A. Por que, segundo
Denis, importa-nos saber
o que somos, de onde
viemos, para onde vamos?
R.: A razão disso é
muito simples. As ideias
que fazemos do Universo
e suas leis, e do papel
que cada um deve exercer
sobre este vasto teatro,
têm uma importância
capital porque é de
conformidade com elas
que dirigimos nossos
atos. Conforme o ideal,
assim é o homem. Para os
povos, da mesma forma
que para os indivíduos,
a concepção do mundo e
da vida é que determina
os deveres, mostra o
caminho a seguir, indica
as resoluções a adotar. (O
Porquê da Vida, pp. 17 e
18.)
B. Que fator tem levado
muitas pessoas ao
materialismo?
R.: O vácuo e a
obscuridade das
doutrinas religiosas,
bem como os abusos que
elas engendraram, é isso
que tem levado muitos ao
materialismo, com o que
tais indivíduos ficam
dispostos a crer que
tudo acaba com a morte e
que o destino do homem é
desaparecer no vácuo. (Obra
citada, pág. 18.)
C. Que prejuízos
decorrem da negação da
vida futura?
R.: A negação da vida
futura suprime toda a
sanção moral. Em face
dela, todo ato bom ou
mau, criminoso ou
sublime, termina com os
mesmos resultados. Não
existe compensação para
a existência miserável,
a dor, a opressão, nem
há consolação para as
provas, ou esperança
para os aflitos. Se tudo
acaba com a morte, o
indivíduo não tem nenhum
motivo para
constranger-se, para
comprimir seus instintos
e seus gostos. O bem e o
mal, o justo e o injusto
se confundem igualmente,
se esvaem no nada, e o
suicídio será sempre um
meio de escapar aos
rigores das leis
humanas. (Obra
citada, pp. 19 e 20.)
Texto para leitura
3. O homem tem, no
entanto, necessidade de
saber, precisa do
esclarecimento, da
esperança que consola,
da certeza que o guia e
sustém. Jamais a
necessidade da luz fez
sentir-se de um modo
mais imperioso, porque
uma transformação imensa
se opera no seio das
sociedades humanas e os
povos aspiram cada vez
mais à liberdade e
desejam dirigir-se por
si próprios. (P. 16)
4. Essa liberdade,
porém, para ser fecunda
e oferecer às obras
humanas uma base segura
e duradoura, é preciso
que seja aureolada pela
luz, pela sabedoria,
pela verdade. (P.17)
5. Importa-nos saber
antes de tudo o que
somos, de onde viemos,
para onde vamos, e quais
são os nossos destinos.
As ideias que fazemos do
Universo e suas leis, e
do papel que cada um
deve exercer sobre este
vasto teatro, tudo isso
é de uma importância
capital, pois é de
conformidade com elas
que dirigimos nossos
atos. (P. 17)
6. Conforme o ideal,
assim é o homem. Para os
povos, da mesma forma
que para os indivíduos,
a concepção do mundo e
da vida é que determina
os deveres, mostra o
caminho a seguir, indica
as resoluções a adotar.
(PP. 17 e 18)
7. O homem ignorante dos
seus destinos é
semelhante ao viajante
que percorre
maquinalmente a sua
rota, sem conhecer o
ponto de partida nem o
ponto de chegada, e sem
saber qual o motivo da
sua viagem, do que
resulta, sem dúvida, o
estar sempre disposto a
parar diante do menor
obstáculo e a perder o
tempo sem cuidar do alvo
que deve atingir. (P.
18)
8. O vácuo e a
obscuridade das
doutrinas religiosas e
os abusos que elas
engendraram lançam
muitos espíritos no
materialismo, os quais
ficam dispostos a crer
que tudo acaba com a
morte e que o destino do
homem é desaparecer no
vácuo. (P. 18)
9. Com a perspectiva do
nada, quanto mais
praticar a abnegação e a
justiça, tanto mais a
vida do homem será
fértil em amargores e
decepções. O egoísmo
seria então a suprema
sabedoria e a existência
perderia toda a
dignidade e grandeza.
(P. 19)
10. A negação
da vida futura suprime
também toda a sanção
moral. Desse modo, todo
ato bom ou mau,
criminoso ou sublime,
termina com os mesmos
resultados. Não existe
compensação para a
existência miserável, a
dor, a opressão, nem há
consolação para as
provas, ou esperança
para os aflitos. (P. 19)
11. Se tudo acaba com a
morte, o indivíduo não
tem nenhum motivo para
constranger-se, para
comprimir seus instintos
e seus gostos. O bem e o
mal, o justo e o injusto
se confundem igualmente,
se esvaem no nada, e o
suicídio será sempre um
meio de escapar aos
rigores das leis
humanas. (P. 20)
12. Não há efeito sem
causa; o nada não pode
produzir coisa alguma.
Eis aí axiomas, isto é,
verdades incontestáveis.
Ora, como se verifica em
cada um de nós a
existência de forças, de
potências que não podem
ser consideradas como
materiais, há
necessidade, para
explicar a sua causa, de
remontar a outra origem
além da matéria, a esse
princípio que designamos
por alma ou Espírito.
(PP. 20 e 21)
13. Sem o amor do bem, o
sentimento da justiça e
do progresso, não existe
grandeza para a
Humanidade. E esses
princípios, que se
encontram em graus
diversos no ignorante e
no homem de gênio, não
podem proceder da
matéria, que está
desprovida de tais
atributos. (P. 21) (Continua
no próximo número.)