EURÍPEDES
BARBOSA
euripedesb@gmail.com
Taguatinga,
Distrito Federal
(Brasil)
A
lei do trabalho
"Pedi e se vos
dará; buscai e
achareis; batei
à porta e se vos
abrirá;
porquanto, quem
pede recebe e
quem procura
acha e, àquele
que bata à
porta,
abrir-se-á.
(...)” (Mateus,
cap. VII, vv. 7
a 11.)
Jesus nos
ensinava, quando
assim se
referia, que
devemos nos
esforçar na
busca do que
necessitamos,
uma vez que a
ajuda de Deus só
ocorre para quem
trabalha e se
empenha na
procura do
desejado, usando
da humildade,
sinceridade, fé
e confiança.
Embora Deus
saiba o que
precisamos e nos
auxilie sempre,
a nossa ligação
com ele é
necessária para
que possamos
agir com mais
confiança e
equilíbrio,
garantindo-nos o
sucesso do
trabalho
encetado. Na
questão 658, de
O Livro dos
Espíritos,
Allan Kardec
pergunta:
“Agrada a Deus a
prece?” E as
Entidades
espirituais
respondem: “A
prece é sempre
agradável a
Deus, quando
ditada pelo
coração, pois,
para ele, a
intenção é
tudo”.
Não devemos,
contudo, pedir
qualquer coisa a
Deus, pois nem
sempre o que
queremos é o de
que
necessitamos. A
razão e a
inteligência nos
foram concedidas
pela Providência
para nos
auxiliar a agir
com critério e
bom senso ao
definirmos o que
realmente
devemos pedir a
Deus.
Narra-se que “um
sábio caminhava
com os
discípulos por
uma estrada
tortuosa, quando
encontraram um
homem piedoso
que, ajoelhado,
rogava a Deus
que o auxiliasse
a tirar seu
carro do
atoleiro. Todos
olharam o
devoto,
sensibilizaram-se
e prosseguiram.
Alguns
quilômetros à
frente, havia um
outro homem, que
tinha,
igualmente, o
carro atolado
num lodaçal.
Este, porém,
esbravejava
reclamando, mas
tentava com todo
empenho liberar
o veículo.
Comovido, o
sábio propôs aos
discípulos
retirar o
transporte do
atoleiro. Após
os
agradecimentos,
o viajante se
foi feliz. Os
aprendizes,
surpresos,
indagaram ao
mestre: Senhor,
o primeiro homem
orava, era
piedoso e não o
ajudamos. Este,
que era rebelde
e até
praguejava,
recebeu nosso
apoio. Por quê?
Sem
perturbar-se, o
nobre professor
respondeu:
Aquele que orava
aguardava que
Deus viesse
fazer a tarefa
que a ele
competia. O
outro, embora
desesperado por
ignorância,
empenhava-se,
merecendo
auxílio”.
Muitos de nós
costumamos agir
como o primeiro
viajante. Diante
das dificuldades
que nos parecem
insolúveis,
acomodamo-nos,
esperando que
Deus faça a
parte que nos
cabe para a
solução do
problema. Não
basta pedir
ajuda a Deus, é
preciso buscar,
conforme o
ensino de Jesus
“buscai e
achareis”,
“batei e
abri-se-vos-á”.
Devemos,
portanto, fazer
a nossa parte,
que Deus nos
ajudará no que
não estiver ao
nosso alcance
resolver.
Ao analisarmos o
Antigo e o Novo
Testamento,
encontramos 152
vezes a palavra
trabalho. Porém,
é no Evangelho
de João,
capítulo V,
versículos de 1
a 17, que
encontramos a
inesquecível
passagem em que
Jesus, curando o
paralítico do
tanque de
Betesda,
menciona que ele
e o Pai
trabalham até
hoje: “Meu Pai
trabalha até
agora, e eu
trabalho também”
(versículo 17).
São de O
Livro dos
Espíritos as
questões
esclarecedoras a
seguir:
“674 – A
necessidade do
trabalho é lei
da natureza?
O trabalho é lei
da natureza, por
isso mesmo que
constitui uma
necessidade...
675 – Por
trabalho só se
devem entender
as ocupações
materiais?
Não; O Espírito
trabalha, assim
como o corpo.
Toda ocupação
útil é
trabalho”.
O Espírito de
Emmanuel, no
livro
Caminho, Verdade
e Vida,
lição 4,
ensina-nos que
em todos os
recantos
observamos
criaturas
queixosas e
insatisfeitas. A
maioria
revolta-se
contra o gênero
de seu trabalho.
Os que varrem as
ruas querem ser
comerciantes, já
os trabalhadores
do campo
prefeririam a
existência na
cidade. O
problema,
contudo, não é
de gênero de
tarefa, mas o de
compreensão da
oportunidade
recebida. De
modo geral, as
queixas, nesse
sentido, são
filhas da
preguiça
inconsciente.
