GERSON SIMÕES
MONTEIRO
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Como é difícil
fazer o bem
Conta-se que na
casa dos
apóstolos de
Jesus, em
Jerusalém, o
trabalho de
atendimento aos
necessitados
aumentava cada
vez mais. Simão
Pedro era muito
solicitado pelos
inúmeros
aflitos, com
seus pedidos e
queixas. Muitos
deles
perturbavam o
ambiente em
frequentes
desavenças,
trocando
insultos e
pescoções. Como
Simão Pedro
estava à frente
do grupo de
socorro aos
necessitados,
era ele quem
mais socorria os
infelizes.
Ante a onda de
reprovações que
se
intensificava,
Tiago, filho de
Alfeu, o lidador
do Evangelho,
mais
vigorosamente
agarrado ao
Velho
Testamento,
procurou Simão
Pedro e
comunicou a sua
decisão de
afastar-se do
trabalho
assistencial.
Segundo Tiago, a
situação no
grupamento
cristão era de
desequilíbrio e
desordem.
Dali em diante,
mesmo após o
pedido de
reconsideração
de Pedro, Tiago
foi viver numa
casa isolada, na
saída para Jope.
Passou muitos
meses a estudar
os ensinos de
Jesus, cuidando
do jardim e
louvando a Deus.
Toda esta
história é
narrada pelo
benfeitor
espiritual
Humberto de
Campos no livro
intitulado
“Fé”, pela
psicografia de
Chico Xavier.
Uma noite, ao
sentir saudade
de Jesus e ao
orar, Tiago
chorou lembrando
Dele. Nisso, viu
um desconhecido
de passo
ligeiro, como
quem caminhava
pela noite
adentro.
Extasiado, Tiago
reconheceu que o
viajante estava
aureolado de
luz. Era o
próprio Cristo
de Deus.
Imediatamente,
ajoelhou-se, e
alongando os
braços para
recolhê-Lo, eis
que o Mestre
passou por ele
sem dirigir-lhe
a palavra.
Tiago,
levantando-se
aflito, correu
em sua direção e
gritou: “Senhor,
Senhor! Acaso
não vês o meu
coração
mortificado de
saudade? Aonde
vais, que não
vês a minha
necessidade?”.
Jesus voltou,
abraçou Tiago de
leve e
comunicou-lhe
num sorriso: “Tiago,
estás salvo de
lutas e
tentações, porém
vou ao encontro
de Pedro, a fim
de aliviar-lhe o
fardo de
humilhações e de
lágrimas, no
amparo aos
nossos irmãos
necessitados”.
Dito isso,
prosseguiu
viagem.
Tiago, diante do
acontecido,
reuniu os seus
pertences
naquela mesma
noite e retornou
ao pouso antigo.
Bateu à porta
que se lhe abriu
acolhedora e,
abraçando Pedro,
que veio ao seu
encontro, pôde
apenas dizer: “Eu
estou aqui”.