Além da Terra
Orlando Martins Teixeira
Confio o pensamento a
sonho terno,
Em holocausto mudo à
Divindade,
E sinto a redenção de
todo inferno
Na blandícia da paz que,
em luz, me invade.
À carícia invisível me
prosterno.
E por mais ruja a treva
e se degrade,
Deus fulgura qual facho
imenso e eterno,
Suporte vivo da
imortalidade.
Há traços
resplandecentes de mil
vidas
E destroços das épocas
perdidas
No mar turbilhonante de
mim mesmo.
Seguimos... Eu e o sonho
que delivro,
Páginas paralelas de um
só livro,
No livro do Universo
aberto a esmo...
Poeta, dramaturgo e
jornalista, Orlando
Martins Teixeira, que
exerceu o jornalismo no
Rio de Janeiro, onde
secretariou a Gazeta
da Tarde, nasceu em
São João da Boa Vista
(SP) em 27 de agosto de
1875 e faleceu em
Antônio Carlos (MG) em
25 de fevereiro de 1901.
O soneto acima faz parte
do livro Antologia
dos Imortais,
psicografado pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.