MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Libertação
André Luiz
(Parte
10)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Libertação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1949 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como pode uma pessoa
obsidiada por um
Espírito libertar-se da
maléfica entidade?
R.: Gúbio diz que para
isso lhe é preciso
manter-se num padrão de
firmeza superior, com
suficiente disposição
para o bem. Com esse
esforço, nobre e
contínuo, melhorará
intensivamente seus
princípios mentais e, ao
invés de converter-se em
material absorvente das
irradiações enfermiças e
depressivas, passará a
emitir raios
transformadores e
construtivos, em
benefício de si mesma e
das entidades que se lhe
aproximarem do caminho.
"Em todos os quadros do
Universo – aduziu o
Instrutor – somos
satélites uns dos
outros. Os mais fortes
arrastam os mais fracos,
entendendo-se, porém,
que o mais frágil de
hoje pode ser a potência
mais alta de amanhã,
conforme nosso
aproveitamento
individual."
(Libertação, cap. VI,
pp. 82 a 84.)
B. Que significa o
fenômeno chamado
“segunda morte”?
R.: Essa denominação é
aplicada no plano
espiritual aos casos em
que há perda do veículo
perispiritual, que é,
segundo o Instrutor
Gúbio, transformável e
perecível, embora
estruturado em um tipo
de matéria mais
rarefeita. Assim como
há companheiros que se
desfazem dele rumo a
esferas sublimes, os
ignorantes e os maus, os
transviados e os
criminosos também
perdem, um dia, a forma
perispiritual. Pela
densidade da mente,
saturada de impulsos
inferiores, não
conseguem elevar-se e
gravitam em derredor das
paixões absorventes que
por muitos anos
elegeram em centro de
interesses fundamentais.
"Grande número, nessas
circunstâncias, mormente
os participantes de
condenáveis delitos,
imantam-se aos que se
lhes associaram nos
crimes", informou Gúbio.
De fato, diz André,
pequenas esferas ovoides,
cada uma das quais pouco
maior que um crânio
humano, estavam ligadas
a duas mulheres que
conversavam, rente à
cela em que ele se
encontrava. Grande
número de entidades, em
desfile nas vizinhanças
da grade, transportavam
essas esferas vivas,
como que imantadas às
irradiações que lhes
eram próprias. As formas
variavam profusamente
nas particularidades.
Algumas denunciavam
movimento próprio, ao
jeito de grandes amebas,
respirando naquele clima
espiritual; outras
pareciam em repouso,
aparentemente inertes,
ligadas ao halo vital
das personalidades em
movimento. (Obra
citada, cap. VI, pp. 84
a 86.)
C. Em que, afinal,
consiste a existência
terrestre?
R.: Ela não passa de um
estágio educativo,
dentro da eternidade, e
a ela ninguém é chamado
a fim de candidatar-se a
paraísos de favor e,
sim, à moldagem viva do
céu no santuário do
Espírito, pelo máximo
aproveitamento das
oportunidades recebidas
no aprimoramento de
nossos valores mentais,
com o desabrochar e
evolver das sementes
divinas que trazemos
conosco. Para tanto,
faz-se indispensável a
disciplina dos impulsos
pessoais, o esforço
perseverante no infinito
bem, a aquisição de luz
para a vida imperecível.
"Cada criatura nasce na
Crosta da Terra para
enriquecer-se através do
serviço à coletividade”,
diz Gúbio.
“Sacrificar-se é
superar-se,
conquistando a vida
maior. Por isso mesmo, o
Cristo asseverou que o
maior no Reino Celeste é
aquele que se converter
em servo de todos."
(Obra citada, cap. VI,
pp. 86 e 87.)
Texto
para leitura
40. O "perigo" das
orações - André
observou depois uma
dupla feminina que
conversava na rua, rente
à cela. Uma mulher
desencarnada falava para
a amiga, ainda
encarnada, parcialmente
desprendida do corpo
denso nas asas do sono:
"Notamos que você,
ultimamente, anda mais
fraca, mais serviçal...
Estará desencantada,
quanto aos compromissos
assumidos?" A
interpelada, um tanto
confundida, disse que
seu marido, João,
filiara-se a um grupo de
preces, o que, de algum
modo, lhes vinha
alterando a vida. A
entidade desencarnada
deu um salto para trás,
como um animal
surpreendido, e gritou:
"orações? você está cega
quanto ao perigo que
isso significa? Quem
reza cai na mansidão. É
necessário espezinhá-lo,
torturá-lo, feri-lo, a
fim de que a revolta o
mantenha em nosso
círculo. Se ganhar
piedade, estragar-nos-á
o plano, deixando de ser
nosso instrumento na
fábrica". A esposa
encarnada observou, de
modo ingênuo: "Ele se
diz mais calmo, mais
confiante..." A
interlocutora insistiu,
porém, com a amiga,
dizendo-lhe não ser
possível fazer milagres.
