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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 3 - N° 111 – 14 de Junho de 2009

 


O
ladrão de bananas

 

Deixando a mata onde vivia, um macaquinho aventurou-se por outras bandas. Estava faminto.  

Os homens destruíram a mata, e o solo ficara árido, seco, sem vegetação. Derrubaram as árvores, depois colocaram os enormes troncos em caminhões que, roncando assustadoramente, os levaram para longe; o resto fora queimado.  

E o macaquinho, assim como os outros animais e aves, foi obrigado a abandonar seu refúgio, procurando um lugar onde pudesse se abrigar. 

Logo, encontrou um sítio bonito com grandes árvores. No meio de um gramado, havia uma casa simpática, cercada de flores. Um homem saiu da casa e, acompanhado por um cão, foi tratar da criação. Ele deu comida conversando com os animais: galinhas, patos, porcos e cavalos; depois, tirou leite da vaca. Para cada um tinha uma palavra gentil. 

O macaquinho resolveu que iria morar ali.  

Ganhando coragem, aproximou-se com cuidado. O cachorro, sentindo sua presença, pôs-se a farejar e foi no seu encalço latindo feroz. 

Aos guinchos, assustado, rapidamente o macaquinho subiu numa árvore e ficou escondido no meio da folhagem. 

— O que houve, Pingo? Viu alguma coisa? — perguntou o dono ao cão. 

Debaixo da árvore, o cachorro continuava a latir sem parar, olhando para o alto. Aproximando-se, o dono olhou para cima e viu o macaquinho que tremia de susto. 

— Ora, é apenas um macaco, Pingo. Deixe-o em paz.  

Nos outros dias, o homem viu o macaquinho que se aproximava cada vez mais. Uma manhã, ao acordar, encontrou o bichinho a procurar restos de comida no terreiro. 

Cheio de compaixão, pegou algumas bananas e deixou-as sobre um mourão da cerca.  

Arisco, o bichinho só se aproximou depois que o homem entrou em casa. 

Desse dia em diante, todas as manhãs o homem deixava algumas bananas para o novo amigo. Deu-lhe o nome de Miquinho. 

Ele habituou-se a ter a presença do animal por perto quando estava trabalhando.  

No meio da sua plantação, ele tinha algumas bananeiras. Homem bom, mas severo, ele avisou:  

— Miquinho, eu só não admito que roube meus cachos de bananas. Entendeu?

O macaco olhou-o e deu um guincho estridente, como se tivesse entendido.  

Apesar dessa recomendação, o homem começou a perceber que alguém estava mexendo nas suas bananeiras. De vez em quando, um cacho desaparecia. 

— É você que está roubando minhas bananas, Miquinho? 

Com seus olhos de gente, pequenos e arregalados, o macaco olhava para o amigo e balançava a cabeça negativamente. 

Em dúvida, o homem se calava, mas não sabia o que pensar. Quem mais poderia estar roubando suas bananas?   

Certa noite caiu uma grande tempestade. O vento forte agitava as árvores, enquanto raios e trovões cortavam os ares. Os animais ficaram agitados, temerosos. No sítio, ninguém dormiu. 

Na manhã seguinte, quando o dono acordou, viu o estrago que o temporal fizera. Árvores tinham sido arrancadas, o paiol fora destelhado, e no terreiro tudo estava fora do lugar. 

Pegando sua velha caminhoneta, resolveu ir à cidade buscar material para fazer os reparos.  

Havia percorrido algumas centenas de metros, quando viu Miquinho que, ao lado da estrada, o acompanhava pulando de árvore em árvore. O bichinho guinchava alto, desesperado, como se quisesse falar com ele. 

O homem parou o veículo e desceu. 

— O que está acontecendo, Miquinho? Por que esse barulho todo? 

Mas o macaquinho continuava a guinchar, olhando e apontando para a estrada. Depois, pegou a mão do dono e puxou-a, como se quisesse que ele o acompanhasse.  

Curioso, o homem o acompanhou e, logo depois da curva, com surpresa, viu o estrago que a chuva fizera: a ponte fora completamente destruída! 

O rio, agitado, mostrava grande correnteza pelas fortes chuvas que caíram na região.  

Ele pegou Miquinho no colo, abraçando-o: 

— Se não fosse você, meu amigo, essa hora eu teria caído no rio. Obrigado.   

Voltando para o sítio, o dono foi fazer uma vistoria nas plantações, para verificar os estragos. Nisso, encontrou um rapaz que saia de um pequeno abrigo que fizera para guardar ferramentas. 

— O que está fazendo em minha propriedade? E por que está com esse cacho de bananas nos braços? — perguntou, sério. 

Muito envergonhado, o rapazinho explicou: 

— Moro aqui perto e estamos passando necessidade. Então, quando não temos nada para comer, venho aqui e pego um cacho. Ontem fui surpreendido pela chuva e o vento, sendo obrigado a me abrigar aqui. Acabei adormecendo e só acordei agora. O senhor me perdoe, mas não sou ladrão. 

Condoído da situação do rapaz, pensou: – E se fosse eu que estivesse passando fome e precisasse roubar para comer?  

Lembrou-se de Jesus quando afirmou que devemos fazer aos outros tudo o que gostaríamos que os outros nos fizessem.  
 

O homem procurou saber onde ele morava e, depois, deixou-o ir embora levando o cacho de bananas. Em seguida, virando-se para o macaco, disse: 

— E eu que pensei que fosse você o ladrão de bananas! Fui injusto e me arrependo. Você me perdoa, amigo? 

Miquinho, guinchando feliz, pulou no colo dele, desmanchando-lhe os cabelos. 

Mais tarde, o homem foi até a casa do rapaz e, confirmando a situação de miséria em que ele vivia com a mãe e dois irmãos menores, propôs: 

— Estou precisando de um ajudante no sítio. Quer trabalhar comigo? 

O rapaz sorriu, agradecendo a Deus pelo socorro que lhes tinha mandado. 

E o homem, agora com a consciência tranquila, retornou para o sítio com seu amigo Miquinho, certo de que Jesus estava contente com ele.
 

                                                        Tia Célia   

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita