MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Libertação
André Luiz
(Parte
25)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Libertação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1949 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. É verdade que
Saldanha, depois que
desencarnou, tentou
fugir ao mal?
R.: Sim. O verdugo de
Margarida diz que tentou
esse caminho, mas as
velhas orações que ele
aprendera em seu lar
mereceram sarcasmo cruel
dos inimigos do bem. Sua
vontade de melhorar era
sincera, mas pensamentos
menos dignos lhe
povoavam a mente. Ele
esforçou-se e reagiu
quanto pôde, mas seu
impulso para o bem era,
no fundo, um sopro
frágil à frente de um
tufão, de tal sorte que,
ao contacto de entidades
desencarnadas infelizes
e vingativas, acabou
perdendo o resto da
compostura moral que
procurava debalde
sustentar. "Se a alma,
liberta do corpo de
carne, não se encontra
amparada em princípios
robustos de virtude
santificante, sentida e
vivida, é quase
impossível sair
vitoriosa das ciladas
escuras que nos armam",
explicou Saldanha.
(Libertação, cap. XV,
pp. 194 a 196.)
B. No exercício da
mediunidade, que é que
não podemos ignorar?
R.: Não podemos ignorar
que a mediunidade é
energia peculiar a
todos, em maior ou menor
grau de exteriorização,
mas se encontra
subordinada aos
princípios de direção e
à lei do uso, tanto
quanto a enxada, que
pode ser mobilizada para
servir ou ferir. Não
podemos também desprezar
o valor de uma atitude
desassombrada e
permanente de fé
positiva, dentro do
caminho louvável, o que
nem sempre ocorre com os
que trabalham no campo
da mediunidade,
porquanto em muitas
ocasiões basta que
Espíritos perturbadores
ou maliciosos os visitem
e lá se vão os germens
superiores que lhes são
confiados pelos
mentores,
incessantemente, ao solo
do coração. De um
momento para outro,
duvidam do esforço
espiritual, duvidam de
si mesmos, cerram os
olhos ante a grandeza
das leis divinas e
fracassam. (Obra
citada, cap. XV, pp. 197
e 198.)
C. Pode um grupo
mediúnico
harmoniosamente
constituído dar guarida
às forças perturbadoras?
R.: Pode. Segundo o
mentor Sidônio, mesmo um
grupo constituído em
tais condições, como o
que ele próprio
orientava, pode dar
guarida fácil às forças
deprimentes. "Enquanto
conosco, deixam-se
envolver nas suaves
irradiações da paz e da
alegria, do bom ânimo e
da esperança,
registrando-se as
vibrações edificantes
das quais desejávamos
fossem eles nossos
portadores permanentes e
seguros na esfera vulgar
da luta humana. Todavia,
tão logo se encontram a
pequena distância de
nossas portas, aceitam
ou provocam milhares de
sugestões sutis,
diferentes das nossas”,
informou o mentor. "Além
disso – acrescentou
Sidônio -, quando esse
ou aquele irmão revela
disposições mais
avançadas para servir a
bem de todos, em favor
do império da luz,
costuma ser
imediatamente visitado,
nas horas de sono
físico, por entidades
renitentes na prática do
mal, interessadas na
extensão do domínio das
sombras, que lhe
desintegram convicções e
propósitos nascentes
com insinuações menos
dignas, quando o
espírito do trabalhador
não está
convenientemente apoiado
no desejo robusto de
progredir, redimir-se e
marchar para a frente."
(Obra citada, cap.
XV, pp. 199 e 200.)
Texto
para leitura
102. Como vencer o
mal - A sós com
Saldanha, André
perguntou-lhe como
explicar tamanho temor
perante os companheiros
retardados. O
ex-verdugo explicou-lhe
que, se eles se
dispusessem a lutar
abertamente, conservando
a enferma em padrão
físico de menor
resistência, o malogro
de seus objetivos seria
questão de minutos,
porque nos círculos
inferiores, em que se
encontravam, a maldade
era força dominante em
quase toda parte e
contava com intérpretes
que os vigiavam através
de todos os flancos, e
dos quais não era fácil
escapar. "Para combater
o mal e vencê-lo, urge
possuir a prudência e a
abnegação dos anjos. De
outro modo é perder o
tempo e cair, sem
defesa, em perigosas
armadilhas das trevas",
asseverou Saldanha. Ele
contou, ainda, que logo
depois de sua
desencarnação tentara,
em vão, fugir ao mal.
