27. A
Revue transcreve
parte de uma carta
dirigida ao Sr.
Flammarion, na qual se
comprova que em 1713 o
astrônomo Fontenelle
assistiu ao fenômeno de
tiptologia produzido
pela senhorita Letard,
uma médium espontânea do
gênero das irmãs Fox.
(PP. 27 a 29)
28. Depois de publicar
fragmentos do pensamento
de Santo Atanásio,
patriarca de Alexandria
e um dos pais da Igreja
Grega, o qual nutria
ideias muito parecidas
com as expostas pela
doutrina espírita,
Kardec diz que a
religião deve ser
progressiva como a
humanidade, sob pena de
ser superada. O que faz
os incrédulos é
precisamente porque a
religião colocou-se fora
do movimento científico
e progressivo e, além
disso, declara esse
movimento obra do
demônio. “Disso resultou
- assevera Kardec - que
a ciência, repelida pela
religião, por sua vez
repeliu a religião.” (P.
30)
29. A
Revue de
fevereiro informa que o
Sr. Home foi intimado a
deixar Roma em três
dias. Comentando o
assunto, Kardec diz que
o Sr. Home não é rico e
dirigiu-se a Roma para
aperfeiçoar-se na arte
da escultura. (PP. 33 e
34)
30. Aproveitando a
oportunidade, Kardec
lembra que Home poderia
ser muito rico, se
quisesse explorar sua
notável faculdade
mediúnica. Ele sabia,
porém, que essa
faculdade lhe foi dada
com um fim providencial
e seria um sacrilégio
convertê-la em
profissão. (P. 34)
31. A mediunidade séria
- reafirma Kardec - não
pode ser e jamais será
uma profissão.
Explorá-la é dispor de
uma coisa da qual não se
é dono; é desviá-la de
seu objetivo
providencial. (P. 35)
32. Falando sobre a
infância, Kardec enumera
certos erros comuns
cometidos pelos pais na
educação de seus filhos,
como o estímulo à
gulodice, à inveja, ao
egoísmo e a outros
hábitos que não
concorrem para a
educação moral dos
pequeninos. (PP. 37 a
39)
33. Kardec reconhece, no
entanto, que os pais
pecam mais por
ignorância do que por má
vontade. “Sendo os
primeiros médicos da
alma dos filhos,
deveriam ser instruídos,
não só de seus deveres,
mas dos meios de os
cumprir”, afirma o
Codificador. (P. 39)
34. Ele propõe então
que, sendo o egoísmo e o
orgulho a fonte da
maioria das misérias
humanas, é a eles que se
deve atacar no estado de
embrião, antes que
fiquem vivazes. Pode o
Espiritismo remediar
esse mal? “Sem nenhuma
dúvida”, responde
Kardec. Mostrando qual
é, em verdade, a missão
e a responsabilidade dos
pais; dando a conhecer a
fonte das qualidades
inatas, boas ou más;
indicando a ação que se
pode exercer sobre
encarnados e
desencarnados; dando a
fé inquebrantável que
sanciona os deveres; e,
por fim, moralizando os
próprios pais, o
Espiritismo apresenta
todas as condições para
fazê-los cessar. (PP. 39
e 40)
35. Fechando o assunto,
Kardec assevera que um
dia se compreenderá que
este ramo da educação
tem seus princípios,
suas regras, como a
educação intelectual;
numa palavra, que é uma
verdadeira ciência. (P.
40)
36. Após relatar o
triste fim do homem de
69 anos que se casara
com uma jovem de 17
anos, na cidade de
Florença, a Revue adverte
que o Espiritismo não se
ocupa apenas dos
fenômenos, mas toca em
todas as questões
morais. Quem o estuda
passa a ver na morte não
o fim da vida, mas a
porta da prisão que se
abre ao prisioneiro, e
aprende que as
vicissitudes da vida
corpórea são as
consequências de suas
próprias imperfeições.
(PP. 40 e 41)
37. Examinando o
episódio de Florença, a
Revue observa
que o desfecho daquele
casamento evidencia que
ele fora realizado por
interesse. Houve cálculo
dos dois lados, mas esse
cálculo foi frustrado.
Deus não permitiu que
nem um nem outro o
aproveitassem,
infligindo a um a
desilusão e à outra, a
vergonha, que os mataram
a ambos. (P. 42)
38. Outra carta
procedente de uma
penitenciária revela a
influência moralizadora
do Espiritismo, mesmo
sobre os sentenciados.
Na carta, o presidiário
informa que, havendo
desenvolvido a faculdade
da psicografia,
entretinha-se, de duas
em duas noites, em sua
própria cela, com os
Espíritos amigos. Nem os
ferrolhos - observa
Kardec - detêm os
Espíritos, que vão até o
fundo das prisões levar
suas consolações àqueles
que delas precisam. (PP.
43 a 45)
39. O Sr. Dombre,
presidente da Sociedade
Espírita de Marmande,
descreve em carta como,
em cinco dias, com o
auxílio dos bons
Espíritos, ele e seus
confrades conseguiram
livrar de uma obsessão
muito violenta e muito
perigosa uma jovem de 13
anos. A Revue
registrou o fato e
felicitou os irmãos de
Marmande pelo resultado
obtido. (PP. 45 e 46)
(Continua
no próximo número.)