Ajuda e passa
Alberto de Oliveira
Estende a mão fraterna
ao que ri e ao que
chora:
O palácio e a choupana,
o ninho e a sepultura,
Tudo o que vibra espera
a luz que resplendora,
Na eterna lei de amor
que consagra a criatura.
Planta a bênção da paz,
como raios de aurora,
Nas trevas do ladrão, na
dor da alma perjura;
Irradia o perdão e
atende, mundo afora,
Onde clame a revolta e
onde exista a amargura.
Agora, hoje e amanhã,
compreende, ajuda e
passa;
Esclarece a alegria e
consola a desgraça,
Guarda o anseio do bem
que é lume peregrino...
Não troques mal por mal,
foge à sombra e à
vingança,
Não te aflija a miséria,
arrima-te à esperança.
Seja a bênção de amor a
luz do teu destino.
Alberto de Oliveira,
nasceu em Palmital de
Saquarema (RJ) em 1859,
e faleceu em Niterói, em
1937. Farmacêutico,
dedicou-se
principalmente ao
Magistério. Membro
fundador da Academia
Brasileira de Letras,
parnasiano de escol, foi
tido como Príncipe dos
Poetas de sua geração. O
soneto acima integra o
Parnaso de
Além-Túmulo, obra
psicografada por
Francisco Cândido
Xavier.