É justo não esquecermos
que ainda somos seres em
crescimento evolutivo,
para retirarmos do tempo
os valores e as
vantagens
imprescindíveis à nossa
ascensão.
A romagem no campo
físico é a vida
espiritual noutro modo
de ser, tanto quanto a
luta, aquém da morte, é
a continuação do
aprendizado terrestre
numa expressão
diferente.
Analisando a imensidade
infinita dos mundos,
agrupamo-nos na Terra
em singela faixa
vibratória, assim como
determinada coletividade
de pássaros da mesma
condição se congregam
num trecho de floresta,
ou como certa família de
rãs, a reunir-se no
fundo do mesmo poço.
Condicionados pelo nosso
progresso reduzido, não
assinalamos da gloriosa
vida que nos cerca senão
ínfima parte, adstritos
que nos achamos às
estreitas percepções do
padrão sensorial que nos
é próprio.
Com o corpo de carne,
somos tarefeiros do
mundo, matriculados na
escola da experiência
predominantemente
objetiva, desfrutando um
instrumento precioso,
qual seja o veículo
denso, em que o cérebro,
com todos os
implementos das redes
nervosas, pode ser
comparado a um aparelho
radiofônico de emissão e
recepção, funcionando
no tipo de onda inferior
ou superior a que nos
ajustamos, e em que os
olhos, os ouvidos, a
língua, as mãos e os pés
representam acessórios
de trabalho,
subordinados ao comando
da mente.
Além da morte, sem o
vaso carnal, ainda somos
tarefeiros do mundo,
fichados no educandário
da experiência
predominantemente
subjetiva, registrando
os resultados das ações
boas ou más, que nos
decidimos a mentalizar
e estender.
Aprisionando-nos à carne
ou libertando-nos dela,
nascendo, morrendo,
ressurgindo ao esplendor
da imortalidade ou
reaparecendo na sombra
do Planeta, segundo a
conceituação humana,
vivemos em marcha
incessante para os
arquétipos que a
Eternidade nos traçou e
que nos cabe atingir.
Vós, que tendes
encontrado em nossa
companhia tantos
problemas dolorosos de
fixação mental nos
Espíritos conturbados e
sofredores, considerai
conosco a importância
do dia que foge.
Temos da vida
tão-somente aquilo que
recolhemos das horas. O
tempo é a sublimação do
santo, a beleza do
herói, a grandeza do
sábio, a crueldade do
malfeitor, a angústia do
penitente e a provação
do companheiro que
preferiu acomodar-se com
as trevas.
Dele surgem o céu para o
coração feliz do bom
trabalhador e o inferno
para a consciência
intranquila do servidor
infiel.
Façamos de nossa tarefa,
qualquer que ela seja,
um cântico de louvor ao
trabalho, à fraternidade
e ao estudo.
Sirvamos, amemos e
aprendamos! Dilatemos o
horizonte de nossa
compreensão, arejando
nossas almas e filtrando
apenas a luz para que a
luz nos favoreça.
E quanto a vós, em
particular, vós que
ainda detendes a valiosa
oportunidade de contacto
com o indumento físico,
evitai, ainda hoje, a
ingestão do mal, para
não digerirdes lodo e
fel amanhã.
Do cap. 20 do livro
Instruções Psicofônicas,
mensagem transmitida por
intermédio de Francisco
Cândido Xavier pelo
Espírito do Dr.
Geminiano Brazil de
Oliveira Góis, notável e
digno advogado e
político sergipano,
desencarnado no Rio de
Janeiro em 1904.
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