WELLINGTON BALBO
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Bauru, São Paulo (Brasil)
A
verdade e a
guerra
(*) Texto
extraído do
livro Memórias
do Holocausto,
escrito por
Arlindo
Rodrigues,
inspirado pelo
Espírito Rudolf,
com reflexões de
Wellington Balbo
Jornalista,
escritor e
orador
brilhante, tinha
aptidão para as
artes, apreciava
pintar e
afirmava que
quando morresse
passaria os
primeiros 100
anos após sua
morte
dedicando-se à
arte que
celebrizou
figuras como
Leonardo da
Vinci e
Michelangelo. Em
1953 conquista o
prêmio Nobel de
Literatura por
escrever suas
memórias de
guerra,
mostrando sua
aguçada veia
literária.
Apreciava mesmo
a arte e as
belezas da vida,
no entanto, foi
por intermédio
da política que
seu nome ficou e
ficará grafado
nos livros de
história por
muitos séculos.
Sir Winston
Leonard Spencer
Churchill – 1874
– 1965 – esteve
à frente do
governo
britânico na
Segunda Guerra
Mundial, seu
discurso
inflamado e o
poder de sua
palavra
convenceu o
então presidente
estadunidense
Franklin Delano
Roosevelt a
aderir
definitivamente
à guerra, o que
se tornou em um
grande trunfo
para os países
aliados na
vitória frente
às Potências do
Eixo: Alemanha,
Itália e Japão.
Por mais de uma
vez referiu-se à
Segunda Guerra
Mundial como a
“Guerra
Desnecessária”;
em sua visão os
países europeus
poderiam ter
evitado a
desastrosa
iniciativa de
Hitler e seus
infelizes
aliados. Em 1955
afastou-se da
política e
dedicou seus
últimos anos às
suas duas
paixões:
literatura e
pintura. Sir
Winston
Churchill
desencarnou
durante o sono
vítima de
trombose
cerebral no dia
24 de janeiro de
1965, na cidade
de Londres.
Interessante:
Churchill, um
Espírito amante
da arte,
notabilizou-se
no mundo pela
liderança em
tempos de
guerra. Por quê?
Não poderíamos
viver apenas
imersos no
universo das
artes? Sim,
todavia, a
dureza dos
corações ainda é
grande. É que,
no estágio de
evolução em que
nos encontramos,
arte e guerra
contracenam
diariamente. No
Brasil isto é
evidente. Nos
morros e
palafitas vemos
arte e guerra
juntas a dividir
o mesmo espaço.
Arte de meninos
e meninas
tentando
sobreviver em
meio às
dificuldades da
existência,
lutando contra a
miséria e
indiferença.
Guerra
alimentada pelo
tráfico que
explora sem
piedade as
mentes frágeis
dos viciados.
Qual a diferença
entre as guerras
continentais e
aquelas que
ocorrem dentro
de um mesmo
país? Nenhuma,
ambas são
cruéis,
implacáveis,
deixam órfãos,
espalham
lágrimas,
promovem a
desordem...
A
Espiritualidade
por intermédio
do célebre
codificador da
Doutrina
Espírita, Allan
Kardec, afirma
que as guerras
são: predominância
da natureza
selvagem sobre a
espiritual.
Os Espíritos
estão cobertos
de razão, todas
as guerras são
oriundas de
nosso pequeno
desenvolvimento
moral. Nesse
mister,
importante
destacar as
guerras
interiores,
menores, mas não
menos
importantes, que
empreendemos
contra amigos,
familiares e
colegas para
monopolizar a
Verdade. Por
isso teceremos
alguns
comentários
acerca da
Verdade e suas
faces. Alguns
querem retê-la
em seus
domínios,
todavia,
impossível,
porque a Verdade
é livre, não se
subordina ao
poder, à beleza
física, aos
paradigmas e
preconceitos...
A história da
humanidade
comprova a
liberdade que
possui a
Verdade; muitos
foram aqueles
que se julgaram
Donos Absolutos
dela, queriam
encarcerá-la,
contudo, ocioso
dizer que foi
inútil
tentativa,
porquanto o
Tempo, esse
amigo sereno da
Verdade, tratou
de reconduzi-la
a seu lugar de
origem.
Mas, ao mesmo
tempo em que a
Verdade é
desejada, seja
para provar que
temos razões em
corriqueiras
discussões
familiares ou
absolver réus
que estavam
prestes à
condenação, ela
também é temida.
Quem quer
encarar de
frente a Verdade
dos fatos? Mais
simples
mascará-la
colocando a
responsabilidade
pela nossa
desdita em
ombros alheios
do que assumir
responsabilidades
tomando a vida
nas próprias
mãos.
No entanto, a
Verdade é
inconveniente e
pode cobrar seu
preço a qualquer
momento. Tanto é
inconveniente
que muitos se
negam a
enxergá-la, não
querem vê-la,
mesmo que ela
esteja
escancarada.
Hitler julgava
ser dono da
Verdade, uma
“verdade”
mascarada e
ilusória de que
a raça ariana
era superior.
Pagou alto preço
pela sua
prepotência;
desequilibrado,
suicidou-se. O
líder germânico,
que sonhava em
ser artista,
optou pelo
caminho da
guerra e
tornou-se
conhecido pelos
seus devaneios,
seu nome ainda
hoje é associado
à intolerância e
ao preconceito,
ao desamor e à
crueldade. No
entanto, a
Divina
Misericórdia não
estabelece
julgamentos
implacáveis;
Hitler
certamente terá
novas
oportunidades de
evolução, quem
sabe nas
próximas vezes o
outrora líder da
Alemanha consiga
superar a
tendência
belicosa que o
transformou em
lunático ao
invés de
artista. Cabe a
nós tirar lições
dos livros de
história,
buscando a arte
e deixando a
guerra. Quanto
mais próximos
estivermos da
arte, mais
conectados
estaremos com
Deus, porque,
assim como
afirmou Sir
Winston
Churchill, a
Segunda Guerra
Mundial foi
desnecessária,
aliás, nunca é
demais dizer:
“Todas as
guerras são
desnecessárias e
próprias da
imaturidade
humana”. Dia
chegará que
pintaremos nos
livros de nossa
existência
somente páginas
de amor e
respeito,
transformando-nos
em verdadeiros
artistas a
desfilar
serenamente
pelos palcos do
universo.
Pensemos nisso.