ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
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Guarani, Minas Gerais (Brasil)
Livros demais!
Uma coisa me
chamou demais a
atenção na
entrevista
concedida à
Katia Fernandes
pela nossa
confreira Odalis
Carmenaty
Franco, cubana
radicada em
Barcelona,
Espanha, e
publicada nesta
revista em 26 de
abril último.
Indagada se
conhecia o
movimento
espírita
brasileiro, ela
respondeu que
não o conhecia o
suficiente, mas
“tinha um
sentimento de
perplexidade
ante a
supremacia das
obras mediúnicas
de estilo
novelão sobre as
obras de estudo
e análises da
doutrina”.
E eu tenho
certeza de que
da missa ela não
conhece nem o
padre-nosso. Nem
imagina,
suponho, a
quantidade de
porcaria que se
publica, quase
diariamente no
país, de obras
ditas mediúnicas
de nenhum valor
doutrinário e
numa linguagem
de estudante
primário que
desserve a
linguagem e
compromete o
idioma.
Já em 1901, o
admirável Léon
Denis se
preocupava com
isso. E
perguntava:
“será que tudo o
que vem, por
toda parte, vem
como verdade,
como luz, como
esperança? E ao
lado das
consolações que
caem na alma
como o orvalho
que beija a
flor, de par com
o jorro de luz
que dissipa as
angústias e
ilumina a rota
não haverá
também erros e
decepções?”
E numa triste
lamentação,
vaticinava: “O
Espiritismo será
o que dele
fizerem os
homens”.
De repente,
multiplicaram-se
as editoras. E,
para produzir,
tocam a publicar
coisas. Sem
nenhum critério;
sem qualquer
exame, livros
mal escritos,
cheios de erros
de linguagem e
de lógica, dando
impressão aos
que não são
espíritas e que,
por acaso,
examinem uma
dessas obras,
que nós,
espíritas, somos
um bando de
pacóvios que
engolem qualquer
coisa; que
acreditam em
carochinhas e
que vivem à cata
de bobagens.
É preciso pôr
cobro a esses
abusos. A
liberdade que a
Doutrina nos
concede não nos
autoriza a errar
tanto. Vamos
parar com isso.
Vamos respeitar
a Doutrina,
servindo-a sem
personalismo e
vaidades tolas.
Temos matéria de
estudo, já
publicada e de
boa qualidade,
em quantidade
suficiente para
os nossos
próximos
quinhentos anos.
Pensemos bem
antes de comprar
qualquer livro.
E interroguemos
antes: Quem está
publicando? Quem
é o autor? Que
mensagem nos
traz?
Se continuarmos
a comprar por
comprar
estaremos
concorrendo para
que esses abusos
não cessem.