32. Dedicado ao Redator
do “Renard”, de
Bordeaux, o Espírito
batedor de Carcassone,
valendo-se da
tiptologia, escreveu o
poema “O doente e o
médico”, no qual
satiriza o ceticismo do
Sr. Rochefort a respeito
do Espiritismo. (P. 65)
33. Kardec abre o número
de março de 1863 dizendo
que naquele momento se
verificava verdadeira
cruzada contra o
Espiritismo, constituída
de escritos, discursos e
até atos de violência e
de intolerância. “Todos
os espíritas devem
alegrar-se - comenta
Kardec -, porque é
prova evidente de que o
Espiritismo não é uma
quimera. Fariam tanto
barulho por causa de uma
mosca que voa?” (P. 67)
34. Afirmando que o povo
podia ser dividido em
três classes: os
crentes, os incrédulos e
os indiferentes, Kardec
lembra que o número de
crentes havia
centuplicado em alguns
anos, mas que os
Espíritos acharam que as
coisas não iam bastante
depressa. Eis, segundo
Kardec, o motivo real de
tanto barulho. (P. 68)
35. Finalizando o
artigo, o Codificador
convida a que todos os
espíritas prossigam o
seu trabalho,
trabalhando, não por uma
propaganda furibunda e
irrefletida, mas com
paciência e a
perseverança de quem
sabe o tempo que lhe
resta para, semeada a
ideia, saber esperar a
colheita. (PP. 69 a 71)
36. É melhor “um
inimigo declarado que um
amigo inepto”. Esse
pensamento expresso por
Kardec refere-se aos
confrades que não
refletem maduramente
antes de agir. Entre os
problemas citados pelo
Codificador colocam-se
em primeira linha as
publicações
intempestivas ou
excêntricas, por serem
fatos de maior
repercussão. A
inconveniência dessas
publicações é destacada
por Kardec, que
recomenda que, em tais
casos, é preciso fazer
uma escolha muito
rigorosa do que será
publicado em nome do
Espiritismo. (PP. 71 a
73)
37. Na sequência, o
Codificador trata de um
assunto ainda mais
grave: os falsos irmãos.
Os Judas existem também
no movimento espírita,
afirma Kardec. Eis o
que, segundo ele, os
caracteriza: I) a
tendência para fazer o
Espiritismo sair dos
caminhos da prudência e
da moderação; II) o
estímulo às publicações
excêntricas; III) o
costume de provocar nas
reuniões assuntos
comprometedores sobre
política e religião; IV)
o hábito de soprar a
discórdia enquanto
pregam a união entre os
espíritas; V) o
lançamento ao tapete,
com habilidade, de
questões irritantes ou
ferinas, capazes de
provocar dissidências;
VI) a implantação da
inveja e do desejo de
supremacia entre os
vários grupos,
encantando-se quando,
por meras diferenças de
opinião, os grupos
passam a apedrejar-se,
erguendo bandeira contra
bandeira. (P. 74)
38. Alguns organizam ou
fazem organizar reuniões
onde se ocupam
exatamente daquilo que o
Espiritismo
desaconselha, envolvendo
a reunião espírita em
práticas ridículas de
magia negra,
cartomancia,
quiromancia, leitura da
buena-dicha e
quejandos, cujo
resultado é o descrédito
que se lança à doutrina
espírita. (PP. 75 a 77)
39. O Espiritismo
se distingue de todas as
outras filosofias porque
não é fruto da concepção
filosófica de um homem
só, mas de um ensino que
cada um pode receber em
todos os cantos da
Terra. O que fez o
rápido sucesso da
doutrina espírita são as
consolações e as
esperanças que dá. As
cóleras que ele excita
são indícios do papel
que tem de representar e
da dificuldade que seus
detratores encontram em
lhe opor algo de mais
sério. Feito esse
registro, Kardec
conclui: “Espíritas,
elevai-vos pelo
pensamento, olhai vinte
anos para a frente e o
presente não vos
inquietará”. (PP. 77 e
78)
40. A
Revue noticia o
falecimento em Lyon do
Sr. Guillaume Renaud, um
dos mais fervorosos
espíritas daquela
cidade. Uma semana
depois do óbito, o
vigário da paróquia de
Haute-Saône referiu-se
com desdém ao falecido,
dizendo que ele recusara
os sacramentos que lhe
foram oferecidos pela
Igreja. A verdade,
segundo Kardec, é que,
durante a doença do Sr.
Renaud, inúteis esforços
foram tentados para que
ele abjurasse as crenças
espíritas, a que ele se
recusou terminantemente.
Em represália, o clero
de Lyon não permitiu
fosse o seu corpo
recebido na igreja
local. (PP. 78 a 80)
41. Evocado em Lyon,
trinta e seis horas
depois do óbito,
Guillaume Renaud
referiu-se ao processo
de sua desencarnação,
afirmando ter adormecido
por algum tempo, após o
que, ao despertar, viu a
seu lado, a rodeá-lo,
Espíritos que o
festejavam com efusões
de alegria. (P. 81)
(Continua no próximo
número.)