CLAUDIA SCHMIDT
claudia2704@gmail.com
Santo Ângelo,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
Mãe, me dá um
celular?
–
Mãe, me dá um
celular? – é
Lara, novamente
pedindo à mãe a
mesma coisa.
– Filha, nós já
conversamos
sobre isso...
– Mas, mãe, eu
preciso muito de
um... – insiste
a garota.
– Será? Vamos
fazer um teste?
Tome caneta e
papel. Você vai
anotar tudo o
que você acha
que precisa ter.
– desafiou Dona
Carla.
No dia seguinte,
a lista de Lara
estava enorme.
Influenciada
pelos comerciais
na TV e pelos
amigos, ela
queria o
celular, mas,
também, canetas
aromáticas,
xampu Y, roupas
da marca X,
diversos
brinquedos e
muitas outras
coisas.
– O passo
seguinte do
teste – explicou
a mãe – é riscar
todas as coisas
que você acha
que não temos
dinheiro para
comprar.
Lembre-se: temos
que pagar a
conta de água,
de luz, o
aluguel, a sua
escola, comprar
comida...
– Entendi, mãe –
Lara
interrompeu.
Ela começou,
então, a riscar.
Tirou da lista
as roupas da
marca X, e as
botas Z, e
muitos outras
coisas, pois
eram muito
caras.
O item seguinte
era avaliar a
utilidade,
explicou Dona
Carla. Pra que
serviam mesmo as
canetas
aromáticas?
Assim, muitas
coisas foram
tiradas da lista
porque Lara já
tinha, como uma
mochila para ir
à escola. A
lista diminuiu
bastante.
– Certo, disse a
mãe. O próximo
passo é riscar
tudo o que você
quer só porque
os outros têm ou
porque está na
moda.
Ao final, não
restaram muitas
coisas na lista.
Foi quando Dona
Carla perguntou:
– O que restou
são coisas
realmente
importantes para
você?
A garota ficou
pensando...
– Você percebeu,
filha, que
achamos que
precisamos de
coisas que não
são realmente
necessárias,
úteis ou
importantes?
– Mas precisamos
de muitas coisas
para viver... –
argumentou a
garota.
– É verdade,
concordou a mãe.
Mas, às vezes,
imaginamos que
precisamos muito
de coisas
inúteis ou que
não podemos
comprar. Não é
errado querer
ter conforto e
aproveitar as
coisas que
temos. Mas o
principal
objetivo da vida
não é adquirir
coisas
materiais.
– A gente vale
pelo que é, não
pelo que tem –
lembrou a
garota.
– Isso mesmo –
disse Dona Carla
com carinho. –
Cada pessoa deve
ser amada pelo
que é e pelo
esforço que faz
para possuir as
virtudes
ensinadas por
Jesus: amor,
paz, perdão,
caridade... A
verdadeira
felicidade
independe do que
se pode comprar,
porque ela vem
da paz e do amor
que temos no
coração.
Quanto ao
celular, elas
combinaram que
Lara não
ganharia o
aparelho apenas
porque está na
moda ou os seus
colegas têm.
Mas, quando ela
tiver realmente
necessidade de
um, se seus pais
puderem comprar,
ela terá o
telefone, sim.