EUGÊNIA PICKINA
eugeniamva@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
– um guia
seguro
para o bem viver
"O Evangelho do
Divino Mestre
ainda
encontrará, por
algum tempo, a
resistência das
trevas. A má-fé,
a ignorância, a
simonia, o
império da força
conspirarão
contra ele, mas
tempo virá em
que a sua
ascendência será
reconhecida. Nos
dias de flagelo
e de provações
coletivas, é
para a sua luz
eterna que a
Humanidade se
voltará, tomada
de esperança"
(In: Emmanuel,
psicografia de
Francisco C.
Xavier, 1981, p.
28).
No seu início,
propagar a Boa
Nova não foi
tarefa fácil,
pois o jugo de
Roma sufocava a
incipiente
cristandade e,
nos circos
romanos, as
mortes dos
primeiros
cristãos
marcaram, pela
atrocidade, a
história da
civilização do
Ocidente.
Infelizmente,
principalmente
motivada pela
intromissão
política, o
Cristianismo do
Cristo foi
desfigurado e
modelado pelo
Cristianismo dos
primeiros
padres. A fé
torna-se, então,
instrumento nas
mãos de
políticos e
religiosos
largamente
focados no uso
do poder
temporal,
exigindo dos
fiéis, no lugar
do
autoaprimoramento,
a confissão das
culpas, segundo
a técnica da
vigilância, e o
pagamento das
indulgências
para a conquista
futura de um
lugar no céu.
Mas,
separando-se
desse paradigma
aflitivo e
dogmático, que
desfavorece a
discreta
esperança e o
senso de
responsabilidade,
surge o
Espiritismo, que
dá à fé uma
orientação
racional,
desvencilhada do
véu da
ignorância, e
por isso apta a
iluminar e
encorajar o ser
humano, pois
ciente do lema
“Fora da
Caridade não há
Salvação”, o
único passaporte
que liberta o
indivíduo das
sombras para
elevá-lo aos
planos de luz.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo
é o terceiro
livro da
Codificação,
publicado em
1864 por Kardec.
Na Introdução, o
codificador diz
que as matérias
contidas nos
Evangelhos podem
ser divididas em
cinco partes:
“1) Os atos
comuns da vida
de Cristo; 2) Os
milagres; 3) As
profecias; 4) As
palavras que
serviram para o
estabelecimento
dos dogmas da
Igreja; 5) O
ensino moral. Se
as quatro
primeiras partes
têm sido objeto
de discussões, a
última permanece
inatacável.
Diante desse
código divino, a
própria
incredulidade se
curva. É o
terreno em que
todos os cultos
podem
abrigar-se, por
mais diferentes
que sejam as
suas crenças”
(1998, p.
3), pois
se apresenta
como baliza
segura para
quaisquer
situações da
vida pública ou
privada.
Kardec, atento
aos problemas da
interpretação,
reuniu nesta
obra os textos
que embasam um
código de moral
universal,
mantendo tudo o
que é adequado
para conformar a
conduta à moral
do Cristo.
Ainda, como
complemento de
cada preceito,
acrescentou
instruções
selecionadas
entre as que
foram ditadas
pelos Espíritos
em diversos
países (e por
intermédio de
médiuns
distintos).
Como a Doutrina
Espírita não tem
nacionalidade, o
Evangelho
segundo o
Espiritismo
não é apenas um
meio que
favorece a prece
ou a meditação,
mas se afirma
como uma
ferramenta de
aprimoramento do
ser humano, à
medida que
convida a
renovação íntima
continuada, pois
é fonte
transparente dos
princípios que
dirigem o
Espírito.
Restabelecer o
ensino de Cristo
em sua pureza é
a meta do
Espiritismo.
Assim, o
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
ao incentivar a
reflexão sobre
suas mensagens
morais,
viabiliza a
evangelização,
torna operante a
fé e isso, em
consequência,
conduz tanto a
criação de novos
hábitos, como
ensina uma nova
postura diante
da vida e do
outro,
orientada,
sobretudo, pela
paciência,
indulgência e
humildade,
porquanto o
verdadeiro
discípulo do
Evangelho do
Cristo é aquele
que se ilumina
pelo próprio
exemplo.
Referência:
KARDEC, A. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Tradução de J.
Herculano Pires.
14. ed., SP:
FEESP, 1998.