Incrédulos
por
ignorância
ou má
vontade
“Ninguém
pode
curar um
doente
que se
obstina
em
conservar
o
seu
mal e
nele se
compraz”.
Allan
Kardec
(1)
A
empáfia
com a
qual
muitas
criaturas
se
alinham
para
menosprezar
o
Espiritismo
e em
especial
lançar
anátema
sobre a
Comunicabilidade
dos
Espíritos,
[aliás,
assunto
a que se
dedicam
de ânimo
ligeiro,
em
análises
superficiais],
só dá
mesmo a
dimensão
da
ignorância
de que
são
portadoras...
Sensível
a isso,
Allan
Kardec
explica
(2):
“(...) O
cepticismo,
no
tocante
à
Doutrina
Espírita,
quando
não
resulta
de uma
oposição
sistemática
por
interesse,
origina-se
quase
sempre
do
conhecimento
incompleto
dos
fatos, o
que não
obsta a
que
alguns
cortem a
questão
como se
a
conhecessem
a fundo.
Pode-se
ter
muito
atilamento,
muita
instrução
mesmo, e
carecer-se
de bom
senso.
Ora, o
primeiro
indício
da falta
de bom
senso
está em
crer
alguém
infalível
o seu
juízo.
Muita
gente
também
há para
quem as
manifestações
espíritas
nada
mais são
do que
objeto
de
curiosidade.
Confiamos
em que,
lendo “O
Livro
dos
Espíritos”,
encontrarão
nesses
extraordinários
fenômenos
alguma
coisa
mais do
que
simples
passatempo.
A
ciência
espírita
compreende
duas
partes:
experimental
uma,
relativa
às
manifestações
em
geral;
filosófica,
outra,
relativa
às
manifestações
inteligentes.
Aquele
que
apenas
haja
observado
a
primeira
se acha
na
posição
de quem
não
conhecesse
a Física
senão
por
experiências
recreativas,
sem
haver
penetrado
no âmago
da
ciência.
A
verdadeira
Doutrina
Espírita
está no
ensino
que os
Espíritos
deram, e
os
conhecimentos
que esse
ensino
comporta
são por
demais
profundos
e
extensos
para
serem
adquiridos
de
qualquer
modo,
que não
por um
estudo
perseverante,
feito no
silêncio
e no
recolhimento.
Porque
só
dentro
desta
condição
se pode
observar
um
número
infinito
de fatos
e
particularidades
que
passam
despercebidos
ao
observador
superficial,
e firmar
opinião.
Não
produzisse
este
livro
outro
resultado
além do
de
mostrar
o lado
sério da
questão
e de
provocar
estudos
neste
sentido
e
rejubilaríamos
por
haver
sido
eleito
para
executar
uma obra
em que,
aliás,
nenhum
mérito
pessoal
pretendemos
ter,
pois que
os
princípios
nela
exarados
não são
de
criação
nossa. O
mérito
que
apresenta
cabe
todo aos
Espíritos
que a
ditaram.
Esperamos
que dará
outro
resultado:
o de
guiar os
homens
que
desejem
esclarecer-se,
mostrando-lhes,
nestes
estudos,
um fim
grande e
sublime,
isto é,
o do
progresso
individual
e social
e o de
lhes
indicar
o
caminho
que
conduz a
esse
fim”.
Segundo
os
Luminares
da
Espiritualidade,
(3)
“(...)
os
fenômenos
alheios
às leis
da
ciência
humana
se dão
por toda
parte,
revelando
na causa
que os
produz a
ação de
uma
vontade
livre e
inteligente.
A razão
diz que
um
efeito
inteligente
há de
ter como
causa
uma
força
inteligente
e os
fatos
hão
provado
que essa
força é
capaz de
entrar
em
comunicação
com os
homens
por meio
de
sinais
materiais.
Interrogada
acerca
da sua
natureza,
essa
força
declarou
pertencer
ao mundo
dos
seres
espirituais
que se
despojaram
do
invólucro
corporal
do
homem.
Assim é
que foi
revelada
a
Doutrina
dos
Espíritos.
As
comunicações
entre o
mundo
espírita
e o
mundo
corpóreo
estão na
ordem
natural
das
coisas e
não
constituem
fato
sobrenatural,
tanto
que de
tais
comunicações
se acham
vestígios
entre
todos os
povos e
em todas
as
épocas.
Hoje se
generalizaram
e
tornaram
patentes
a todos.
Os
Espíritos
anunciam
que
chegaram
os
tempos
marcados
pela
Providência
para uma
manifestação
universal
e que,
sendo
eles os
ministros
de Deus
e os
agentes
de sua
vontade,
têm por
missão
instruir
e
esclarecer
os
homens,
abrindo
uma nova
era para
a
regeneração
da
Humanidade”.
Concluamos,
com
Kardec,
fazendo
uma
última
consideração
(2):
“(...)
Alguns
astrônomos,
sondando
o
espaço,
encontraram,
na
distribuição
dos
corpos
celestes,
lacunas
não
justificadas
e em
desacordo
com as
leis do
conjunto.
Suspeitaram
que
essas
lacunas
deviam
estar
preenchidas
por
globos
que lhes
tinham
escapado
à
observação.
De outro
lado,
observaram
certos
efeitos,
cuja
causa
lhes era
desconhecida
e
disseram:
Deve
haver
ali um
mundo,
porquanto
esta
lacuna
não pode
existir
e estes
efeitos
hão de
ter uma
causa.
Julgando
então da
causa
pelo
efeito,
conseguiram
calcular-lhe
os
elementos
e mais
tarde os
fatos
lhes
vieram
confirmar
as
previsões.
Apliquemos
este
raciocínio
a outra
ordem de
ideias.
Se se
observa
a série
dos
seres,
descobre-se
que eles
formam
uma
cadeia
sem
solução
de
continuidade,
desde a
matéria
bruta
até o
homem
mais
inteligente.
Porém,
entre o
homem e
Deus,
alfa e
ômega de
todas as
coisas,
que
imensa
lacuna!
Será
racional
pensar-se
que no
homem
terminam
os anéis
dessa
cadeia e
que ele
transponha
sem
transição
a
distância
que o
separa
do
infinito?
A razão
nos diz
que
entre o
homem e
Deus
outros
elos
necessariamente
haverá,
como
disse
aos
astrônomos
que,
entre os
mundos
conhecidos,
outros
haveria,
desconhecidos.
Que
filosofia
já
preencheu
essa
lacuna?
O
Espiritismo
no-la
mostra
preenchida
pelos
seres de
todas as
ordens
do mundo
invisível
e estes
seres
não são
mais do
que os
Espíritos
dos
homens,
nos
diferentes
graus
que
levam à
perfeição.
Tudo
então se
liga,
tudo se
encadeia,
desde o
alfa até
o ômega.
Vós, que
negais a
existência
dos
Espíritos,
preenchei
o vácuo
que eles
ocupam.
E vós,
que
rides
deles,
ousai
rir das
obras de
Deus e
da sua
onipotência!”
Referências:
(1)
Kardec,
A. “O
Livro
dos
Médiuns”
– 2ª
parte,
Capítulo
XXIII,
item 250
(in
fine).
(2)
Kardec,
A. “O
Livro
dos
Espíritos”
–
Introdução
– Tomo
XVII.
(3)
Kardec,
A. “O
Livro
dos
Espíritos”
–
Prolegômenos.