FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
Provas ou
expiações,
caminhos para a
felicidade!
A humanidade
movimenta-se
bastante
aturdida na
Terra, planeta
de provas e
expiações, por
causa do seu
atual estágio
evolutivo, onde
seus habitantes
ainda bem longe
estão da pureza
e da perfeição a
que está
destinada;
residindo
momentaneamente
neste abençoado
planeta que nos
abriga e concede
oportunidades
para nos
redimirmos
diante das
perfeitas Leis
Naturais, que
regem com
justiça os
destinos dos
seus habitantes,
capacitando-os
a seguir para
moradas bem mais
interessantes.
Na maioria das
vezes, ficamos
perplexos diante
do que
constatamos no
dia-a-dia de
nossas vidas,
porque nos falta
ainda a devida
compreensão
desses
mecanismos
automáticos que
nos surpreendem
em cada ação que
perpetramos,
dando-nos o
justo salário
pela obra
executada,
concedendo na
medida certa o
doce sabor da
paz interior
pelas boas obras
realizadas ou o
sabor amargo
pelas menos
felizes que
empreendemos
diante do
próximo ou da
vida.
Assim sendo,
como desde os
distanciados
séculos de nossa
criação nos
dedicamos em
maior parte
às más
construções,
estamos em
maioria
esmagadora
diante das
aflições pelas
quais passamos
na atual
existência e que
muitas das vezes
não encontramos
motivos que
justifiquem tais
situações
afligentes, que
nos sucedem no
presente, e que
nos deixam
desesperados e
revoltados a
blasfemar contra
o Criador, que,
parece, não está
se importando
com nossos
sofrimentos tão
“injustos”.
No entanto, não
são os
sofrimentos
atuais somente o
resultado das
nossas obras
infrutíferas de
ontem, mas, para
muitos de nós,
são provas que
buscamos
realizar com
sucesso para
galgarmos subir
alguns degraus
na escala
evolutiva do
Espírito
Imortal,
conforme podemos
constatar pelos
ensinos dos
Espíritos
Superiores na
matéria que
segue.
“9. Não há crer,
no entanto, que
todo sofrimento
suportado neste
mundo denote a
existência de
uma determinada
falta. Muitas
vezes são
simples provas
buscadas pelo
Espírito para
concluir a sua
depuração e
ativar o seu
progresso.
Assim, a
expiação serve
sempre de prova,
mas nem sempre a
prova é uma
expiação.
Provas e
expiações,
todavia, são
sempre sinais de
relativa
inferioridade,
porquanto o que
é perfeito não
precisa ser
provado.
Pode, pois, um
Espírito haver
chegado a certo
grau de elevação
e, nada
obstante,
desejoso de
adiantar-se
mais, solicitar
uma missão, uma
tarefa a
executar, pela
qual tanto mais
recompensado
será, se sair
vitorioso,
quanto mais rude
haja sido a
luta. Tais são,
especialmente,
essas pessoas de
instintos
naturalmente
bons, de alma
elevada, de
nobres
sentimentos
inatos, que
parece nada de
mau haverem
trazido de suas
precedentes
existências e
que sofrem, com
resignação toda
cristã, as
maiores dores,
somente pedindo
a Deus que as
possam suportar
sem murmurar.
Pode-se, ao
contrário,
considerar como
expiações as
aflições que
provocam queixas
e impelem o
homem à revolta
contra Deus.
“Sem dúvida, o
sofrimento que
não provoca
queixumes pode
ser uma
expiação; mas é
indício de que
foi buscada
voluntariamente,
antes que
imposta, e
constitui prova
de forte
resolução, o que
é sinal de
progresso.
“10. Os
Espíritos não
podem aspirar à
completa
felicidade,
enquanto não se
tenham tornado
puros:
qualquer mácula
lhes interdita a
entrada nos
mundos ditosos.
São como os
passageiros de
um navio onde há
pestosos, aos
quais se veda o
acesso à cidade
a que aportem,
até que se hajam
expurgado.
Mediante as
diversas
existências
corpóreas é que
os Espíritos se
vão expungindo,
pouco a pouco,
de suas
imperfeições. As
provações da
vida os fazem
adiantar-se,
quando bem
suportadas. Como
expiações, elas
apagam as faltas
e purificam. São
o remédio que
limpa as chagas
e cura o doente.
Quanto mais
grave é o mal,
tanto mais
enérgico deve
ser o remédio.
Aquele, pois,
que muito sofre
deve reconhecer
que muito tinha
a expiar e deve
regozijar-se à
ideia da sua
próxima cura.
Dele depende,
pela resignação,
tornar
proveitoso o seu
sofrimento e não
lhe estragar o
fruto com as
suas
impaciências,
visto que, do
contrário, terá
de recomeçar.”
(Os grifos são
do articulista.)
(1)
Resta-nos
encarar com
decisão as
nossas atuais
dificuldades,
pois não
estaremos em uma
situação
qualquer sem
nada termos
contribuído para
tal, e estejamos
absolutamente
certos de que
teremos quantas
oportunidades
nos forem
necessárias para
alcançar o fim a
que todos
estamos
destinados pela
Soberana
Inteligência
Universal, que é
a pureza
espiritual e a
perfeição
relativa; e não
nos cabe
fiscalizar as
ações do nosso
próximo, pois,
segundo nos
afirmou o Mestre
de Nazaré,
a cada um
será dado
segundo suas
próprias obras.
Foi Jesus quem
nos propôs que
não julgássemos
os nossos
semelhantes,
pois, se assim
procedermos,
poderemos estar
cometendo enorme
injustiça para
com muitos dos
irmãos em
sofrimento na
Terra, que em
verdade não
estão em
processo
expiatório, como
poderíamos
achar, mas sim
em prova com
finalidades
nobres de
crescimento e
evolução moral
espiritual.
Fonte:
1) O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. V, itens 9
e 10.