Um amigo de São Paulo
pergunta-nos:
O que ocorre com o médium
que desiste do trabalho
mediúnico?
O médium que se afasta do
centro espírita ou que deixa
de exercer sua mediunidade
não será, como se costuma
dizer, punido por
isso. Recurso valioso que
nos possibilita o
intercâmbio entre os dois
mundos, se bem utilizada, a
faculdade mediúnica
proporciona ao indivíduo o
sentimento do dever cumprido
e a felicidade de ser útil
segundo as ferramentas de
que dispõe. Caso contrário,
pode acarretar-lhe
desequilíbrio e desconforto
emocional, visto que possui
uma sensibilidade aflorada
que o afeta mais que aos
outros. É preciso ter em
mente, contudo, que o que
causa essa desarmonia não é
o fato de se afastar da
prática mediúnica ou não
exercê-la pelos métodos
tradicionais, mas sim o
motivo pelo qual está se
afastando e principalmente
as atitudes que estiver
tomando em sua vida.
Se se afasta por motivos
nobres – necessidade de
trabalhar, dificuldades de
horário, cursos importantes
que é preciso fazer etc. –,
mas, mesmo assim, procura
manter o bom-humor, a
afabilidade e o trato gentil
para com as pessoas e para
consigo mesmo, a pessoa
manterá acesa sua força de
comungar a vida e isso será
de certo modo uma forma de
manter seu equilíbrio. Se,
porém, se afasta por outros
motivos que lhe venham a
acarretar distúrbios
emocionais em face de
atitudes desconexas e que o
afastem de Deus e da prática
do bem, então é natural que
advenham consequências
disso, não pelo fato de não
estar exercendo suas
faculdades medianímicas, mas
sim pelas atitudes que
esteja tomando. Como mantém
a sensibilidade aflorada
pelo fato de ser médium, a
facilidade de
desequilibrar-se será ainda
maior.
A explicação dada por
Divaldo Franco no livro
Diretrizes de Segurança
(Editora Frater, 3a
edição, questão 26) torna
fácil a compreensão do que
foi dito.
Segundo Divaldo, a
mediunidade apresenta-se nas
pessoas como sendo uma
aptidão. Se essa aptidão não
for convenientemente educada
e canalizada para a
finalidade a que se destina,
os resultados não serão os
desejados e o médium que
abandonou a tarefa
enfrentará os efeitos
consequentes do desprezo a
que sua faculdade ficou
relegada. Evidentemente, a
faculdade mediúnica não
desaparece e a pessoa
continua médium, mas, não a
dirigindo para a finalidade
nobre, passa a ser conduzida
por entidades invigilantes,
no rumo do desequilíbrio.
Enquanto se mantiver no
exercício correto de suas
funções, encontrar-se-á sob
o amparo de entidades
responsáveis. No momento em
que inclinar a mente e o
comportamento para outras
atividades, transferir-se-á
de sintonia, e aqueles com
os quais vai manter o
contato psíquico poderão, em
face do seu teor vibratório
inferior, produzir-lhe
danos. A mediunidade, lembra
o respeitado confrade, é um
compromisso para toda a vida
e não apenas para um
determinado período de
tempo.
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