22. Morzine -
esclarece Kardec - é
uma comuna do Chablais,
na Alta Saboia, a 8
léguas de Thonon, junto
aos Alpes suíços. Sua
população, de cerca de
2.500 pessoas, além da
aldeia principal,
compreende várias outras
espalhadas na região.
Enviado em 1861 pelo
governo francês, a fim
de estudar a doença, o
dr. Constant ali ficou
três meses, concluindo
que a causa das
perturbações era
puramente física, e se
radicava na constituição
dos seus habitantes.
(PP. 38 a 40)
23. Uma carta vinda de
Lyon, datada de
7/12/1862, refere os
ataques proferidos
contra o Espiritismo por
um certo senhor, bispo
no Texas (EUA), em
sermão proferido na
igreja de Saint-Nizier,
perante um auditório de
cerca de duas mil
pessoas, entre as quais
havia grande número de
espíritas. Comentando
esse e outros sermões
noticiados pela Revue,
Kardec diz que foi
graças a ataques desse
jaez que o número de
espíritas crescera na
França, porque as
mentiras e a deturpação
das ideias, veiculadas
nos sermões, acabam
sendo depois desmentidas
com a leitura das obras
espíritas. (PP. 40 a 46)
24. Kardec acrescenta
que é preciso estar
muito carente de razões
para recorrer a calúnias
como a apresentada por
certo sacerdote que
disse ser o Espiritismo
favorável à desunião da
família, ao adultério,
ao aborto e ao
comunismo. “Temos
necessidade de refutar
estas asserções? Não:
basta remeter ao estudo
da doutrina, à leitura
do que ela ensina, que é
o que se faz em toda a
parte”, conclui o
Codificador lionês. (PP.
47 a 49)
25. O “Presse”,
de 8 de janeiro de 1863,
transcreve artigo
assinado pelo Sr. A.
Sanson em que este
comenta trabalho
apresentado na Sociedade
de Ciências Médicas pelo
Sr. Philibert Burlet,
interno dos hospitais de
Lyon, sobre seis casos
de loucura que o autor
relaciona às práticas
espíritas. Kardec
analisa a matéria,
mostra a
superficialidade do
estudo e informa que o
Espiritismo conta em
suas fileiras com grande
número de médicos
ilustres, muitos deles
presidentes de grupos e
sociedades espíritas,
que chegaram, a respeito
do assunto, a conclusões
contrárias à do Sr.
Burlet. (PP. 50 a 53)
26. O Codificador afirma
que o Espiritismo, longe
de dar ensejo ao aumento
da loucura, é causa
atenuante, porque a
maneira pela qual o
verdadeiro espírita
encara as coisas deste
mundo ajuda-o a dominar
em si as mais violentas
paixões e até mesmo a
cólera e a vingança, bem
como a aceitar
resignadamente as
decepções e os reveses
da vida. (PP. 55 a 57)
27. A
Revue publica
discurso pronunciado em
12/11/1862 pelo dr.
Chavet, doutor em
Medicina e presidente do
Círculo Espírita de
Tours, no qual o orador
reafirma que o fim
essencial do Espiritismo
é a destruição do
materialismo pela prova
experimental da
sobrevivência da alma
humana. (PP. 57 a 60)
28. Como o discurso se
deu na solenidade de
instalação da referida
sociedade, dr. Chavet
concluiu seu
pronunciamento lembrando
ser necessário afastar
das reuniões da
entidade, com o maior
cuidado, toda questão
ligada direta ou
indiretamente à política
e aos interesses
materiais. “Estudo do
homem em relação ao
seu destino futuro, tal
o nosso programa, do
qual jamais nos devemos
separar”, asseverou o
presidente do Círculo
Espírita de Tours. (P.
60)
29. Após o discurso, o
Espírito de Fénelon
ditou uma mensagem
espontânea, em que
adverte que o verdadeiro
espírita não deve ter
outro sentimento senão o
do bem e da caridade,
sem o que não pode ser
assistido por Espíritos
elevados. “Se alguém se
apresenta dizendo-se
espírita ou médium, não
o recebais sem saber com
quem estais lidando”,
propõe Fénelon. (P. 61)
30. A
Revue diz haver
recebido várias cartas
comprovando a boa
aplicação do remédio
indicado na Revue
Spirite de novembro
de 1862, cuja receita
foi dada por um
Espírito. Falando sobre
a origem espiritual do
remédio, Kardec refere
um fato parecido ao que
deu origem ao mencionado
medicamento, explicando
que, da mesma forma que
os Espíritos podem
magnetizar a água, podem
também, conforme as
circunstâncias, dar
propriedades curativas a
certas substâncias.
(N.R.: Trata-se de uma
pomada cuja receita foi
ditada mediunicamente à
srta. Ermance Dufaux. O
caso é bem parecido ao
da pomada Vovô Pedro,
que alguns confrades
combatem sem um motivo
relevante.) (PP. 62 e
63)
31. F.D.,
antigo magistrado,
lembra em mensagem
transcrita pela Revue
a importância de
encararmos bravamente e
com resignação a miséria
e os pesares da
existência terrestre,
que constituem, na
verdade, prova pedida
por nós mesmos, em
função de faltas
cometidas em existências
anteriores. Comentando a
frase de Jesus, que
promete a paz aos homens
de boa vontade, o
Espírito afirma que a
boa vontade, tanto
para os pobres quanto
para os ricos, chama-se
caridade, seja a
caridade moral, seja a
caridade material.
Finalizando a
comunicação, o Espírito
assevera: “Crede e amai!
amai: muito será
perdoado a quem muito
amou. Crede: a fé
transporta montanhas”.
(PP. 63 a 65)
(Continua
no próximo número.)