WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
As sacolas
plásticas e o
meio ambiente
A utilização de
sacolas
plásticas está
enraizada em
nossa cultura e
faz parte do
repertório de
costumes do
mundo
contemporâneo.
Nos
supermercados,
farmácias,
açougues, lojas,
o vendedor está
condicionado a
colocar o
produto
adquirido dentro
da famosa
sacolinha
plástica. O
consumidor, por
sua vez, também
está
condicionado a
aceitar de bom
grado o produto,
com a sacola de
brinde. É
automático,
mecânico, o
vendedor saca a
sacolinha e
deposita o
produto dentro,
o consumidor a
leva embora. O
prejuízo desse
condicionamento
fica para o meio
ambiente, que
recebe um
material com
prazo de
validade
indeterminado. O
jornalista André
Trigueiro, em
seu artigo “A
farra dos sacos
plásticos”, nos
traz a seguinte
informação:
Lixão em SP
recebe 250
toneladas por
dia com a
multiplicação
indiscriminada
de sacos
plásticos na
natureza. Uma
notícia
lamentável, sem
dúvida. Poderia
ser diferente.
Ah, se
poderia...
Entretanto,
justiça seja
feita: a mídia e
alguns
militantes do
Verde querem
transformar as
sacolas
plásticas nas
grandes vilãs
pelo caos
ambiental em que
estamos
mergulhados.
Isso é uma
verdade parcial.
As sacolas não
têm vontade
própria,
obedecem
tão-somente às
iniciativas do
Homem, este sim
o grande e
verdadeiro
responsável pela
degradação do
meio ambiente.
No entanto,
chega de arrumar
culpados. Chega
da cultura de
procurar
culpados e se
esquecer da
solução. É
importante
trabalharmos
pela solução. E
qual a solução
para o entrevero
envolvendo as
sacolas e o meio
ambiente?
Exterminar as
sacolas ou
explodir o
planeta?
Obviamente que
nenhuma das
alternativas. Há
um remédio
eficaz para
isso,
trabalhoso, mas
eficaz. A união
da educação com
a criatividade é
o grande caminho
para que não
necessitemos
exterminar as
sacolas
plásticas nem
degradar o meio
ambiente.
Educação que faz
um consumidor
consciente. Ora,
não é preciso
colocar um
aparelho de
barbear, por
exemplo, numa
sacola plástica.
Ele cabe muito
bem na bolsa ou
pochete. Na
falta de ambas
podemos levá-lo
com os próprios
punhos,
dispensando a
sacolinha.
Criatividade que
faz do plástico
não um material
que agride o
meio ambiente,
ao contrário, um
gerador de
riquezas. Como?
Mágica? Não,
nada disso. A
partir da
reciclagem e
fundição que
transformam as
sacolas
plásticas em
subprodutos do
plástico, dando
origem a bancos,
cadeiras,
descansos para
os pés, jogos,
móveis, enfim,
uma diversidade
de produtos que
variam conforme
a imaginação
humana. Uma
indústria de
embalagem
plástica no sul
do país faz a
seguinte
operação: junta
as sacolas
plásticas,
funde, tritura e
derrete,
transformando-as
em material
sólido, batizado
de tábua de
plástico, ou
tábua ecológica.
Após a operação
as tábuas são
repassadas aos
estudantes do
curso de
engenharia de
uma universidade
próxima, o
resultado é
notável: bancos,
floreiras,
lembranças para
presentes,
descanso para os
pés, todos
oriundos das
sacolas
plásticas que
seriam
descartadas no
meio ambiente.
Um lixo que se
transforma em
riqueza. Em um
banco de
plástico são
utilizadas 9.000
sacolas
plásticas, que
em vez de
agredirem o meio
ambiente
colaboram para
que necessidades
sejam supridas.
Questão de bem
aproveitar
aquilo que
tiramos da
natureza, ou
seja, usar a
criatividade. Dá
trabalho é
verdade, mas o
que conseguimos
sem trabalho?
Detalhe
importante: um
banco
confeccionado a
partir do PEAD
(Polietileno de
Alta Densidade)
– é este o nome
da matéria-prima
das sacolas
plásticas –, não
pega fungo nem
cupim, não
apodrece, dura
mais e é muito
mais higiênico
do que os bancos
de madeira.
O governo também
deve participar
com mais ênfase
na questão
pertinente às
sacolas
plásticas. Sim,
contribuir
subsidiando as
pequenas e
médias
indústrias de
embalagens para
que elas possam
se adequar a
essa realidade
notável dos
subprodutos do
plástico. Mas é
relevante
salientar: a
criatividade sem
educação vale
pouco,
pouquíssimo. Ou
nos educamos ou
vamos explodir o
planeta, com ou
sem sacolas
plásticas.
Pensemos nisso.