ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Pseudomentor – uma
tática enganosa
A base de
sustentação fluídica
de uma instituição
espírita está na
reunião mediúnica. É
ali, na constância e
seriedade dos
companheiros que se
estabelecem através
do tempo os recursos
protetores do grupo
e da própria
instituição.
Portanto, quando os
Espíritos contrários
ao bem desejam
desestabilizar uma
instituição, o
primeiro caminho que
eles buscam é a
reunião mediúnica. É
o local onde, se não
houver harmonia
entre os seus
integrantes,
seriedade nas
tarefas e
comprometimento com
as propostas do
Espiritismo, será
fácil ser
transformado num
foco de intrigas,
desunião e origem de
inúmeros transtornos
que podem levar à
derrocada de
qualquer grupo.
Eis um caso grave
para nossa
reflexão.
Um inteligente
Espírito, ainda
devotado ao mal e à
perseguição, com
objetivos de
vingança, desejando
destruir um grupo
mediúnico que atuava
recuperando inúmeros
Espíritos em
dificuldade – e,
portanto,
atrapalhando os
objetivos daquele
Espírito –,
descobriu um jeito
fácil de provocar a
desunião.
Trouxe para o
ambiente da reunião,
onde ele já se
apresentava em
inúmeras tentativas
exitosas como o
mentor da casa, um
Espírito embriagado
e que sentia muita
dor de cabeça.
Despojou-o sobre um
dos médiuns mais
considerados do
grupo, que passou a
sentir fortes dores
de cabeça. Através
de outro médium,
então, o inteligente
Espírito
apresenta-se –
novamente como se na
condição de mentor –
e, depois de
considerações
iniciais, afirmou
que tiraria a dor de
cabeça forte que o
médium estava
sentindo, sem que o
próprio médium
houvesse antecipado
qualquer informação
sobre o desconforto
mental.
E, confirmando o que
prometera, retirou o
Espírito que ele
mesmo trouxera,
resultando em alívio
imediato para o
médium. Aí se firmou
no grupo a idéia do
suposto poder
daquele Espírito que
se manifestava já há
algum tempo...
Especialmente para
aquele médium, que
viu sua aguda e
repentina dor de
cabeça desaparecer
também num efeito
rápido.
Um dos médiuns,
todavia, de
percepção
sintonizada com o
bem percebeu o
embuste e alertou o
grupo. Aí se
estabeleceu a
confusão, porque
especialmente o
médium beneficiado
repentinamente da
incômoda dor
melindrou-se com a
observação. Daí para
a agressão verbal
foi um passo.
Pronto,
estabeleceu-se a
desunião, objetivo
primeiro daquele
inteligente e
equivocado
Espírito.
Quantos de nós já
não passamos por
essas observações
inoportunas que nos
fascinam,
estabelecem confusão
e são fartos
caminhos de
melindres e
desentendimentos?
Algo que exige um
pouco mais de
reflexão do que a
simples aceitação
cega de um fato que
pode muito bem ser
uma bela armadilha
bem montada. Daí a
oportunidade das
sábias recomendações
dos Espíritos para
que estejamos
alertas e
vigilantes,
especialmente aquela
trazida por Erasto
em O Livro dos
Médiuns, no item
230 do capítulo XX –
Influência Moral
do Médium: “(...)
Desde que uma
opinião nova se
apresenta, por pouco
que vos pareça
duvidosa, passai-a
pelo crivo da razão
e da lógica; o que a
razão e o bom senso
reprovam, rejeitai
ousadamente; vale
mais repelir dez
verdades do que
admitir uma só
mentira, uma só
falsa teoria. (...)”.