FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
O
sono nas
reuniões
espíritas
Todos nós
sabemos da
necessidade do
sono para o
refazimento do
nosso organismo
físico. No
entanto, é
preciso que se
atente para o
fato, de que nem
sempre nos é
adequado fazer
uso dessa bênção
para nos
restabelecer o
equilíbrio,
havendo mesmo
ocasiões em que
ele pode até se
tornar fatal
para nossas
vidas.
Há momentos em
que não se pode
admitir que
alguém possa
estar dormindo
como, por
exemplo, na hora
do trabalho
remunerado, que
pode lhe custar
até mesmo a
demissão por
justa causa; ou
quando estiver
com a
responsabilidade
de cuidar de uma
criança; ou
ainda no
trânsito, ao
volante de um
veículo nas
rodovias
brasileiras.
Imagine um
médico dormindo
ou mesmo
cochilando
durante uma
cirurgia
delicada etc.
etc. Assim,
podemos afirmar
que, “o sono
exercido à hora
em que se
solicita a
vigília pode
tornar-se
inimigo cruel e
implacável”.
Alan Kardec nos
esclarece a
respeito da
utilidade do
sono, conforme
segue:
À hora de dormir
“O sono tem
por fim dar
repouso ao
corpo; o
Espírito, porém,
não precisa
repousar.
Enquanto os
sentidos físicos
se acham
entorpecidos, a
alma se
desprende, em
parte, da
matéria e entra
no gozo das
faculdades do
Espírito. O sono
foi dado ao
homem para
reparação das
forças orgânicas
e também para a
das forças
morais. Enquanto
o corpo recupera
os elementos que
perdeu por
efeito da
atividade da
vigília, o
Espírito vai
retemperar-se
entre os outros
Espíritos. Haure
no que vê, no
que ouve, e nos
conselhos que
lhe dão, ideias
que, ao
despertar, lhe
surgem em estado
de intuição. É a
volta temporária
do exilado à sua
verdadeira
pátria. É o
prisioneiro
restituído por
momentos à
liberdade.
Mas, como se dá
com o
presidiário
perverso,
acontece que nem
sempre o
Espírito
aproveita dessa
hora de
liberdade para
seu
adiantamento. Se
conserva
instintos maus,
em vez de
procurar a
companhia de
Espíritos bons,
busca a de seus
iguais e vai
visitar os
lugares onde
possa dar livre
curso aos seus
pendores.
Eleve, pois,
aquele que se
ache
compenetrado
desta verdade, o
seu pensamento a
Deus, quando
sinta
aproximar-se o
sono, e peça o
conselho dos
bons Espíritos e
de todos cuja
memória lhe seja
cara, a fim de
que venham
juntar-se-lhe,
nos curtos
instantes de
liberdade que
lhe são
concedidos, e,
ao despertar,
sentir-se-á mais
forte contra o
mal, mais
corajoso diante
da adversidade.”
(1)
Nas reuniões
espíritas, sejam
nas palestras,
nos grupos de
estudos, nas
reuniões
mediúnicas, ou
outra qualquer,
não se pode
admitir que o
trabalhador
espírita dê
menos
importância aos
labores da Seara
do Mestre de
Nazaré que aos
afazeres normais
do seu
dia-a-dia, visto
que, em sendo
ele admitido
para essas
tarefas na seara
da mediunidade,
acredita-se que
esteja
consciente de
sua
responsabilidade
nas referidas
atividades da
casa espírita
que frequenta.
Temos visto
muitos
companheiros,
alistados nas
tarefas das
casas espíritas,
que são
protagonistas de
situações
realmente
desagradáveis,
por se
entregarem ao
sono nas
reuniões
doutrinárias,
que normalmente
já chegam
atrasados com a
intenção única
de dar passes no
final das
palestras, para
que sejam
observados por
todos como
tarefeiros
passistas de
suas
instituições.
Quando se veem
chamados a dar
algumas
explicações
sobre o sono que
os domina, saem
com as maiores e
mais absurdas
desculpas, tais
como:
(1) Estou sendo
utilizado pelos
Espíritos para
ceder fluidos
para ajuda ao
orador;
(2) Estou
trabalhando em
parcial
desdobramento;
(3) Alguns
chegam a afirmar
que aprendem
muito mais
desdobrados que
em vigília etc.
Claro que esse
desculpismo
infundado e sem
lógica
doutrinária é
natural naqueles
que se julgam
mais sabidos que
os outros, mas
que na verdade
em nada condiz
com alguém que
conhece os
preceitos de uma
doutrina clara e
lógica como a
nossa. Sabemos
que o cansaço
físico de um dia
atribulado no
trabalho
profissional,
aliado à falta
de motivação e a
monotonia de
determinados
oradores, muito
pode contribuir
para a
sonolência de
quem já tem o
mau hábito de
dormir nas
atividades
espirituais da
casa espírita.
Mas esses
fatores
predisponentes
aqui citados não
representam a
verdadeira causa
do adormecimento
nesse tipo de
reunião, que na
sua grande
maioria se
processa pela
interferência de
mentes viciosas
do mundo
espiritual
inferior, que
operam
magneticamente a
distância, com a
finalidade de
não permitirem
que o indivíduo
adormecido se
beneficie do
tema edificante
da palestra.
Sobre o assunto,
vejamos o que
diz o assistente
‘Aulus’ para
André Luiz:
“(...) Os
expositores da
boa palavra
podem ser
comparados a
técnicos
eletricistas,
desligando
«tomadas
mentais»,
através dos
princípios
libertadores que
distribuem na
esfera do
pensamento.
Sorriu
bem-humorado e
prosseguiu:
— Em razão
disso, as
entidades
vampirizantes
operam contra
eles, muitas
vezes envolvendo
os ouvintes em
fluidos
entorpecentes,
conduzindo esses
últimos ao sono
provocado, para
que se lhes adie
a renovação”.
(2)
Irmã Zélia
também confirma
a ação
perniciosa dos
desencarnados
infelizes que se
aproveitam da
invigilância de
certos
tarefeiros que,
imprevidentes e
despreparados
para os misteres
da mediunidade,
se deixam
envolver por
essas
influências
negativas,
conforme narra a
Otilia
Gonçalves:
“Alguns –
prosseguiu
penalizada –,
embora
libertados
momentaneamente
das expressões
obsidentes,
penetram o
recinto com
desrespeito e
indiferença,
entregando-se,
durante o
trabalho, ao
sono
reprochável,
resultante da
intoxicação
mental de que
são portadores,
ou se deixam
conduzir pelos
pensamentos
habituais,
refazendo as
ligações mentais
e ameaçando o
serviço
venerando, pela
possibilidade de
invasão
intempestiva dos
seus algozes
revoltados,
constrangidos,
na retaguarda, e
que, destarte,
encontram
brechas no
conjunto que
deve ser
protegido e
defendido por
todos”.
(3)
Dessa forma, é
de suma
importância que
nos preparemos
adequadamente
para exercer as
atividades no
labor mediúnico,
em nossas casas
espíritas,
observando
alguns ensinos
ministrados
pelos amigos
espirituais,
dentre os quais
destacamos:
(a) Quando
possível, fazer
um pequeno
relaxamento
físico e mental,
antes de se
dirigir ao
trabalho
espiritual da
casa espírita;
(b) Evitar
alimentação
exagerada e de
difícil
digestão;
(c) Dedicar-se
com alegria e
empenho às
atividades
espirituais, por
saber que
estamos
representando
Jesus ante o
necessitado que
o busca;
(d) Evitar
conversas
negativas, como
críticas,
comentários
sobre doenças,
queixas etc.,
portando-se de
forma mais digna
exigida para um
trabalhador da
Seara do Mestre
de Nazaré;
(e) Manter-se em
sintonia
elevada, orando
e vibrando
positivamente,
contribuindo
para o êxito do
trabalho.
Precisamos
atentar para o
fato de que
somos os únicos
responsáveis
pelas escolhas
que fazemos e
não podemos
ficar acusando
este ou aquele
indivíduo, ou
este ou aquele
motivo para nos
desculparmos dos
nossos
insucessos
perante as
tarefas de cunho
espiritual a nós
confiadas pela
Espiritualidade
Maior. Sobre
esse assunto,
ouçamos o que
nos diz André
Luiz:
“Não acuse os
Espíritos
desencarnados
sofredores,
pelos seus
fracassos na
luta. Repare o
ritmo da própria
vida, examine a
receita e a
despesa, suas
ações e reações,
seus modos e
atitudes, seus
compromissos e
determinações, e
reconhecerá que
você tem a
situação que
procura e colhe
exatamente o que
semeia”.
(4)
Que Jesus nos
guarde em sua
paz, e que não
sejamos nós os
responsáveis
pelo fracasso
das atividades
de intercâmbio
nas tarefas a
que nos
candidatamos por
livre e
espontânea
vontade.
Referências:
1) E.S.E. – Cap.
XVIII, item 38.
2) Nos
domínios da
mediunidade
, 23ª edição–
Cap. 4, pag.
39.
3) Além da
Morte , 9ª
edição – Cap.
XVI, pag. 239.
4) Agenda
Cristã –
Cap. 18.