O concurso de João era
essencial ao plano em
curso, mas tudo seria em
vão se continuassem as
preces. "Volte para o
corpo e não ceda um
milímetro. Corra com os
apóstolos improvisados.
Fazem-nos mal. Prenda
João, controlando-lhe o
tempo. Desenvolva
serviço eficiente e não
o liberte. Fira-o
devagarinho", tais foram
os conselhos da
astuciosa entidade,
que, enquanto falava,
envolvia a interlocutora
em fluidos sombrios, à
maneira dos
hipnotizadores comuns.
Gúbio, que também
observara a cena,
esclareceu que obsessão
desse teor apresenta
milhões de casos. De
manhã cedo, aquela
esposa, incapaz de
apreciar a felicidade
que o Senhor lhe
concedera, com um
casamento digno e
tranquilo, despertaria
no corpo de alma
desconfiada e abatida,
convertendo-se em
objeto de aflição para o
esposo e
prejudicando-lhe as
conquistas incipientes.
(Cap. VI, pp. 82 e 83)
41. Somos
satélites uns dos outros
- Como a esposa
encarnada poderia
libertar-se da maléfica
entidade? Gúbio
esclareceu que, para
isso, era-lhe preciso
manter-se num padrão de
firmeza superior, com
suficiente disposição
para o bem. Com esse
esforço, nobre e
contínuo, melhoraria
intensivamente os seus
princípios mentais e, ao
invés de converter-se em
material absorvente das
irradiações enfermiças e
depressivas, passaria a
emitir raios
transformadores e
construtivos, em
benefício de si mesma e
das entidades que se lhe
aproximassem do
caminho. "Em todos os
quadros do Universo --
disse Gúbio --, somos
satélites uns dos
outros. Os mais fortes
arrastam os mais fracos,
entendendo-se, porém,
que o mais frágil de
hoje pode ser a potência
mais alta de amanhã,
conforme nosso
aproveitamento
individual". O Instrutor
ensinou, ainda, que
expedimos raios
magnéticos e
recebemo-los ao mesmo
tempo, sendo imperioso
reconhecer que aqueles
que se acham sob o
controle de energias
cegas, acomodando-se aos
golpes e sugestões da
força tirânica,
demoram-se longo tempo
na condição de aparelhos
receptores da desordem
psíquica. "Muito difícil
reajustar alguém que não
deseja reajustar-se",
disse Gúbio. "A
ignorância e a rebeldia
são efetivamente a
matriz de sufocantes
males." (Cap. VI, pp. 83
e 84)
42. Ovoides
- André Luiz observou
que certas formas
indecisas, obscuras,
semelhantes a pequenas
esferas ovoides, cada
uma das quais pouco
maior que um crânio
humano, estavam ligadas
à dupla feminina que
conversava, rente à
grade. As formas
variavam profusamente
nas particularidades.
Algumas denunciavam
movimento próprio, ao
jeito de grandes amebas,
respirando naquele clima
espiritual; outras
pareciam em repouso,
aparentemente inertes,
ligadas ao halo vital
das personalidades em
movimento. Aliás, grande
número de entidades, em
desfile nas vizinhanças
da grade, transportavam
essas esferas vivas,
como que imantadas às
irradiações que lhes
eram próprias. Em suas
explicações, ante a
surpresa de André, o
Instrutor Gúbio aludiu a
um fenômeno que no plano
espiritual é chamado
"segunda morte"... De
fato, André já tivera
notícias de amigos que
perderam o veículo
perispiritual,
conquistando planos
mais altos. O vaso
perispirítico, disse
Gúbio, "é também
transformável e
perecível, embora
estruturado em tipo de
matéria mais
rarefeita". Assim como
ele vira companheiros
que se desfizeram dele,
rumo a esferas sublimes,
os ignorantes e os maus,
os transviados e os
criminosos também
perdem, um dia, a forma
perispiritual. Pela
densidade da mente,
saturada de impulsos
inferiores, não
conseguem elevar-se e
gravitam em derredor das
paixões absorventes que
por muitos anos
elegeram em centro de
interesses fundamentais.
"Grande número, nessas
circunstâncias, mormente
os participantes de
condenáveis delitos,
imantam-se aos que se
lhes associaram nos
crimes", informou Gúbio.
