Memória
além-túmulo
Automaticamente,
por força da
lógica, elege o
homem na
contabilidade
uma das forças
de base ao
próprio caminho.
Contas maiores
legalizam as
relações do
comércio, e
contas menores
regulamentam o
equilíbrio do
lar.
Débitos pagos
melhoram as
credenciais de
qualquer
cidadão,
enquanto que os
compromissos
menosprezados
desprestigiam a
ficha de
qualquer um.
Assim também,
para lá do
sepulcro, surge
o registro
contábil da
memória como
elemento de
aferição do
nosso próprio
valor.
A faculdade de
recordar é o
agente que nos
premia ou nos
pune, ante os
acertos e os
desacertos da
rota.
Dessa forma, se
os atos
louváveis são
recursos de
abençoada
renovação e
profunda alegria
nos recessos da
alma, as ações
infelizes se
erguem, além do
túmulo, por
fantasmas de
remorso e
aflição no mundo
da consciência.
Crimes
perpetrados,
faltas
cometidas, erros
deliberados,
palavras
delituosas e
omissões
lamentáveis
esperam-nos a
lembrança,
impondo-nos, em
reflexos
dolorosos, o
efeito de nossas
quedas e o
resultado de
nossos
desregramentos,
quando os
sentidos da
esfera física
não mais nos
acalentam as
ilusões.
Não olvideis,
assim, que, além
da morte, a vida
nos aguarda em
perpetuidade de
grandeza e de
luz, e que,
nessas mesmas
dimensões de
glorificação e
beleza, a
memória
imperecível é
sempre o espelho
que nos retrata
o passado, a fim
de que a sombra,
reinante em nós,
se dissolva, nas
lições do
presente,
impelindo-nos a
seguir,
desenleados da
treva, no
encalço da
perfeição com
que nos acena o
futuro.
Transcrito do
cap. 4 do livro
Religião dos
Espíritos,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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