Ante
as provações
É bem verdade que ante
as provas, por nós
avaliadas como
superiores às nossas
forças, sejamos
visitados pelo desânimo
e, em alguns momentos,
pensemos em desistir.
Sentimo-nos como se
estivéssemos entregues
aos acontecimentos,
alheios à nossa vontade,
os quais nunca
imaginamos que pudessem
nos atingir.
Frequentemente,
criaturas, as quais
muito amamos e que
desejaríamos sentir que
igualmente nos amam,
ladeiam conosco
comportando-se como
pedras e espinhos, a
dificultarem a nossa
caminhada. O
ressentimento toma corpo
e o amor parece não mais
existir; lampejos de
vingança visitam a nossa
casa mental,
roubando-nos a paz.
É hora de pararmos para
uma reflexão!
Necessário é que
entendamos a adversidade
e a dor como episódios
naturais da vida, pois
somente assim
aprenderemos a
transformá-los em
degraus para a nossa
evolução. Elas não são
como projéteis que saem
de uma arma, em mãos de
um franco atirador,
atingindo o primeiro que
aparece; são mensagens
com endereço certo,
atendendo às
necessidades do
destinatário. Funciona
como medicamento de
sabor desagradável,
porém de efeito
salutar.
Não olvidemos que os que
se apresentam como
artífices de nossas
dores, na realidade, são
apenas nossos credores,
convidando-nos aos
acertos necessários; e a
paciência será sempre a
moeda indispensável para
saldarmos essa dívida.
São eles hoje
incompreensivos, porque
a nossa incompreensão do
passado assim os
tornou.
Desistir da prova não
nos liberaria dos
compromissos, apenas os
interromperia, para
tê-los em condições mais
adversas no futuro.
O benfeitor espiritual
Emmanuel sabiamente
exortou:
“Renunciemos, assim, à
presunção de viver sem
adversários que, em
verdade, funcionam
sempre por fiscais e
examinadores de nossos
atos, mas saibamos
continuar em serviço,
aproveitando-lhes o
concurso sob a paz em
nós mesmos.
Nem o próprio Cristo
escapou de semelhantes
percalços.
Ninguém conseguiu furtar
a paz do Mestre, em
momento algum;
entretanto, ele, que nos
exortou a amar os
inimigos, nasceu,
cresceu, lutou, serviu e
partiu da Terra, com
eles e junto dele”.
(*)
Na condição evolutiva em
que nos encontramos, não
podemos pretender uma
vida sem adversários,
nem tampouco imaginar
que eles assim se
tornaram gratuitamente.
Como causa dessa
situação indesejável,
estão as nossas ações do
presente ou do passado.
Não há outra solução que
não seja através da
reconciliação,
conquistada através de
compreensão e muita
paciência.
Lembremos a advertência
do Mestre Jesus: “Reconcilia-te
o mais cedo possível com
o teu adversário,
enquanto estás junto
dele, para que ele não
te entregue ao juiz, e
este não te entregue ao
ministro, para seres
preso. Em verdade te
digo que de maneira
nenhuma sairás dali
enquanto não pagares o
último ceitil”.
(**)
A vida nos convida a
prosseguirmos com
paciência, compreensão e
trabalho no bem; somente
assim nos faremos ante a
vida, com suas leis
invioláveis, credores da
paz que tanto almejamos.
Não esqueçamos que é sob
a ação do buril que o
diamante adquire beleza
e valor.
(*)
Xavier,
Francisco C. Palavras
da Vida Eterna,
Editora CEC.
(**)
Mateus 5; 26.