ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Universo
e vida
Nenhuma ciência abre
horizontes tão vastos e
pode melhor encantar a
alma contemplativa
que a bela, a divina
ciência do céu (Camille
Flammarion, em A
Pluralidade dos
Mundos Habitados).
O jornal espanhol La
Vanguardia publicou
recentemente artigo
assinado por Marta
Ricart em que analisa a
mudança de visão da
ciência sobre a vida
(inteligente ou não) em
outros planetas, sem,
contudo, abandonar a
busca pelas respostas a
este instigante assunto.
Diz a articulista:
“Faz 25 anos que fomos
invadidos por uma
ET-mania. O feio e terno
extraterrestre do cinema
alimentou a quimera de
conhecer outros seres de
longe da Terra. Nos
últimos anos fala-se
menos em
extraterrestres, mas os
cientistas afirmam que
nunca deixaram de
procurar vida em outros
mundos nem renunciam a
encontrá-la”.
Jordi Isem, diretor do
Instituto de Estudos
Espaciais da Catalunia, crê
que não demore muitos
anos para se encontrar
algum indício de vida
fora da Terra e Sánchez
Lavega, catedrático de
ciências planetárias na
Universidade do País
Basco, diz que “algum
dia encontraremos alguma
coisa. Há cálculos de
probabilidades que
apontam que em 2020
haverá condições”.
Especulações à parte,
não é preciso ser tão
sábio para convir que
quando Jesus disse:
“Cesse de perturbar-se o
vosso coração! Credes
em Deus, crede também em
mim. Na casa de meu Pai
há muitas
moradas”, ele
estava se referindo,
como explica Allan
Kardec no capítulo III
(Há muitas moradas na
casa de meu Pai) de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, “aos
mundos que circulam no
espaço infinito e
oferecem, aos Espíritos
que neles encarnam,
moradas correspondentes
ao adiantamento dos
mesmos Espíritos.
Independente da
diversidade dos mundos,
essas palavras de Jesus
também podem referir-se
ao estado venturoso ou
desgraçado do Espírito
na erraticidade. (...)”
A literatura espírita
dispõe de obras
que nos esclarecem sobre
este fascinante assunto,
não por suposições, mas
com argumentos sólidos e
convincentes, como
podemos ver nas obras de
Camille Flammarion, que
Gabriel Delanne dizia
ser “um filósofo
enxertado de sábio,
possuindo a arte da
ciência e a ciência da
arte”. – “O poeta dos
céus”, como o denominava
o historiador Michelet.
Na Revista
Espírita, de
março de 1858 (A
pluralidade dos mundos),
Allan Kardec conclui,
após fazer uma série de
considerações sobre o
assunto:
“Chegamos, pois, por um
simples raciocínio, o
que muitos outros
fizeram antes de nós, a
concluir pela
pluralidade dos mundos.
E tal raciocínio acha-se
confirmado pela
revelação dos Espíritos.
Realmente eles nos
ensinam que todos esses
mundos são habitados por
seres corpóreos,
apropriados à
constituição física de
cada globo; que entre os
habitantes desses mundos
uns são mais, outros
menos adiantados que
nós, do ponto de vista
intelectual, moral e
mesmo físico. Ainda
mais: hoje sabemos que é
possível entrar em
relação com eles e obter
esclarecimentos sobre
seu estado; sabemos
ainda que não só todos
os globos são habitados
por seres corpóreos, mas
que o espaço é povoado
por seres inteligentes,
invisíveis para nós, por
causa do véu material
lançado sobre nossa alma
e que revelam sua
existência por meios
ocultos ou patentes.
Assim, tudo é povoado no
universo; a vida e a
inteligência estão por
toda parte; em globos
sólidos, no ar, nas
entranhas da Terra, e
até nas profundezas
etéreas. Haverá em tal
doutrina algo que
repugne à razão?
“Não é, ao mesmo tempo,
grandiosa e sublime? Ela
nos eleva por nossa
mesma pequenez, bem ao
contrário desse
pensamento egoísta e
mesquinho que nos coloca
como os únicos seres
dignos de ocupar o
pensamento de Deus”.
Sem dúvida, não foi
apenas por dizer que
Castro Alves, no poema Na
Era Espacial, pela
psicografia de Jorge
Rizzini, assinalou:
E logo recebereis,
De outros mundos
siderais,
Notáveis naves redondas,
Cortando os céus
abismais!
E nesses dias marcados,
Ficareis envergonhados!
Onde estão os bons
punhados
De divinas Leis Morais?!