ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
O Porquê da Vida
Léon Denis
(Parte
10)
Damos prosseguimento ao
estudo do clássico O
Porquê da Vida,
focalizando ainda nesta
edição a parte III da
obra referida, que
contém considerações de
Léon Denis sobre o tema
“A Reencarnação e a
Igreja Católica”. A
fonte deste estudo é a
14ª edição do livro,
publicada pela Federação
Espírita Brasileira.
Questões
preliminares
A. Como o Espiritismo nos recomenda encarar o sofrimento?
R.: O sofrimento deve
ser encarado, sobretudo,
como um meio educativo e
purificador. Numa
perspectiva espírita,
ele se nos mostra como
um processo de evolução,
pois que, desenvolvendo
em nós a sensibilidade,
aumenta-nos a vida e a
torna mais intensa, ao
passo que, com a
eternidade das penas, o
sofrimento não é mais do
que uma baixa vingança,
uma crueldade inútil.
(O Porquê da Vida, pág.
116.)
B. O purgatório localiza-se onde?
R.: Na concepção
espírita, a Terra é o
purgatório verdadeiro, o
inferno temporário. O
sofrimento do Espírito
na vida do espaço não
pode ser senão moral.
Resulta da ação da
consciência que desperta
imperiosa, mesmo que se
trate das almas mais
atrasadas. (Obra citada, pág. 117.)
C. O Espiritismo é apenas uma ciência?
R.: Não. O Espiritismo
- diz Léon Denis - é,
ao mesmo tempo, uma
ciência e uma fé. Como
fé, pertence ao
Cristianismo, não a esse
cristianismo
desfigurado, apoucado,
rebaixado pelo
fanatismo, mas à
Religião que une o homem
a Deus em espírito e
verdade. Não passa pela
mente dos espíritas
fundar um novo
evangelho. O de Jesus
lhes basta plenamente.
(Obra
citada, pág. 118.)
Texto para leitura
121. Passada a tormenta,
dissipar-se-ão as nuvens
sombrias que nos
escurecem o céu. Um
límpido raio de sol
brilhará sobre as ruínas
acumuladas e uma era
nova começará para a
Humanidade. Grandes
coisas então se
realizarão. Almas
poderosas reencarnarão
entre nós para dar
vigoroso impulso à
ascensão geral. A
consciência humana se
desembaraçará das peias
do materialismo. A
Filosofia se
espiritualizará. (PP.
113 e 114)
122. No seu artigo de
ataque ao Espiritismo,
já referido antes, o
padre Coubé faz a
apologia do inferno,
afirmando: “O Inferno
não é em si mesmo uma
crueldade, pois que a
crueldade consiste em
fazer sofrer um ente
para gozar com o seu
sofrimento, portanto,
além do que ele merece e
do que a ordem reclama”.
Responderemos a ele: “É
sempre cruel infligir a
um ser sofrimentos que
não tenham a leni-los
nenhuma esperança e que
não comportam resultado
algum”. (P. 116)
123. Em todo o Universo,
o sofrimento é,
sobretudo, um meio
educativo e purificador.
Considerando-o como uma
expiação temporária, do
ponto de vista da
justiça divina e segundo
o Espiritismo, ele se
nos mostra como um
processo de evolução,
pois que, desenvolvendo
em nós a sensibilidade,
nos aumenta a vida,
tornando-a mais intensa,
ao passo que, com as
penas eternas, o
sofrimento não é mais do
que uma baixa vingança,
uma crueldade inútil.
(P. 116)
124. Ora, Deus nada faz
sem objetivo, e o seu
objetivo é sempre
grandioso, generoso,
benéfico para suas
criaturas. (P. 116)
125. Aliás, o padre
Coubé não deve ignorar
que a maioria dos
teólogos hão renunciado
à teoria das penas
eternas e que já está
reconhecido e firmado
que a palavra hebreia
que se traduziu por
eterno não significa
sem-fim, mas apenas
longa duração. (P. 116)
126. A Terra, eis o
purgatório verdadeiro, o
inferno temporário. O
sofrimento do Espírito
na vida do espaço não
pode ser senão moral.
Resulta da ação da
consciência que desperta
imperiosa, mesmo que se
trate das almas mais
atrasadas. (P. 117)
127. Em meio de tantas
obscuridades acumuladas
pela Igreja no decurso
dos séculos, não admira
que a pobre Humanidade
se tenha extraviado e
erre, sem bússola, à
mercê das tempestades da
paixão, da dúvida, do
desespero. (P. 117)
128. Com o Espiritismo,
nada de afirmações sem
provas, porque ele
repousa sobre um
conjunto de fatos e de
testemunhos que,
crescendo continuamente,
lhe assegura o seu lugar
na Ciência e lhe prepara
esplêndido porvir. Todas
as descobertas recentes
da Física e da Química
vieram confirmar suas
experiências. (PP. 117 e
118)
129. O Espiritismo é,
pois, ao mesmo tempo uma
ciência e uma fé. Como
fé, pertencemos ao
Cristianismo, não a esse
cristianismo
desfigurado, apoucado,
rebaixado pelo
fanatismo, mas à
Religião que une o homem
a Deus em espírito e
verdade. Não nos passa
pela mente fundar um
novo evangelho. O de
Jesus nos basta
plenamente. (P. 118)
130. Se um dia o grande
ideal desejado pelos
sábios e entrevisto por
todos os inovadores vier
a realizar-se pelo
acordo entre a Ciência e
a Fé, a Humanidade
deverá isso ao
Espiritismo, às suas
investigações
laboriosas, à sua
filosofia consoladora e
elevada. Graças a ele é
que se cumprirá a bela
profecia de Claude
Bernard: “Virá o momento
em que o sábio, o
pensador, o poeta e o
sacerdote falarão a
mesma linguagem”. (P.
119)
131. Lançando um olhar
de conjunto sobre a obra
da Igreja Católica
Romana, podemos dizer
que, malgrado as suas
manchas e sombras, é
bela e grande a sua
história. Nas épocas de
barbaria, foi ela o
asilo do pensamento e
das artes e, por
séculos, a educadora do
mundo. Mas a obra da
Igreja teria sido
incomparavelmente mais
bela, mais eficaz, se
houvesse ensinado sempre
a verdade em toda a sua
plenitude, se houvesse
feito luz completa sobre
o destino humano. (P.
119)
132. Se isso
tivesse sido
feito, não
veríamos a
indiferença, o
ceticismo e o
materialismo se
espalharem, nem
tantas revoltas,
tantos
desesperos e
suicídios. E a
Terra não
assistiria a
tantas paixões,
tantas cobiças e
tantos furores
se desencadearem
à volta dos que
aqui residem.
(P. 120)
(Continua no
próximo número.) |