WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
Homenagem
póstuma a
Allan Kardec
Apaixonado pela
leitura que sou,
dias atrás reli
o livro “As 100
maiores
personalidades
da história”, de
Michael Hart,
publicado pela
Difel, editora
situada na
capital carioca.
A obra é muito
boa, um banquete
para quem gosta
de história,
pois traz a saga
dos grandes
vultos que
passaram pelos
palcos do mundo.
Desfilam pelo
livro
personalidades
das mais
variadas áreas
do saber humano,
tais como:
Charles Darwin,
Jesus Cristo,
Lavoisier, César
Augusto e tantas
outras figuras
marcantes da
humanidade. O
autor tratou de
reunir as
pessoas que,
segundo sua
concepção,
deixaram marcas
indeléveis, não
apenas na época
em que viveram,
mas, também,
para a
posteridade. E,
ao analisar seu
critério de
avaliação, fui
imediatamente
levado a sérias
reflexões sobre
um homem
fascinante, mas
que ainda tem
seu nome pouco
conhecido e
lembrado pela
multidão.
No entanto,
antes de falar
sobre esse
homem, dou asas
à imaginação e
vejo o citado
livro sendo
reeditado no ano
de 2.200 e,
nessa reedição,
forçoso admitir
que muitas
mudanças serão
impostas pela
evolução das
ideias. Alguns
nomes não serão
lembrados,
outros surgirão
triunfantes. A
história tem o
poder de
consagrar, criar
lendas e mitos,
bem sabemos.
Então, em 2.200,
com a humanidade
mais
amadurecida,
voltada à
educação, ciente
das leis que
regem a vida e
apta a
compreender de
fato os
objetivos de
nossa
peregrinação
terrena,
certamente esse homem não poderia ficar de fora da lista das 100 pessoas mais
influentes da
história humana.
Quem é ele? O
pedagogo francês
Hippolyte Léon
Denizard Rivail,
notadamente
conhecido como
Allan Kardec, o
codificador da
Doutrina
Espírita. A
propósito, foi
no mês de março
que Kardec teve
seus olhos
cerrados para a
vida física,
mais
precisamente no
dia 31 de março
do ano de 1869.
No entanto, a
obra que
codificou e por
ela tanto
trabalhou
continua viva,
aliás, mais viva
do que nunca,
instruindo e
consolando
infindável
número de
pessoas. Mas,
verdade seja
dita: para a
maioria dos
imortais,
inclusive no
movimento
espírita, Kardec
é um mero
desconhecido,
porquanto muita
gente pode ter
ouvido falar,
mas desconhece
seu meticuloso
trabalho, sua
verve literária
e sua
personalidade
firme e
racional. Muitos
já ouviram falar
de Kardec, mas
poucos se
propõem a
estudar suas
obras e
pesquisar suas
linhas traçadas
com suor. Muitos
dizem admirar
seu legado, mas
desprezam a
prática da frase
que cunhou de
forma inspirada:
“Fora da
caridade não há
salvação”.
Segundo narra a
história, certa
vez disse o
admirável Ludwig
van Beethoven a
um crítico: “Minha
música não é
para você, mas,
sim, para uma
era futura”.
Podemos tomar
como exemplo a
frase do
compositor e,
com algumas
modificações,
deixá-la assim,
referente ao
legado de Allan
Kardec: “A
obra que
codificou
aterrissou na
Terra para
instruir os
homens no século
XIX, no entanto,
por teimosia e
negligência
ainda não é
observada em
plenitude,
ficando, pois,
para uma era
futura”.
Em realidade,
caro leitor, os
homens de gênio
enxergam a vida
por cima, do
alto de seu
conhecimento
aquilatado nas
incontáveis
viagens pelo
universo. É,
portanto, até
natural que o
homem comum se
surpreenda com
as ideias dos
grandes vultos e
as deixem
esquecidas por
um tempo. Para
tudo é
necessário adaptação; diante das grandes descobertas o homem experimenta primeiro
o estágio da
surpresa e
crítica, não
raro feroz. Mais
adiante, já um
pouco mais
amadurecido,
começa a
refletir e, por
fim, calejado e
experiente
atinge o estágio
da aceitação e
assimilação. Mas
isso demanda
tempo, anos e
anos de
experiência,
dores e vitórias
são
transcorridos
para o despertar
do ser humano.
Não há dúvidas
que já
adentramos o
estágio da
aceitação dos
conceitos
codificados por
Allan Kardec,
haja vista
grande parcela
da população
mundial aceitar
temas como:
reencarnação,
comunicabilidade
dos Espíritos e
pluralidade dos
mundos
habitados,
porém, é preciso
avançar mais
para que
cheguemos até o
estágio da
assimilação,
principalmente
no tocante a já
citada frase:
“Fora da
caridade não há
salvação”. E,
quando houvermos
assimilado a
caridade como
ensinou Kardec,
modificaremos os
padrões de nossa
Terra escola,
transformando-a
de mundo de
expiação e
provas para
mundo de
regeneração.
Portanto,
imperioso é
homenagear
Kardec e seu
legado,
estudando-o,
pesquisando-o e
praticando-o. É
preciso praticar
Kardec,
porquanto,
quando a
maturidade
conquistar o
cérebro humano e
a bondade
arrebatar o
coração,
veremos, sem
dúvidas, as
lições da
codificação da
Doutrina
Espírita
estampadas nas
mais diversas
religiões,
celebrando a paz
na Terra e
mostrando com
clareza a todos
os homens as
leis que regem
com perfeição a
sublime sinfonia
da vida. Diante
disto,
certamente o
pedagogo francês
será lembrado
pelas páginas da
história como o
aplicado aluno
de Jesus que
ensinou ao homem
os caminhos para
a autoeducação.
Fica, pois,
registrada nossa
homenagem à
grande figura
humana de
Hippolyte Léon
Denizard Rivail,
lembrando
sempre: É
necessário
estudá-lo para
bem
compreendê-lo.