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Elucidações de Emmanuel

Ano 3 - N° 115 – 12 de Julho de 2009

 


Ante a mediunidade
 

 
 No trato da mediunidade, não andemos à cata de louros terrestres, nem mesmo esperemos pelo entendimento imediato das criaturas. Age e serve, ajuda e socorre sem recompensa.

Recordemos Jesus e os fenômenos do espírito. Ainda criança, ele se submete, no Templo, ao exame de homens doutos que lhe ouvem o verbo com imensa admiração, mas a atitude dos sábios não passa de êxtase improdutivo.

João Batista, o amigo eleito para organizar-lhe os caminhos, depois de vê-lo nimbado de luz, em plena con­sagração messiânica, ante as vozes diretas do Plano Su­perior, envia mensageiros para lhe verificarem a idonei­dade.

Dos nazarenos que lhe desfrutam a convivência, apenas recebe zombaria e desprezo.

Dos enfermos que lhe ouvem o sermão do monte, buscando tocá-lo, ansiosos, na expectativa da própria cura, não se destaca um só para segui-lo até à cruz.

Dos setenta discípulos designados para misteres san­tificantes, não há lembrança de qualquer deles, na lealdade maior.

Dos seguidores que comeram os pães multiplicados, ninguém surge perguntando pelo burilamento da alma.

Dos numerosos doentes por ele reerguidos à bênção da saúde, nenhum aparece, nos instantes amargos, para testemunhar-lhe agradecimento.

Nicodemos, que podia assimilar-lhe os princípios, pro­cura-lhe a palavra, na sombra noturna, sem coragem de liberar-se dos preconceitos.

Dos admiradores que o saúdam em regozijo, na en­trada triunfal em Jerusalém, não emerge uma voz para defendê-lo das falsas acusações, perante a justiça.

Judas, que lhe conhece a intimidade, não hesita em comprometer-lhe a obra, diante dos interesses inferiores.

Somente aqueles que modificaram as próprias vidas foram capazes de refleti-lo, na glória do apostolado.

Pedro, fraco, fez-se forte na fé, e, esquecendo a si mesmo, busca servi-lo até à morte.

Maria de Magdala, tresmalhada na obsessão, recupe­ra o próprio equilíbrio e, apagando-se na humildade, converte-se em mensageira de esperança e ressurreição.

Joana de Cusa, amolecida no conforto doméstico, olvi­da as conveniências humanas e acompanha-lhe os passos, sem vacilar no martírio.

Paulo de Tarso, o perseguidor, aceita-lhe a palavra amorosa e estende-lhe a Boa Nova em suprema renúncia.

Não detenhas, assim, qualquer ilusão à frente dos fenômenos medianímicos.

Encontrarás sempre, e por toda parte, muitas pessoas beneficiadas e crentes, como testemunhas convencidas e deslumbradas diante deles; mas, apenas aquelas que transfiguram a si mesmas, aperfeiçoando-se em bases de sacrifício pela felicidade dos outros, conseguem aproveitá-los no serviço constante em louvor do bem.


 

 

Do cap. 4 do livro Seara dos Médiuns, ditado por Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

 


 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita