e
menos
ameaçadoras.
Sobre a
felicidade:
raramente as
pessoas mais
felizes são as
mais ricas, as
mais belas ou as
mais talentosas.
Não é a presença
ou a ausência de
algo que impede
a felicidade –
ela independe de
fatores
exteriores.
Contemplar as
coisas
fundamentais da
vida, geralmente
as mais comuns;
não perder tempo
imaginando se os
outros campos
são mais verdes;
não se amarrar
ao passado, nem
se preocupar em
demasia com o
futuro;
“saborear” o
momento; essas
são fórmulas
simples de
aprender a
identificar e
sentir a
felicidade.
Apreciar o
trabalho, a
família e o
mundo que o
cerca;
adaptar-se às
circunstâncias
desfavoráveis,
quando não
puderem ser
modificadas;
adoçar o coração
com compreensão
e solidariedade
também são
ferramentas que
podem ser
utilizadas.
Sobre a
fé:
felizes aqueles
que têm fé, pois
ela é uma
conquista
individual. Ter
fé é ter
consciência de
Deus e das Leis
que regem o
Universo com
sabedoria,
bondade e
justiça. Quanto
mais cedo sentir
a religiosidade
interior, melhor
- mais
fortalecido se
está perante as
agruras da vida.
Entender a
reencarnação e a
Lei de Ação e
Reação como obra
da bondade do
Criador facilita
a compreensão
deste Pai
maravilhoso e
fortalece a fé.
Jamais se
esquecer do
poder da oração
– a fala que
liga diretamente
a criatura ao
Criador.
Sobre o
tempo:
muitas coisas
negativas
acontecerão na
vida. Elas se
tornarão mais
aceitáveis
quando
compartilhadas
com o próximo. O
tempo é o grande
cicatrizador de
aflições e
angústias. O
perdão é o
melhor remédio
para a alma.
Cada indivíduo,
com base em suas
vivências, tem
muitas coisas a
acrescentar a
este pequeno
testamento.
Importante é
aprender com os
próprios erros
ou, mais
sabiamente, com
os erros dos
outros.