Para que
saibamos honrar
nosso esforço,
Jesus referiu-se
ao Pai que não
cessa de servir
em sua obra
eterna de amor e
sabedoria e à
sua tarefa
própria, cheia
de imperecível
dedicação à
humanidade.
O Espírito de
Joanna de
Ângelis, no
livro Estudos
Espíritas,
psicografado por
Divaldo Pereira
Franco, diz que
“o trabalho é
lei da natureza
mediante a qual
o homem forja o
próprio
progresso,
desenvolvendo as
possibilidades
do meio ambiente
em que se situa,
ampliando os
recursos de
preservação da
vida, por meio
da satisfação
das suas
necessidades
imediatas na
comunidade
social onde
vive”.
O trabalho
honesto
proporciona três
realizações que
todas as pessoas
buscam, segundo
Rodolfo
Calligaris, no
seu livro As
Leis Morais:
O trabalho
fortalece o
sentimento de
dignidade
pessoal; torna a
pessoa
respeitada na
comunidade em
que vive; e,
quando bem
realizado,
contribui para a
sensação de
segurança.
Lembremos,
sempre, que Deus
a todos ampara,
mas a caminhada,
os passos, a
busca é por
nossa conta. É
preciso fazer
esforços para
alcançar o fruto
desejado,
principalmente
de frutos que
saciam a sede da
Alma. É preciso
saber o que se
busca e por qual
porta desejamos
entrar. Nossa
vontade é que
nos conduzirá
aonde queremos
chegar.
Mais uma vez é
Joanna de
Ângelis, no
livro Leis
Morais da Vida,
psicografado por
Divaldo, no
capítulo “A
Bênção do
Trabalho”, que
nos ensina que
“o trabalho é,
ao lado da
oração, o mais
eficiente
antídoto contra
o mal, porquanto
conquista
valores
incalculáveis
com que o
Espírito corrige
as imperfeições
e disciplina a
vontade”.
É ainda em O
Livro dos
Espíritos
que encontramos
as elucidativas
questões a
seguir:
682 – Sendo uma
necessidade para
todo aquele que
trabalha, o
repouso não é
também uma lei
da natureza?
Sem dúvida. O
repouso serve
para a reparação
das forças do
corpo e também é
necessário para
dar um pouco
mais de
liberdade à
inteligência, a
fim de que se
eleve acima da
matéria.
685 – Tem o
homem o direito
de repousar na
velhice?
Sim, que a nada
é obrigado,
senão de acordo
com as suas
forças.
685. a. – Mas,
que há de fazer
o velho que
precisa
trabalhar para
viver e não
pode?
O forte deve
trabalhar para o
fraco. Não tendo
este família, a
sociedade deve
fazer as vezes
desta. É a lei
de caridade.
Assim, caros
irmãos, como o
trabalho é
imprescindível
para o
desenvolvimento
da inteligência,
para a evolução
das pessoas, da
mesma forma
também o é o
repouso. Ele
também está
dentro das leis
da natureza.
Hoje, mais do
que nunca, isto
é importante,
porque a vida
urbana se
caracteriza por
uma agitação
contínua, sendo
despendido um
gasto excessivo
de energias
físicas e
mentais. Lazer
não significa
falta de
atividade, mas
mudança física,
emocional e
intelectual de
atitude, de
trabalho. O
lazer é
necessário para
facilitar o
relaxamento das
tensões, para
possibilitar a
reflexão, a
programação de
novas
atividades.
Tem o homem,
portanto, que
conhecer a si
mesmo. Deve
colocar todo o
seu esforço no
trabalho digno e
edificante em
prol de si
próprio e do
semelhante. Para
isso, deve ele
se utilizar de
todos os
recursos
orgânicos,
materiais e
intelectuais que
possui.
Não nos
esqueçamos, por
fim, que Deus
nos ajuda, na
medida em que
nos esforçamos
na busca do que
precisamos. Tudo
concorrerá em
nosso favor se
trabalharmos com
afinco,
humildade, fé e
confiança. Não
há milagres: as
grandes obras,
conquistas e
vitórias são
frutos,
unicamente, do
trabalho digno.
Referências:
1. KARDEC,
Allan. O
Livro dos
Espíritos –
FEB.
2. O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
FEB.
3. A
Bíblia sagrada.
Tradução de João
Ferreira de
Almeida. 1969.
4. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=70&let=A&stat=0
5. XAVIER,
Francisco
Cândido.
Caminho, Verdade
e Vida.
Ditado pelo
Espírito
Emmanuel. 16ª
edição. Lição 4.
6. FRANCO.
Divaldo Pereira.
Estudos
espíritas.
Ditado pelo
Espírito Joanna
de Ângelis –
FEB.
7. CALLIGARIS.
Rodolfo. As
leis morais
– FEB.
8. FRANCO.
Divaldo Pereira.
Leis morais
da vida.
Ditado pelo
Espírito Joanna
de Ângelis – A
bênção do
trabalho.
9. http://sef.feparana.com.br/apost/unid28.htm.