Parafraseando a
luminosa
definição do
apóstolo Paulo,
em torno da
caridade, no
capítulo treze
da primeira
epístola aos
coríntios,
ousaremos
aplicar os
mesmos conceitos
aos Espíritos
benevolentes e
sábios que nos
tutelam a
evolução.
Ainda que
falássemos a
linguagem das
trevas e não
possuíssemos
leve raio de
entendimento, —
não passaríamos
para eles de
pobres irmãos
necessitados de
luz.
Ainda que nos
demorássemos na
vocação do
crime, caindo em
todas as faltas
e retendo todos
os vícios, a
ponto de
arrojar-nos, por
tempo
indeterminado,
nos últimos
despenhadeiros
do mal, para
nosso próprio
infortúnio, —
não seríamos
para eles senão
criaturas
infelizes,
carecentes de
amor.
Ainda que
dissipássemos
todas as nossas
forças no
terreno da culpa
e dedicássemos a
vida ao
exercício da
crueldade, sem a
mínima noção do
próprio dever, —
isso seria para
eles tão-somente
motivo a maior
compaixão.
Os Espíritos da
Luz são
pacientes.
Em todas as
manifestações
são benignos.
Não invejam.
Não se orgulham.
Não mostram
leviandade.
Não se
ensoberbecem.
Não se portam de
maneira
inconveniente.
Não se irritam.
Não são
interesseiros.
Não guardam
desconfiança.
Não folgam com a
injustiça, mas
rejubilam-se com
a verdade.
Tudo suportam.
Tudo creem.
Tudo esperam.
Tudo sofrem.
A caridade deles
nunca falha,
enquanto que
para nós, um
dia, as
revelações
gradativas terão
fim, os
fenômenos
cessarão e as
provas
terminarão, por
desnecessárias.
Por agora, de
nós mesmos,
conhecemos em
parte e em parte
imaginamos;
entretanto,
eles, os
emissários do
Eterno Bem,
acompanham-nos
com devotamento
perfeito,
sabendo que, em
matéria de
espiritualidade
superior, quase
sempre ainda
somos crianças,
falamos como
crianças,
pensamos quais
crianças e
ajuizamos
infantilmente.
Estão certos,
porém, de que
mais tarde,
quando nos
despojarmos das
deficiências
humanas,
abandonaremos,
então, tudo o
que vem a ser
pueril.
Verificaremos,
assim, a
grandeza deles,
como a víssemos
retratada em
espelho,
confrontando a
estreiteza de
nosso egoísmo
com a
imensurabilidade
do amor com que
nos assistem.
Conforte-nos,
pois, reconhecer
que, se ainda
demonstramos fé
vacilante,
esperança
imperfeita e
caridade
caprichosa,
temos, junto de
nós, a caridade
dos mensageiros
do Senhor, que é
sempre maior,
por não
esmorecer em
tempo algum.
Do cap.
19 do
livro Seara
dos Médiuns,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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