Velhas orações que ele
aprendera em seu lar
mereceram sarcasmo cruel
dos inimigos do bem. Sua
vontade de melhorar era
sincera, mas pensamentos
menos dignos lhe
povoavam a mente. Ele
esforçou-se e reagiu
quanto pôde, mas seu
impulso para o bem
legítimo era, no fundo,
um sopro frágil à frente
de um tufão, de tal
sorte que, ao contacto
de entidades
desencarnadas infelizes
e vingativas, perdera o
resto da compostura
moral que procurava
debalde sustentar. "Se a
alma, liberta do corpo
de carne, não se
encontra amparada em
princípios robustos de
virtude santificante,
sentida e vivida, é
quase impossível sair
vitoriosa das ciladas
escuras que nos armam",
acrescentou Saldanha. Em
seguida, disse que
aqueles que são
surpreendidos no campo
da inferioridade
manobram contra o bem
mil armas de despeito,
calúnia, inveja, ciúme,
mentira e discórdia,
provocando perturbação
e desânimo. Seu próprio
caso era exemplo vivo de
que o problema não é uma
questão de ignorância,
mas, sim, de
endurecimento das
pessoas. "Faltava-me" –
disse ele – "a companhia
de alguém que
conseguisse mostrar-me a
eficiência e a segurança
do bem, no meio de
tantos males." (Cap. XV,
pp. 194 a 196)
103. O bem pode
vencer o mal -
Saldanha ilustrou sua
explicação com uma
imagem: "Imagina um
esfomeado a ouvir
discursos. Acreditas que
as palavras lhe
satisfaçam as exigências
do estômago? Isso foi
precisamente o que me
ocorreu. Preocupado com
a esposa e a nora,
desencarnadas em
terrível desequilíbrio,
atormentado pelo filho
louco e pela neta em
perigo, não havia
espaço mental' em
minha cabeça para
simplesmente louvar
teorias salvadoras". Foi
então que Gúbio lhe
mostrou que o bem é mais
poderoso que o mal, e
isso bastou-lhe. Sabia,
no entanto, que seria
perseguido sem tréguas
pelos ex-companheiros de
revolta. Se pudessem,
eles o conduziriam ao
vale de miséria e
penúria; porém, salutar
transformação lhe
possuía agora o espírito
e estava convencido de
que o bem pode vencer o
mal. Nesse ponto, Gúbio
retornou ao aposento da
enferma, notificando que
o problema fora
resolvido. Ela e o
esposo compareceriam na
noite próxima a uma
reunião familiar, um
importante setor de
socorro mediúnico. Lá, a
enferma e Gaspar
receberiam recursos
eficientes. Chegada a
hora, o casal saiu de
casa acompanhado por
Gúbio, André e seus
amigos, e pelo grande
número de "ovoides" que
se encontravam ligados,
ainda, à cabeça de
Margarida, em processo
de imantação.
Saldanha conseguira
despistar seus
companheiros da
falange. O senhor Silva,
dono da casa onde se
faria a reunião
espírita, recebeu o
casal com inequívocas
demonstrações de
carinho, e Sidônio, o
diretor espiritual dos
trabalhos, estendeu ao
grupo braços fraternais.
