102. Segundo Vaucanson,
o Espiritismo encontrará
no seio das lojas
maçônicas numerosa
falange compacta de
crentes, sérios,
resolutos e inabaláveis
na fé, porque o
Espiritismo realiza
todas as aspirações
generosas e caridosas da
franco-maçonaria;
sanciona as crenças que
esta professa, dando
provas irrecusáveis da
imortalidade da alma; e
conduz a humanidade ao
objetivo que se propõe:
união, paz, fraternidade
universal, pela fé em
Deus e no futuro. (PP.
125 e 126)
103. A
Revue traz,
fechando o número de
abril, mensagem assinada
por João, o Evangelista,
dirigida aos operários,
a quem o apóstolo diz:
“Operários, sois os
eleitos na via dolorosa
da provação, onde
marchais de pés
sangrentos e coração
desencorajado. Esperai,
irmãos! Todo sofrimento
leva consigo o seu
salário; toda jornada
laboriosa tem sua noite
de repouso. Crede no
futuro, que será vossa
recompensa e não
busqueis o esquecimento,
que é ímpio”. (PP. 126 e
127)
104. João lembra a
eternidade da vida,
asseverando: “Meus
amigos, a vida é a
jornada da eternidade;
cumpri bravamente o seu
labor; não sonheis com
um repouso impossível;
não adianteis o relógio
do tempo; tudo vem a
ponto: a recompensa da
coragem e a bênção ao
coração comovido, que se
confia à eterna
justiça”. “Sede
espíritas:
tornar-vos-eis fortes e
pacientes, porque
aprendereis que as
provas são uma dádiva
assegurada do progresso
e que abrirão a entrada
do repouso feliz, onde
bendireis os sofrimentos
que vos terão aberto o
seu acesso.” (P. 127)
105. A
teoria da presciência é
o tema do artigo de
abertura do número de
maio, onde Kardec
examina a questão do
conhecimento do futuro,
que é um dos mais
intrincados assuntos
tratados pelo
Espiritismo. (PP. 129 a
134)
106. Kardec inicia o
artigo citando o exemplo
do homem que, colocado
no alto de uma montanha,
pode dizer ao viajante
que caminha pela
planície tudo aquilo que
este irá encontrar em
sua viagem. Para o
viajante, o outro estará
anunciando o futuro;
para o homem da
montanha, trata-se
apenas do presente. (PP.
129 e 130)
107. Os Espíritos
desmaterializados - diz
Kardec - são como o
homem da montanha. Para
eles apagam-se espaço e
tempo, mas a extensão e
a penetração de sua
vista são proporcionais
à sua depuração e à sua
elevação na hierarquia
espiritual. É fácil
compreender, portanto,
que, conforme o grau de
perfeição, um Espírito
possa abarcar um período
de alguns anos, alguns
séculos e até milhares
de anos, porque que é um
século ante a
eternidade? (P. 130)
108. Se uma tal
faculdade, mesmo
restrita, pode estar nos
atributos da criatura, a
que grau de poder deve
ela elevar-se no
Criador, que abarca o
infinito? Para Deus o
tempo não existe; o
começo e o fim do mundo
são o presente. (P. 130)
109. No tocante ao
homem, pode ser-lhe
útil, em certos casos,
pressentir os
acontecimentos futuros.
Eis por que Deus
permite, às vezes, que
se levante a ponta do
véu, o que se dá somente
com um fim útil e jamais
para satisfazer uma vã
curiosidade. Essa missão
pode ser, assim,
concedida aos Espíritos
e mesmo a certos homens.
(PP. 130 e 131)
110. Aquele a quem é
confiado o trabalho de
revelar uma coisa oculta
pode recebê-la, mau
grado seu, como
inspiração suscitada
pelos Espíritos que a
conhecem. Sabe-se também
que, durante o sono ou
em momentos de êxtase, a
alma se desprende e
possui em grau mais ou
menos grande as
faculdades do Espírito
livre. Se for um
Espírito adiantado e
tiver, como os profetas,
recebido a missão
especial para esse fim,
goza nesses momentos da
faculdade de abarcar,
por si mesmo, um período
mais ou menos extenso e
ver, como se presentes,
os acontecimentos desse
período. (P. 131)
111. Ele pode então
revelá-los de imediato,
ou conservar-lhes a
memória ao despertar. Se
os acontecimentos
tiverem que permanecer
em segredo, ele perderá
a sua lembrança ou
conservará apenas uma
vaga intuição,
suficiente para o guiar
instintivamente. (P.
131)
112. O dom da predição
não é, portanto, fato
sobrenatural, como não o
são os outros fenômenos
espíritas: repousa nas
propriedades da alma e
na lei das relações
entre os mundos visível
e invisível, que o
Espiritismo vem dar a
conhecer. (P. 131)