ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
O
fermento dos fariseus
e
dos saduceus
Ora, seus discípulos
tendo passado além da
água, tinham esquecido
de levar pães. – Jesus
lhes disse: Tende
cuidado de vos guardar
do fermento dos fariseus
e dos saduceus. – Porém
pensavam e diziam entre
si: Isto é porque não
trouxemos pães. Jesus,
conhecendo isso, lhes
disse: Homens de pouca
fé, por que comentais
entre vós a respeito de
não terdes trazido pães?
Não compreendestes
ainda, e não vos
lembrais que cinco pães
foram bastante para
cinco mil homens, além
do quanto sobrou nas
cestas? - Como é que não
compreendeis que não vos
falo do pão, quando vos
alerto para vos
guardardes do fermento
dos fariseus e dos
saduceus? Então
compreenderam que ele
não se referia ao
fermento que se coloca
nos pães, mas da
doutrina dos fariseus e
dos saduceus.
(Mateus, 15: 5 a 12.)
1) Jesus saíra de
Genesaré, passara por
Tiro e Sidon,
atravessara a Galileia e
chegara a Magdala –
curando enfermos e
alimentando cinco mil
pessoas, com a
multiplicação dos pães;
2) Jesus saiu do Monte
Carmelo, na Galileia,
onde multiplicara os
pães e os peixes pela
segunda vez, passou numa
barca para Magdala, com
os doze discípulos indo
ao Seu encontro.
Nas longas viagens que
faziam com Jesus, os
discípulos costumavam
carregar pães, para se
alimentarem. Mas na
ocasião da conversação
do Mestre registrada na
passagem acima, os
discípulos deixaram de
levar pão. A
recomendação de Jesus
foi para que se
acautelassem do
fermento dos
fariseus e dos saduceus,
mas os discípulos
julgaram, inicialmente,
tratar-se de pão,
pois para a
fabricação do mesmo é
necessário o fermento.
Após o devido
esclarecimento de Jesus:
que Ele não estava
falando do pão material,
mas do fermento dos
fariseus e dos saduceus,
só então os discípulos
compreenderam que Jesus
estava falando da
doutrina dos fariseus e
dos saduceus.
O fermento dos fariseus
e dos saduceus era,
pois, a mentira e a
falsidade. Eles viviam
em torno de Jesus, não
para aprender os Seus
ensinamentos, mas para
terem uma oportunidade
real de O flagrarem num
erro que levasse o
Mestre à condenação.
Vemos, nos Evangelhos, a
sua presença insidiosa,
fazendo perguntas
capciosas, às quais o
Mestre respondia
magistralmente, o que os
deixavam confusos e
contrariados. Por tudo
isso, Jesus os
classificou de sepulcros
caiados por fora, mas
podres por dentro.
Noutra passagem, no
Evangelho de Lucas,
capítulo 12, versículos
de 1 a 3, lemos:
Tendo-se juntado
milhares de pessoas, de
modo que um e outro se
atropelavam, começou
Jesus a dizer primeiro
aos seus discípulos:
Guardai-vos do fermento
dos fariseus, que é a
hipocrisia. Nada há
encoberto que não venha
a descobrir; em oculto
que não se venha a
saber. Por isso, o que
dissestes na treva, à
luz será ouvido; o que
falastes ao ouvido, no
interior da casa, sobre
os telhados será
proclamado.
Este fermento dos
fariseus – a hipocrisia
– é o fermento humano,
que pode enganar a
muitos na Terra, mas não
no Mundo Espiritual,
onde não se pode
esconder aquilo que se
pensa, pois a linguagem
dos Espíritos é o
pensamento.
Nas pesquisas que Allan
Kardec fez para a
Revista Espírita
sobre o
assunto, vemos Espíritos
que se queixam
profundamente das
situações em que se
encontram, porque não
podem fazer nada
escondido, e o que
querem ocultar está
sempre sob os olhares
das Entidades
espirituais.
Assim, é preciso que nos
libertemos desses vícios
morais, para não nos
colocarmos em situações
embaraçosas, do outro
lado da vida. A
desencarnação não dá
atestado de santidade a
ninguém, nem àqueles
que, por força de suas
crenças religiosas,
acreditam que os
"pecados" que forem
confessados aqui na
Terra serão apagados,
como num passe de
mágica. Seremos, lá, o
que fomos aqui. Se
cultivamos, na Terra,
maus hábitos, os
levaremos para lá. Se
cultivarmos bons
pensamentos e bons
hábitos, não teremos por
que nos envergonhar.
Nesta viagem que todos empreenderemos, queiramos ou não, somente três
qualidades serão
importantes para a nossa
entrada no Reino dos
Céus: o saber, a
inteligência e as
qualidades morais. O
resto passa, o resto
morre, o resto esquece.