40. Em Poitiers
ocorreram em janeiro de
1864 fenômenos
singulares: todas as
noites, durante cinco ou
seis dias, a partir das
6 horas, ruídos
singulares eram ouvidos
numa casa. Os ruídos
eram semelhantes a
disparos de artilharia
e, além disso, violentos
golpes pareciam ser
dados nas paredes e nos
postigos.
Posteriormente, a
Revue informou que
os fenômenos foram
produzidos pelos
Espíritos, do que os
próprios espíritas da
cidade duvidavam
inicialmente. (PP. 46,
47, 77 a 80)
41. Comunicação obtida
na Sociedade Espírita de
Sens fala sobre a
necessidade da
reencarnação como fator
indispensável ao
progresso espiritual, a
que Kardec acrescenta
que, trabalhando para si
mesmo, o Espírito
encarnado trabalha para
o melhoramento do mundo
em que habita. (PP. 48 e
49)
42. Em Paris, o mesmo
tema foi focalizado por
outro Espírito, que
disse que a reencarnação
é necessária enquanto a
matéria domina o
Espírito. Do momento em
que o Espírito chegou a
dominar a matéria, a
reencarnação não tem
mais nenhuma utilidade
nem razão de ser. (PP.
49 e 50)
43. Eis outros
ensinamentos constantes
da referida comunicação:
I) À medida que as
sensações corporais do
homem se tornam mais
requintadas, suas
sensações espirituais
também despertam e
crescem. II) Sendo os
fluidos os agentes que
põem em movimento o
nosso corpo, são eles os
elementos de nossas
aspirações, pois existem
fluidos corpóreos e
fluidos espirituais.
III) Esses fluidos
compõem o corpo
espiritual do Espírito
que, encarnado, age por
meio deles sobre a
máquina humana, que ele
deve aperfeiçoar. IV) O
Espírito possui
livre-arbítrio e procura
sempre o que lhe é
agradável e satisfaz. Se
for um Espírito inferior
e material, busca suas
satisfações na
materialidade e dá,
assim, um impulso aos
fluidos materiais. V)
Como necessita de
depuração e esta só é
alcançada pelo trabalho,
as encarnações
escolhidas lhe são mais
penosas, porque - depois
de haver dado supremacia
à matéria e a seus
fluidos - deve
constrangê-la, lutar com
ela e dominá-la. (PP. 50
a 52)
44. Na sequência, o
Espírito fala sobre a
afeição e o amor,
afirmando ser preciso,
para que a afeição
persista eternamente,
que ela seja espiritual
e desinteressada e
comporte abnegação e
devotamento. (P. 52)
45. Em face disso, toda
afeição resultante
apenas do instinto
animal ou do egoísmo se
destrói com a morte
terrestre, enquanto a
verdadeira afeição -
a afeição espiritual
- persiste para todo o
sempre. (PP. 52 e 53)
46. Quando assim é, é a
alma que ama. Dois
Espíritos unidos
espiritualmente se
buscam e tendem sempre a
aproximar-se; seus
fluidos são atrativos e,
se estiverem no mesmo
globo, serão impelidos
um para o outro. (P. 53)
47. Comentando a
mensagem, Kardec diz
que, considerada do
ponto de vista do
progresso, a vida do
Espírito apresenta três
períodos principais: 1o)
O período material,
no qual a influência da
matéria domina a do
Espírito; 2o)
O período do
equilíbrio, no qual
ambas as influências se
exercem
simultaneamente; 3o)
O período espiritual,
no qual, tendo dominado
completamente a matéria,
o Espírito não mais
necessita da encarnação
e seu trabalho passa a
ser inteiramente
espiritual; é o estado
dos Espíritos nos mundos
superiores. (P. 55)
48. Noticiando o
surgimento da Revue
Spirite de Anvers,
fundada em 1o
de janeiro de 1864,
Kardec adverte que toda
publicação espírita que
ficasse para trás do
movimento
necessariamente
encontraria pouca
simpatia. Outra condição
de sucesso para
publicações desse gênero
é marchar com a opinião
da maioria. “Tornar-se
eco de opiniões
retardatárias ou seguir
um caminho errado - diz
Kardec - é condenar-se
previamente ao
isolamento e ao
abandono.” (PP. 56 e 57)
49. A
Revue destaca
trechos do livro
“Reconhecemo-nos no céu”,
do padre Blot, da
Companhia de Jesus, no
qual ele cita grande
número de passagens de
escritores sacros,
aparições e
manifestações diversas,
que provam a reunião
após a morte daqueles
que se amaram e as
relações existentes
entre os mortos e os
vivos. (PP. 57 a 59)
50. Kardec analisa o
romance “A Lenda do
Homem Eterno”, do
Sr. Armand Durantin,
para apontar alguns
equívocos cometidos pelo
autor. Corrigindo-o,
Kardec esclarece: I) Não
é preciso ser perfeito
para comunicar-se com os
Espíritos. II) A
mediunidade é uma
faculdade que depende do
organismo. III) A
superioridade moral do
médium lhe assegura a
simpatia dos bons
Espíritos e o torna apto
a receber instruções
mais elevadas. IV) A
doutrina espírita não é
fruto de um sistema
preconcebido, mas
resultou da observação
dos fatos. V) O
Espiritismo nada admitiu
a título de hipótese
prévia: tudo na sua
doutrina é o resultado
da experiência. (PP. 60
a 62)
51. Abrindo o número de
março, Kardec explica
por que Deus, ao invés
de ter criado os
Espíritos perfeitos,
fê-los simples e
ignorantes. Se Deus os
tivesse criado
perfeitos, tê-los-ia
isentado de todo
trabalho intelectual e
lhes teria tirado toda a
atividade que devem
desenvolver e pela qual
concorrem para o
aperfeiçoamento material
dos mundos. (PP. 65 e
66)
52. Submetendo-os à lei
do progresso
facultativo, quis Deus
que os Espíritos
tivessem o mérito de
suas obras, para terem
direito à recompensa e à
satisfação de haverem
conquistado suas
próprias posições. (P.
67)
(Continua no próximo
número.)