(Cap. XV, pp. 196 e 197)
104. Mediunidade
reclama a autoiluminação
- Conversação amena
entre os componentes do
grupo mediúnico e o
casal antecedeu os
trabalhos. Sidônio
esclareceu a Gúbio que
aquele grupo produzia
satisfatoriamente, mas
poderia levar a efeito
mais ampla colheita de
bênçãos se a confiança
no bem e o ideal de
servir fossem mais
dilatados nos
colaboradores
encarnados. "Sem
companheiros encarnados
que nos correspondam aos
objetivos na ação
santificante, como
estabelecer a
espiritualidade superior
na Crosta da Terra?",
indagou Sidônio. Muitos
apresentam-se dispostos
ao concurso fraternal,
mas a maioria espera a
mediunidade
espetacular, a fim de
cooperar decisivamente,
esquecida de que todos
somos médiuns de alguma
força boa ou má, em
nossas faculdades
receptivas. Poucos
aceitam as necessidades
do serviço que nos
aconselham a buscar
desenvolvimento
substancial na
autoiluminação, através
do serviço aos nossos
semelhantes, enquanto a
maioria toca a exigir
dons mediúnicos, como
se fossem dádivas
milagrosas a serem
transmitidas, de graça,
àqueles que se
candidatam aos
benefícios. "Esquecem-se
-- acentuou Sidônio --
de que a mediunidade é
uma energia peculiar a
todos, em maior ou menor
grau de exteriorização,
energia essa que se
encontra subordinada aos
princípios de direção e
à lei do uso, tanto
quanto a enxada, que
pode ser mobilizada para
servir ou ferir".
"Nossos amigos não
percebem o valor de uma
atitude desassombrada e
permanente de fé
positiva, dentro do
caminho louvável, haja o
que houver", aduziu o
diretor espiritual
daquele grupo. Disse
então que basta que
Espíritos perturbadores
ou maliciosos os
visitem, sutis, à
maneira de melros num
arrozal, e lá se vão os
germens superiores que
lhes são confiados
pelos mentores,
incessantemente, ao solo
do coração. De um
momento para outro,
duvidam do esforço
espiritual, duvidam de
si mesmos, cerram os
olhos ante a grandeza
das leis divinas, e
fracassam. (Cap. XV, pp.
197 e 198)
105. Terapia dos
fluidos - A uma
pergunta feita por
André, Sidônio explicou
que mesmo um grupo
harmoniosamente
constituído, como
aquele, costuma dar
guarida fácil às forças
deprimentes: "Enquanto
conosco, deixam-se
envolver nas suaves
irradiações da paz e da
alegria, do bom ânimo e
da esperança,
registrando-se as
vibrações edificantes
das quais desejávamos
fossem eles nossos
portadores permanentes e
seguros na esfera vulgar
da luta humana. Todavia,
tão logo se encontram a
pequena distância de
nossas portas, aceitam
ou provocam milhares de
sugestões sutis,
diferentes das nossas.
Choques de pensamentos
adversos ao nosso
programa, nascidos da
mente de encarnados e
desencarnados,
vergastam-nos sem
piedade. Raros se
capacitam de que a fé
representa bênção
suscetível de ser
aumentada,
indefinidamente, e fogem
ao serviço que a
conservação, a
consolidação e o
crescimento desse dom
nos oferecem a todos".
"Além disso, quando esse
ou aquele irmão revela
disposições mais
avançadas para servir a
bem de todos, em favor
do império da luz,
costuma ser
imediatamente visitado,
nas horas de sono
físico, por entidades
renitentes na prática do
mal, interessadas na
extensão do domínio das
sombras, que lhe
desintegram convicções e
propósitos nascentes
com insinuações menos
dignas, quando o
espírito do trabalhador
não está
convenientemente apoiado
no desejo robusto de
progredir, redimir-se e
marchar para a frente."
A reunião iria começar.
Das trinta pessoas
presentes, nove eram
encarnados; vinte e um
eram colaboradores
espirituais que ali se
movimentavam. Sidônio e
Gúbio, em esforço
conjunto, efetuaram
operações magnéticas ao
redor de Margarida,
desligando finalmente os
"corpos ovoides", que
foram entregues a uma
comissão de seis
companheiros que os
conduziram,
cuidadosamente, a
postos socorristas. Logo
após, enquanto a prece e
os estudos evangélicos
se faziam ouvir, grande
cópia de força nêurica,
com a devida
compensação em fluidos
revigoradores da esfera
espiritual, foi
extraída, através da
boca, das narinas e mãos
dos assistentes
encarnados, força essa
que os dois dirigentes
aplicaram sobre
Margarida e Gaspar, com
o intuito de
restaurar-lhes as
energias perispiríticas.
(Cap. XV, pp. 199 e 200)
(Continua
no próximo número.)