"Se o discípulo de Jesus
se mantém ligado a Ele,
através de imponderáveis
fios de amor, inspiração
e reconhecimento, os
pupilos do ódio e da
perversidade se demoram
unidos, sob a orientação
das inteligências que os
entrelaçam na rede do
mal." (Cap. VI, pp. 84 a
86)
43. A
vida física é estágio
educativo
- O Instrutor mostrou a
relação existente entre
o enriquecimento da
mente com a incorporação
definitiva de
princípios nobres e o
desenvolvimento do corpo
espiritual,
estruturando-o em
matéria sublimada e
divina. Nós imergimo-nos
dentro dos fluidos
carnais e deles nos
libertamos, em vicioso
vaivém, através de
existências numerosas,
até que acordemos a vida
mental para expressões
santificadoras. "Somos
quais arbustos do solo
planetário", comparou
Gúbio. "Nossas raízes
emocionais se mergulham
mais ou menos
profundamente nos
círculos da animalidade
primitiva. Vem a foice
da morte e sega-nos os
ramos dos desejos
terrenos; todavia,
nossos vínculos guardam
extrema vitalidade nas
camadas inferiores e
renascemos entre
aqueles mesmos que se
converteram em nossos
associados de longas
eras, através de lutas
vividas em comum, e aos
quais nos agrilhoamos
pela comunhão de
interesses da linha
evolutiva em que nos
encontramos." O
Instrutor prosseguiu em
suas considerações: "A
vida física é puro
estágio educativo,
dentro da eternidade, e
a ela ninguém é chamado
a fim de candidatar-se a
paraísos de favor e,
sim, à moldagem viva do
céu no santuário do
Espírito, pelo máximo
aproveitamento das
oportunidades recebidas
no aprimoramento de
nossos valores mentais,
com o desabrochar e
evolver das sementes
divinas que trazemos
conosco". Era
indispensável a
disciplina dos impulsos
pessoais, o esforço
perseverante no infinito
bem, a aquisição de luz
para a vida
imperecível. "Cada
criatura nasce na Crosta
da Terra para
enriquecer-se através do
serviço à coletividade.
Sacrificar-se é
superar-se,
conquistando a vida
maior. Por isso mesmo, o
Cristo asseverou que o
maior no Reino Celeste é
aquele que se converter
em servo de todos",
acrescentou Gúbio.
(Cap. VI, pp. 86 e 87)
44. Os ovoides
podem ouvir-nos
- Tentando fazer-se bem
claro em suas
explicações, Gúbio
comparou o homem a uma
árvore. O corpo físico é
o vegetal, limitado no
tempo e no espaço. O
perispírito é o fruto,
que consubstancia o
resultado das várias
operações da árvore,
após determinado
período de maturação. A
matéria mental é a
semente, que representa
o substrato da árvore e
do fruto. A criatura,
para adquirir sabedoria
e amor, renasce inúmeras
vezes, no campo
fisiológico, à maneira
da semente que regressa
ao chão. Contudo, muitos
se complicam,
deliberadamente,
afastando-se do caminho
reto na direção de zonas
irregulares em que
recolhem experimentos
doentios e atrasam, como
é natural, a própria
marcha, perdendo longo
tempo... Os esferoides
poderiam ouvi-lo?
possuiriam eles
capacidade de sintonia?
-- indagou André.
"Perfeitamente",
respondeu Gúbio;
todavia, a maioria das
criaturas em semelhante
posição nos sítios
inferiores, quanto
aquele, dormitam em
estranhos pesadelos,
registram os apelos
recebidos, mas os
respondem de modo vago,
dentro da forma em que
se segregam, incapazes
de se exteriorizarem de
maneira completa, sem os
veículos mais densos que
perderam, na inércia ou
na prática do mal.
Parecem fetos ou amebas
mentais, mobilizáveis
por entidades perversas
ou rebeladas, e seu
caminho é a
reencarnação na Crosta
da Terra ou em setores
outros de vida
congênere, como ocorre à
semente destinada à cova
escura para trabalhos de
produção, seleção e
aprimoramento. Os
Espíritos em evolução
natural não assinalam
fenômenos dolorosos como
aquele. A ovelha que
prossegue, firme, na
senda justa, contará
sempre com os benefícios
que lhe dispensa o
pastor; no entanto, as
que se desviam, fugindo
à marcha razoável, pelo
simples gosto de se
entregar à aventura, nem
sempre encontrarão
surpresas agradáveis ou
construtivas. Tornava-se
mais clara, agora, para
André, a importância da
existência terrestre em
nosso processo
evolutivo. (Cap. VI, pp.
88 e 89)
(Continua
no próximo número.)